Foram precisas apenas cerca de 24 horas para que a coligação PSD-PP, que falhou a tão desejada maioria absoluta nas eleições da Madeira, conseguisse chegar a um acordo de incidência parlamentar com o PAN. Miguel Albuquerque anunciou-o ontem à noite, depois de ter anunciado que continava no cargo- ao contrário do que tinha prometido – nem se mostrou particularmente abalado. O acordo com o partido Pessoas-Animais-Natureza não implica participação deste no governo, mas garante o deputado que faltou ao PSD-PP para a maioria absoluta no Parlamento Regional. Oito anos depois de António Costa ter chamado PCP e BE para garantir a maioria no Parlamento, após as legislativas de 2015, e que daria origem à agora corriqueira expressão ‘geringonça’, parece tornar-se agora mais regra do que exceção – continuando a ser um instrumento perfeitamente de acordo com as regras das Constituição portuguesa. Outra exceção que parece estar a tornar-se regra é a aplicação de descontos sobre os combustíveis, ao sabor do humor de Fernando Medina, como esta manhã apontava Pedro Sousa Carvalho na RTP.
O ministro das Finanças anunciou ontem que vai voltar a baixar o Imposto sobre Combustíveis (ISP), o que se traduzirá em reduções no valor de 1 cêntimo por litro na gasolina e 2 cêntimos no gasóleo. Numa altura em que Portugal paga dos combustíveis mais caros da Europa, esta redução – que volta a ser uma exceção e não uma regra – aliviará pouco os já muito vazios bolsos dos portugueses. O Governo chegou a fazer revisões semanais deste mecanismo de adequação do ISP para tentar mitigar os aumentos dos preços dos combustíveis, mas desde maio que não mexia no ISP – o que lhe permitiu um significativo aumento de arrecadação de carga fiscal.