Segundo os meios de comunicação sul-coreanos, os especialistas do país acreditam que os mais de 260 casos de pacientes recuperados da Covid-19 que voltaram a dar positivo para o SARS-CoV-2 podem, afinal tratar-se de falsos positivos e não de reinfeções.
E a explicação é simples: os testes podem ter detetado o ARN (ácido ribonucleico) de fragmentos do vírus, mas não são capazes de distinguir entre uma carga viral viável para causar uma infeção e inviável.
Há umas semanas, os relatos de pacientes recuperados a testarem positivo novamente fizeram soar os alarmes de que uma reinfeção seria possível pouco depois da recuperação e lançando ainda mais dúvidas sobre a questão da imunidade.
Já na altura, no entanto, alguns especialistas, como Keiji Fukuda, diretor da Escola de Saúde Pública da Universidade de Hong Kong, pedia cautela na interpretação dos testes positivos, avançando que era mais provável tratar-se da deteção de fragmentos virais do que de uma reinfeção real.
Agora, especialistas sul-coreanos em doenças infetocontagiosas corroboram a teoria e avançam que essa será a exlicação para mais de 260 casos de pessoas que voltaram a ter testes positivos dias ou mesmo semanas depois de terem sido dados como completamente recuperados.
“Os testes detetam o ácido ribonucleico do vírus morto”, explicou Oh Myoung-don, que dirige o comité para o controlo de doenças emergentes na Coreia do Sul, em conferência de imprensa, na última quinta-feira.
Nos testes que usam a técnica PCR para diagnosticar a Covid-19, amplifica-se a quantidade de material genético do vírus extraído da amostra milhares de vezes em laboratório, para então se pesquisar o material genético que é a sua assinatura. O problema é que estes testes não distinguem se o vírus está vivo ou morto.