O dicionário Priberam não mente. Silhueta: “desenho de perfil de pessoa ou objeto” e até traz a sua origem etimológica: vem do francês silhouette. Este, por sua vez, tem origem no nome de uma pessoa, o francês Étienne de Silhouette, um ministro do Rei Luís XV (1709-1767), que acabou por cunhar um substantivo [nota para relembrar um outro Brain Snack da PRIMA, onde se contou que o verbo boicotar nasceu do nome Charles Boycott]. Vamos ao episódio.
Corria o ano de 1759, e Étienne de Silhouette era nomeado como responsável geral das finanças. A situação política na Europa era instável, as economias do reino de França atravessavam um período complicado. Coube então a Silhouette o papel de diminuir as despesas através de medidas apertadas – por outras palavras: aplicou um regime de austeridade. Reza a história que aumentou os impostos das terras da nobreza, reduziu os seus privilégios e implorou à corte que diminuísse as suas despesas. O resultado? Tornou-se alvo de críticas e nove meses depois de ter sido nomeado, era afastado do cargo, deixando o plano ambicioso por acabar. O apelido, porém, iria vigorar no tempo.
Chamava-se ‘à lá silhouette’ a tudo o que tinha um aspeto inacabado, era feito de forma desajeitada e barata. Por essa altura, em França começaram a fazer-se retratos de pessoas apenas com desenho e recorte em papel escuro, com o contorno do perfil – uma forma de obter um retrato artístico a preços mais acessíveis e diz-se até que o próprio Etiènne de Silhouette também gostava de desenhar perfis de figuras com recurso a poucos traços. Essa moda passou a ser conhecida como ‘retrato à silhueta’ e com o passar do tempo, a palavra ‘silhueta’ tornou-se sinónimo de um perfil de uma pessoa.
Servimos outros snacks de curiosidades:
- Três utensílios de cozinha que mudaram a forma como cozinhamos;
- Em tempos enviavam-se mensagens de voz recolhidas em cabines de gravação;