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Ainda sobre a estória do Renato Seabra que tanto empolga a sociedade portuguesa tenho ouvido as mais díspares opiniões. Não é sobre o crime hediondo que vou falar. Nem tão pouco sobre o que advogados, psicólogos e psiquiatras se pronunciaram de forma própria de um país aciganado. Em Nova Iorque, Renato é um homem de 21 anos que cometeu um crime hediondo, uma advogada portuguesa afirmou que as autoridades americanas agiram mal não tendo telefonado à mãe. É sobre o que dizem muitas mulheres que eu vou falar.
As mães dolorosas já puseram Carlos Castro no inferno e as bruxas do terreiro já amaldiçoaram a sua reencarnação.
Nestes assuntos gosto de me reportar ao conhecimento da antiguidade clássica, nas últimas décadas posto de parte.
O caso aqui não é uma questão para Fedro, o fabulista romano nascido na Macedónia e da sua fábula muito divulgada até à minha geração O Lobo e o Cordeiro.
Este caso faz-me lembrar Euripides, mais afastado, na antiga Grécia. Faz-me lembrar a sua tragédia Fedra. É disso que se trata.
Fedra casou com Tseu que já tinha um filho da sua ligação com Antiopa, Hipólito.
Hipólito, cresceu e transformando-se num jovem formoso e casto. Fedra apaixonou-se por ele. Depois, com pânico de que Tseu descobrisse a sua ousadia e também para o provocar, Fedra faz ver a Tseu que é Hipólito, o seu filho, que a molesta e mata-se desesperada por enforcamento. Tseu manda desterrar Hipólito que morre arrastado pelos seus cavalos.
Já num dos livros de Augustina Bessa Luís onde aborda a tragédia de Medeia, também esta da antiga Grécia, que devido aos seus desvarios os filhos acabam mortos às suas mãos, Augustina comenta:
-Quem manda Jasão ter abandonado os filhos e deixá-los entregues a Medeia?
E acrescenta:
– Não se deixam rapazes sozinhos, entregues às mães. Jasão foi desajeitado.
Penso que Renato em si, já estava assassinado.