Há um antes e um depois de Desalmadamente, o álbum escrito pelo músico e compositor Pedro da Silva Martins, ex-membro dos Deolinda, que, em 2019, resgatou Lena d’Água de um aparente esquecimento, catapultando-a de novo para o topo e apresentando-a, ao mesmo tempo, a uma nova geração. “Não estive propriamente parada e sabia o que ainda tinha dentro de mim, mas estava assim a trabalhar a um nível mais local, digamos”, afirma a cantora com humor à VISÃO.
Com esse primeiro registo de originais em 30 anos, Lena d’Água conseguiu também a proeza de conquistar a crítica, com o disco a ser considerado um dos melhores do ano, algo que nunca antes tinha conseguido, nem mesmo no período mais áureo da carreira, nos anos 80, com canções como Robot, Sempre que o Amor me Quiser ou Dou-te um Doce, hoje considerados verdadeiros clássicos da pop nacional.
Mas agora, com o novo Tropical Glaciar, a lançar no dia 15 deste mês, também isso já é passado. Neste novo trabalho, com a mesma voz cristalina de há 40 anos, Lena d’Água aborda alguns temas que lhe são muito caros, como a ecologia e a defesa do ambiente. “O Pedro [Silva Martins] conhece-me muito bem e já sabia que havia alguns assuntos que eu pretendia abordar. Aliás, quando fizemos o álbum anterior, ficou logo falado que haveríamos de fazer uma continuação”, revela.
Neste concerto de apresentação de Tropical Glaciar, Lena d’Água sobe ao palco acompanhada por uma nova banda, composta por Pedro da Silva Martins (guitarra e voz), Luís J. Martins (guitarra e vozes), Nuno Prata (baixo), Cat Falcão (guitarra e vozes), Sérgio Nascimento (bateria, percussão e vozes) e Vicente Santos (teclado e vozes). Revela ainda à VISÃO que, ao todo, serão tocadas vinte canções: “Todos os temas do disco novo [são dez], quatro do Desalmadamente e ainda mais seis do repertório dos anos 80. Só não digo é quais, que é para ser surpresa [risos].”
Lena D’Água > Teatro de São Luiz > R. António Maria Cardoso, 38, Lisboa > 12 nov, ter 20h > €9 a €17
Ouça aqui o tema Sem Pressa