Quase a completar 30 anos, o mais camaleónico dos grandes festivais de verão nacionais parece ter encontrado não só um poiso definitivo como um perfil que o diferencia da concorrência. Recuemos até 1995, quando o Super Bock Super Rock, então realizado no Passeio Marítimo de Alcântara, no centro de Lisboa, deu início à idade moderna dos festivais de música em Portugal. Desde então, passou por muitos locais, e até cidades, mudando-se em 2019 para a Herdade do Cabeço da Flauta, no Meco.
Com a mudança para esta nova casa, parece ter mudado também o perfil do festival, que passou a assumir-se como uma alternativa aos blockbusters quase sempre repetidos de uma concorrência cada vez mais forte, chamando artistas mais fora da caixa, porventura mais de nicho e direcionados para um público mais jovem e conhecedor, muitas vezes em estreia nos palcos portugueses. Como acontece nesta edição com os italianos Måneskin, responsáveis pela ressurreição do glam rock junto de toda uma nova geração de ouvintes, especialmente depois da surpreendente vitória no Festival da Eurovisão, em 2021.
É à banda de Roma que cabe o estatuto de cabeça de cartaz do primeiro dia, quinta, 18, em que se destacam também a DJ e produtora russa Nina Kraviz, os britânicos Royal Blood, os “nossos” Capitão Fausto ou o norte-americano Tom Morello, eterno guitarrista dos Rage Against the Machine.
Como já é habitual, desde há alguns anos, o SBSR volta a ter um dia dedicado ao hip-hop, quase sempre um dos mais concorridos, como se espera que volte a acontecer neste ano com a presença do anglo-americano 21 Savage e do português Slow J, que partilham entre si o protagonismo do segundo dia, sexta, 19. A cultura hip-hop volta ainda a estar em destaque, no sábado, 20, com as atuações do rapper britânico Stormzy e do seminal coletivo portuense Mind da Gap, de regresso ao ativo após nove anos de hiato.
Super Bock Super Rock > Herdade do Cabeço da Flauta, Sesimbra > 18-20 jul, qui-sáb a partir das 17h > €72 a €164