A epidemia de coronavírus, que até esta terça-feira infetou mais de 72 mil pessoas e causou a morte de 1.868, continua a ter impactos na segunda maior economia do mundo. Desta vez no mercado de aviação, que reduziu drasticamente as viagens nas últimas semanas devido aos isolamentos e quarentenas das zonas afetadas.
Em cinco semanas, a China passou de terceiro maior mercado mundial de aviação para 25.º, uma posição que ontem, segunda-feira, o colocou atrás de Portugal, de acordo com as contas apresentadas pelaa OAG. Desde 20 de janeiro a capacidade de transporte aéreo a partir daquele país reduziu-se em quase 80% (1,7 milhões de lugares), esperando-se esta semana a perda de mais 270 mil lugares segundo aquela organização de análise de dados da aviação.
Só no mercado interno, a perda é estimada em 10,4 milhões de lugares em relação à semana de 20 de janeiro – ou seja, cada lugar eliminado em rotas internacionais originou uma perda de cerca de seis lugares em rotas domésticas. A organização não refere, concretamente, qual a capacidade atual a partir da China e dentro do país.
As maiores descidas nas rotas para fora da China continental verificaram-se em mercados de proximidade como o Japão ou a Tailândia, embora em termos relativos tenha sido Taipé a maior descida: 90,4% menos lugares do que em 20 de janeiro. A ligação a Hong Kong perdeu mais de 85% da capacidade.
“Não nos recordamos de nenhum acontecimento que tenha tido um tal efeito devastador na capacidade como o coronavírus. (…) O mercado acabará por recuperar, mas no curto prazo os prejuízos para algumas companhias e o impacto de longo prazo no seu crescimento podem prolongar-se para além do vírus,” defende John Grant, analista de aviação, no blogue da OAG.
O especialista refere que o fenómeno “realça a importância do mercado chinês para a aviação e a rápida globalização dos serviços aéreos” e que impacto negativo para as contas das empresas de aviação chinesas – a China Eastern e a China Southern são as mais visadas nas ligações internacionais – é “claramente expressivo,” em particular numa altura do ano em que a geração de receitas está, para muitos deles, num dos momentos mais baixos. O fenómeno,“