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A exposição Green Citizens é um tributo a todos aqueles que, diariamente, nos educam para um modo de vida mais amigo do ambiente
Guillaume Bression
É no muro que rodeia o Jardim Botânico e em duas salas da Galeria da Biodiversidade, instalada na Casa Andresen, no Porto, que podemos encontrar até 6 de janeiro, os protagonistas de Green Citizens: Pioneiros da mudança, a exposição da UNESCO que, pela primeira vez, chega a Portugal. “Selecionámos 11 histórias, em áreas muito diferentes como a agricultura, a educação, o ambiente, a biodiversidade, para a exposição ser o mais global possível”, frisa Armelle Arrou, representante da UNESCO, no dia da inauguração.
Ao longo de grande parte do muro exterior, que dá para a Rua do Campo Alegre, alinham testemunhos e fotografias, de grande formato, além de explicações sobre cada projeto selecionado. São 11 reportagens à volta do mundo a traçarem o perfil de homens e mulheres que, nestes projetos, surgem como exemplos emblemáticos, capazes de nos inspirar a fazer as escolhas certas para um mundo melhor. “São trabalhadores locais, discretos, mas realmente comprometidos com o ambiente”, diz Armelle Arrou à VISÃO Se7e. Para a responsável da UNESCO, a Green Citizens: Pioneiros da mudança “é um tributo a essas pessoas e um estímulo a estes projetos que podem inspirar outros”.
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Na Reserva da Biosfera de Bosawás, na Nicarágua, as mulheres desempenham um papel fundamental na preservação da cultura Mayangua
Leonardo Wen
A exposição, resultado de uma parceria entre a UNESCO, a agência Sipa Press e a Klorane Botanical Foundation, reúne 45 fotografias e 11 histórias, que nos fazem viajar do Cairo, no Egito, a Oonuki, no Japão, com escala em Paredes de Coura. Ali, conta-se, entre outras, a história de Adham el Sharkawy e de uma escola de reciclagem no Cairo, aprende-se com Hiroto Sato que os métodos tradicionais da cultura do arroz podem otimizar a proteção ambiental ou que “A Grande Muralha Verde” (um ‘muro’ feito de árvores) contra a desertificação, em Widou, no Senegal, já é uma realidade.
A ‘dança com lobos’ portuguesa
A ideia do projeto UNESCO Green Citizens “é ter as pessoas a contar a sua própria história”, acrescenta Benoit Delplanque, coordenador de projetos da agência Sipa Press. “É importante saber-se que qualquer pessoa pode ser um green citizen”, seja ele agricultor, professor ou presidente da Câmara. Queremos dar-lhes voz, para persuadirem outros a fazer coisas, a mudar”, reforça Benoit.
O único caso português nesta exposição leva-nos até Paredes de Coura, à boleia do projeto O Lobo e o Homem criado “em defesa de um novo equilíbrio para restaurar a biodiversidade”, cujas primeiras fotografias – como as de José Alves Oliveira, acompanhado por um rebanho de ovelhas – podem ser vista ainda no jardim. Nas duas salas da Galeria da Biodiversidade, está, além de filmes de programas internacionais, o documentário de João Pedro Marnoto, que nos ajuda a perceber melhor esta temática.
No documentário, o realizador procurou “apresentar o conflito” entre homem e animal “sem tomar partido”. Na região de Paredes de Coura, há duas alcateias que, estima-se, devam ter menos de dez lobos. “Trabalho com os lobos há vários anos e, atualmente, há um projeto com o município de Paredes de Coura que pretende, através da educação e das boas práticas, minimizar esse conflito”, diz-nos Francisco Álvares, do Cibio-inBIO. E, garante o investigador, apesar destes animais serem oportunistas, “não constituem qualquer perigo para o homem”.
Mais do que uma exposição multimédia itinerante, a UNESCO Green Citizens é um programa de incentivo a ideias sustentáveis, à escala global, com uma plataforma online, onde se reúnem cerca de 300 projetos, com partilha de experiências e boas práticas.
Jyothy Karat
UNESCO Green Citizens: Pioneiros da Mudança > Jardim Botânico do Porto e Galeria da Biodiversidade – Centro de Ciência Viva do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto > R. do Campo Alegre, 1191, Porto > até 6 jan > ter-dom 10h-18h > grátis