Imagine-se um concurso de talentos sobre cultura geral – ou um simples jogo de tabuleiro nas férias de verão. Surge a pergunta: ‘Quem inventou a máquina de costura?’. Hipótese a) Thomas Saint; hipótese b) Barthélemy Thrimmonier; hipótese c) Elias Howe; hipótese d) Isaac Singer. Apostamos um dedo como a maioria escolheria o último nome. Afinal, é a ele que associamos a marca da maioria das máquinas de costura que habitam no nosso imaginário. E justifica-se que assim seja. Qual a resposta certa? Todas as alíneas. De patente em patente, de melhoria em melhoria, a máquina de costura foi conhece uma curiosa história de criação. Ora leia.
A primeira patente de uma máquina de costura é de 1790 e foi submetida por Thomas Saint, em Inglaterra. Apesar de nunca ter passado de um protótipo, foi ela que coseu o caminho (perdoe-se o clichê) para o que viria a nascer no século seguinte. Na verdade, outras patentes do mesmo estilo sucederam-se, mas apenas uma foi considerada. Falamos do trabalho do francês Barthélemy Thimmonier, em 1830, que se serviu do aparecimento das agulhas de ponta dupla para juntar panos numa máquina de costura. Conta a história que 80 dessas máquinas instaladas numa fábrica, eram usadas para coser os uniformes do exército francês. Houve, porém, um motim entre trabalhadores, que destruíram as máquinas e Thimmonier acabou por ficar sem nada.
E eis que chegamos a Elias Howe Jr. Nascido no Massachussetts em 1819. Um empreendedor, à luz da terminologia atual, que trabalha com maquinaria leve nos primeiros anos de vida adulta, casa cedo e, quando a mulher começa a aceitar trabalhos de costura, inspira-se para criar uma máquina de costura. O ano é 1846 e o inventor envia a sua criação, através do irmão, para Inglaterra, para que alguém conseguisse reproduzir a sua ideia. Vende-a a William Thomas, viaja para Londres para adaptá-la às necessidades de William, mas depois de várias disputas, a máquina acaba por não avançar. Howe volta aos Estados Unidos e descobre que a sua ideia tinha sido copiada por várias pessoas. Uma delas, o norte-americano Isaac Singer, que tinha estado a arranjar uma das máquinas e decide melhorá-la. Conta, para o efeito, com a ajuda de Walter Hunt, outro inventor que tinha criado uma máquina com ponto fixo, anos antes de Howe, mas que não a tinha chegado a patentear. O caso segue para as altas instâncias judiciais e, em 1854 o tribunal delibera a favor de Howe, por considerar que Singer tinha infringido a patente já registada.
Contudo, é Isaac Singer quem se vai tornar o maior produtor de máquinas de costura domésticas. Depois de patentear 19 melhorias ao primeiro modelo, entre eles o pedal, que deixava as mãos livres para mexer na agulha e no tecide, Singer e o sócio, Edward Clark, arranjaram um sistema de venda a prestações, receita de sucesso entre os consumidores. Com o avançar das décadas, a Singer Corporation torna-se uma empresa de sucesso.
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