Segundo informações já divulgadas pelo próprio Elon Musk, a versão 10.0.1 do “Full Self-Driving” deverá ser disponibilizada a milhares de condutores da marca a partir do final desta semana – aqueles que compraram esta funcionalidade opcional e estão numa zona onde a regulamentação não impede que seja usada. Uma decisão que não agradou às autoridades norte-americanas. Numa entrevista ao The Wall Street Journal, a líder do National Transportation Safety Board, Jennifer Homendy, referiu que a Tesla deve lidar com “questões básicas de segurança” antes de aumentar a disponibilidade de tecnologias como o Autopilot e o Full Self-Driving. A responsável também foi clara a indicar que não estava satisfeita com a opção de a Tesla testar software beta em estradas públicas. Uma discussão que não acontece na Europa, onde a regulamentação ainda não permite de base a utilização destas tecnologias, a não ser quando a usar licenças especiais e em locais predefinidos.
O estudo do MIT é mais um trunfo para quem não está de acordo com a decisão da Tesla. Segundo a análise divulgada pelo TechCrunch, “os padrões de comportamento visual mudam antes e depois de se desligar o Autopilot. Quando ativado, os condutores ficam menos focados na estrada e concentram-se mais nas áreas não relacionadas com a condução”, adicionado “a maior proporção de olhares para fora da estrada antes da desativação [do AP] não foi compensada por observações para a frente mais demoradas”. Em suma, o estudo conclui que a utilização de sistemas de apoio à condução torna os condutores menos atentos ao que se passa na estrada, o que não será, propriamente, uma conclusão pouco esperada.
É importante referir que, apesar do nome, a funcionalidade “Full Self-Driving” não é, pelo menos por enquanto, um verdadeiro sistema de condução autónoma total, mas sim um sistema avançado de apoio à condução. Isto porque continua a responsabilizar o condutor pela condução. A versão 10.0.1 do “Full Self-Driving” já estava disponível, mas apenas para um reduzido número de utilizadores. O que deverá mudar a partir de 24 de setembro, com a chegada desta versão do software a mais carros Tesla.
O estudo do MIT pode ser consultado na plataforma ScienceDirect, que alberga publicações de revistas científicas.