O grande cinema deve ser visto em sala, mas quando tal se torna impossível, há que encontrar um sucedâneo. É o que a Medeia Filmes, em colaboração com a Leopardo Filmes, faz, mais uma vez, com uma segunda Quarentena Cinéfila, respondendo assim ao inevitável encerramento do cinema Nimas (que estava a ter uma notável afluência de público).
O primeiro novo ciclo, com cinco filmes, tem o título de Raridades. Em bom rigor, não é composto por obras extremamente raras ou desconhecidas, mas antes por filmes que não tiveram a visibilidade merecida nas salas portuguesas. A começar logo por Posto Avançado do Progresso, invulgar obra do português Hugo Vieira da Silva, de 2016. Com Nuno Lopes, Ivo Alexandre e David Caracol, aborda um tempo e um espaço pouco explorados no cinema português: o colonialismo, em África, nas campanhas do final do séc. XIX. Filmado em Angola, inspira-se num conto de Joseph Conrad.
De inesperada pertinência contemporânea é O Mundo no Arame (1973), do alemão Rainer Fassbinder. Originalmente concebido como uma série televisiva, o filme centra-se numa personagem exótica que tentava desvendar uma teoria da conspiração global. Segue-se Chantrapas, de Otar Iosseliani, o mais cotado dos realizadores georgianos contemporâneos. E, depois, O Pequeno Quinquin, mergulho no original e surrealizante mundo de Bruno Dumont, um dos mais criativos e insubmissos realizadores franceses da atualidade. A fechar o ciclo, Alguns Dias em Setembro, filme de espionagem do realizador argentino Santiago Amigorena.
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