É uma distinção de que mais nenhuma personagem de BD pode vangloriar-se: a militância de Gloria Steinem, admiradora da Wonder Woman, ou Mulher-Maravilha em tradução portuguesa. O ícone feminista fez lobby junto da DC Comics, na década de 1960, para que a editora devolvesse a força e exceção retirada à personagem na Silver Age (Idade da Prata) dos comics americanos, e que integravam a criação de 1941 do psicólogo William Moulton Marston (sob o pseudónimo Charles Moulton): uma mulher inspiradora da igualdade para as novas gerações.
A amazona Diana Prince, paladina da liberdade, sacudiu o statu quo do mundo masculino dos quadradinhos. E se se pensar que um dos seus atributos é um laço que compele a dizer a verdade, a sua relevância ressurge em tempos de fake news. Destaque do Amadora BD 2021, a exposição 80 anos de Diana, a Mulher-Maravilha: Guerreira e Pacifista reconhece o seu protagonismo, ao lado de Superman e Batman, e o festival conta com alguns dos seus ilustradores: o catalão Álvaro Martínez Bueno e os portugueses Miguel Mendonça e Daniel Henriques. Não é o único aniversário celebrado: 75 anos de Lucky Luke. Os herdeiros de Morris debruça-se sobre a nova versão do cowboy.
Outros heróis familiares terão mostras: Michel Vaillant: o (próximo) desafio, dedicado ao piloto de Fórmula 1; Corvo V: Inimigos íntimos, sobre a premiada criação de Luís Louro. Outros destaques? Marcello Quintanilha. Uma Retrospetiva mostra a obra do autor brasileiro; A História do Mangá disseca a história da BD japonesa; e O bom filho à casa torna. Retrospetiva de Jorge Miguel mostra trabalhos recentes do criador luso, colaborador da Humanoïdes Associés. E muitos livros, autógrafos, traços.
Amadora BD > Ski Skate Amadora Parque, Bedeteca da Amadora e Galeria Municipal Artur Bual > T. 21 436 9055 > até 1 nov, seg-qui 10h-19h, sex-dom 10h-19h30 > €3 > amadorabd.com