O último relatório do Centro Europeu de Monitorização de Dependência de Drogas (EMCCDA) e da Europol alerta para valorização do mercado de drogas ilícitas, que atingiu os 24 mil milhões de euros gastos pelos europeus. Ou seja, apesar das medidas cada vez mais concertadas entre os vários países e das legislações penalizadoras para o tráfico de droga, o negócio continua apetecível – “uma das mais lucrativas atividades de crime organizado”.
O valor do mercado das drogas ilícitas vem também da crescente associação a outro tipo de crimes. O terrorismo é um deles. O relatório concluiu que aumentou “a relação entre tráfico de droga e outras formas de crime”.
As rápidas mudanças, devido à globalização e à tecnologia, dificultam o controlo deste tipo de crime, que, embora mantenha as mesmas zonas geográficas dentro das cidades, tem vindo a ganhar novos territórios e rotas, como é o caso do Caucaso em relação ao tráfico de heroína.
Os circuitos até chegar à mão do consumidor também se têm alterado. O transporte marítimo é um dos preferidos e a compra online tornou-se um problema crescente e o anonimato permitido por inovações como as “bitcoin” facilita a tarefa aos traficantes.
Este relatório anual junta informação desde o país de produção das drogas até ao consumidor, com o objetivo de orientar as políticas de combate ao tráfico.
Recordando que os traficantes e produtores de estupefacientes têm duas motivações essenciais – o lucro e o poder – os autores do relatório alertam: “É evidente que os mercados de drogas ilícitas continuam a ser uma das principais ameaças à segurança da União Europeia”.