Richard Russel não tinha experiência em aviação e a prova disso é que o avião que tentou roubar na última sexta-feira no aeroporto de Seattle acabou por se despenhar na ilha de Ketron, depois de ser perseguido por dois F15 da Força Aérea.
Mas antes disso, o funcionário da companhia americana Horizon Air fez uma série de acrobacias no ar que deixou vários especialistas em voo surpreendidos.
Numa conferência de imprensa realizada no último fim-de-semana, Gary Beck, presidente-executivo da Horizon Air, referiu que Richard Russel não tinha licença de piloto, o que criou muitas dúvidas relativamente à forma como o funcionário conseguiu pilotar o avião durante cerca de uma hora, antes da queda.
À CNBC News, Brad Tilden, CEO da companhia Alaska Air, disse que “algumas das manobras foram feitas de formas incríveis” e que não percebe como Richard conseguiu adquirir a experiência que demonstrou na pilotagem do avião.
Segundo a análise das gravações de áudio do cockpit, conseguiu perceber-se que Richard Russel, de 29 anos, adquiriu conhecimento de manobras de voo em videojogos. “Já joguei videojogos, por isso percebo um pouco do que estou a fazer”, ouve-se. Nas gravações, também se ouve Richard a contar aos controladores de tráfego aéreo sobre a sua tentativa de fazer manobras como o black flip e o barrel roll.
“Eu acredito que um civil que tenha uma grande experiência em simulação de voo pode, de facto, conseguir pilotar uma aeronave no mundo real, sem nunca o ter feito”, diz Ryan Barclay, fundador e Diretor Executivo da Fly Away Simulation ao The New York Times.
Mas há quem não acredite que Richard Russel nunca tivesse pilotado um avião. Segundo Rick Todd, presidente da Associação Nacional de Instrutores de Voo (National Association of Flight Instructors), é demasiado surpreendente que alguém que não tenha licença de piloto seja capaz de tirar o avião do chão e, muito menos, realizar as manobras acrobáticas que Richard fez.