
A instalação em cortiça do atelier Promontório, no CCB, em Lisboa
D.R.
1. CCB de Verão – Cinema ao Ar Livre, Lisboa
É preciso atravessar as colunas de cortiça de vários tamanhos para entrar na instalação imaginada, pelo atelier Promontório, para acolher a programação de verão do Centro Cultural de Belém. Uma praça dentro da praça, assim mesmo, onde às sextas-feiras, sempre às 21h30, há sessões de cinema com entrada livre, em dois ciclos diferentes que se vão alternando. Um, dedicado ao Maio de 68, 50 anos depois da revolução estudantil que teve Paris como epicentro, com uma série de filmes falados em francês. Outro, dedicado a Murray Grigor, realizador escocês que tem privilegiado o tema da arquitetura através de séries de televisão, documentários e filmes promocionais. A projeção de vídeo em formato DVD faz-se numa tela e há espreguiçadeiras de lona nos deitarmos, mesmo por baixo das estrelas. Centro Cultural de Belém > Praça do Império, Lisboa > Ciclo Maio 68 até 31 ago > Ciclo Murray Grigor até 7 set > sex, 21h30 > grátis
2. Cinema Ao Ar Livre, Oeiras
Fugir aos filmes comerciais, exibindo comédias e algumas obras francesas, é o que define a programação dos dois ciclos de cinema ao ar livre na Fábrica da Pólvora, em Barcarena: um para adultos, com sessões ao sábado, outro para o público infantil, ao domingo. “São sugestões leves, sem grandes dramas, para que todos saiam daqui bem-dispostos”, explica Carlos Pinto, da Divisão de Cultura da Câmara Municipal de Oeiras. Para ver no ecrã do auditório, com capacidade para 700 pessoas, haverá muitas histórias passadas em ambiente de festa, para que as gargalhadas ecoem nesta antiga fábrica de armamento, transformada em núcleo cultural, com parque de merendas, viveiros e restaurantes. Fábrica da Pólvora > Vale de Barcarena, Oeiras > até 26 ago, sáb 22h, dom 11h > grátis > mantas €5

O ciclo é uma viagem pelas memórias coletivas do cinema
Madalena Casal
3. Esplendor na Relva, Sintra
Ir ao cinema no Parque de Monserrate é uma experiência que começa assim que avistamos os primeiros rasgos da Natureza, os contornos do palácio iluminado ao fundo, o anfiteatro natural, onde nos deitamos mesmo sob as estrelas. “É o cinema como acontecimento”, avança o cineasta e curador do Esplendor na Relva, João Mário Grilo, que, depois de uma primeira edição “muito gratificante”, dedicada à obra-prima, se debruça agora sobre a herança do cinema. Um ciclo que viaja por clássicos do século XX, “filmes que queremos mostrar a outras pessoas”, diz, ou ver com outros olhos e noutro cenário. Da programação fazem parte propostas tão diferentes quanto E.T.: O Extraterrestre (1982), de Steven Spielberg, “a que vamos poder assistir em noite de Lua cheia, que estará mesmo por cima do ecrã”, ou Os Pássaros (1963), de Alfred Hitchcock, ainda mais arrepiante neste enquadramento. Há ainda sessões- -mistério, aos sábados à meia-noite, matinés para crianças e a possibilidade de ouvir o pianista Raul Pinto interpretar temas relacionados com o programa. Para João Mário Grilo, que reforça ainda a melhoria das condições de projeção deste ano, este é também um sinal de que ainda se consegue “criar uma relação singular entre os filmes, os lugares e o maravilhamento que é olhar para estas imagens gigantes – quando isso se perder, o cinema também se perderá”. Parque de Monserrate, Sintra > T. 21 923 7300 > até 26 ago > €5 (adulto), €3,5 (6 -18 anos)
4. Casa da Achada, Lisboa
Com o tema Modos de Habitar, a Casa da Achada, em Lisboa recebe um ciclo que mostra as diferentes formas de viver, seja numa casa, numa rua ou numa cidade, seja da burguesia ou da classe operária. “Estamos na Mouraria há dez anos, um bairro que tem sofrido com esta questão da habitação e do turismo. Não há prédio ou apartamento que não se transforme num hotel, num hostel ou num aluguer a curto prazo. Os nossos vizinhos estão a ir-se embora”, lembra Pedro Fernandes, da Casa da Achada. Até 24 de setembro, sempre à segunda-feira, haverá filmes de realizadores portugueses e estrangeiros, para assistir no ecrã instalado num terreno entre dois prédios, na Mouraria, com ou sem manta nas pernas. “Há sempre lugar para mais um convidado ou um vizinho de última hora”, remata. R. da Achada, 11, Lisboa > T. 21 887 7090 > até 24 set, seg 21h30 > grátis

As noites de cinema no Topo Chiado, em Lisboa
Marcos Borga
5. Cine Society, Lisboa e Cascais
“Desde que chegámos a Lisboa que eu e o Chris Wood fizemos muitos amigos à conta das exibições de cinema em nossa casa”, conta Phil Ilic, um dos responsáveis pelo Cine Society, que decorre até ao final de outubro, no Topo Chiado, em Lisboa, e no Hotel Baía, em Cascais. “Tínhamos cada vez mais pessoas, por isso decidimos fazer isto numa escala maior e escolhemos dois dos lugares que consideramos mais bonitos, em Lisboa e nos arredores”, explica o inglês, recém-instalado em Lisboa. É com headphones nos ouvidos que se assiste aos filmes, ora com vista para as ruínas do Carmo, em Lisboa, ora virados para o mar, em Cascais. “É uma escolha muito pessoal. Selecionamos os filmes de que mais gostamos e que nos trazem boas lembranças”, esclarece ainda Phil. A programação é, por isso, diversificada e inclui filmes de culto, comerciais e outros quantos sucessos de bilheteira, como Grease (dia 16) e Top Gun (dia 23). Para tirar o máximo proveito, recomenda-se que as pessoas cheguem cedo e tomem uma bebida enquanto o sol se põe. “O cinema é a nossa paixão, gostamos de receber pessoas e de assistir a filmes com elas”, remata Phil. Topo Chiado > Terraços do Carmo, Lisboa > Hotel Baía > Av. Marginal, Cascais > até 31 out, ter 21h (Hotel Baía), qua-qui 21h (Topo Chiado) > €12 (inclui headphones e bebida)
6. Cinema no Verão, Lisboa
No Jardim do Torel, rodeado por moradias nobres e originário de uma quinta do início do século XVIII, sentamo-nos, a olhar a paisagem que desvenda a Avenida da Liberdade, a colina de São Roque e o rio Tejo. É com este cenário que se assiste às sessões de Cinema no Verão, organizado pela Junta de Freguesia de Santo António, até 25 de agosto. Aconselha-se a chegar com antecedência, para não perder nem a vista nem o lugar sentado – são cerca de 70. “Este ano escolhemos filmes de heróis, não dos que vestem capa ou têm superpoderes, mas pessoas comuns”, afirma Filipa Viegas, do Gabinete de Cultura da junta de freguesia. Jardim do Torel > R. Júlio de Andrade, Lisboa > até 25 ago, sex-sáb 21h > grátis
As noites de cinema no Largo do Oliveira, em Guimarães
D.R.
7. Cinema em Noites de Verão, Guimarães
Há 30 anos, “quando o cinema parecia condenado”, o Cineclube de Guimarães começou (e bem) a exibi-lo na rua, recorda o seu diretor Carlos Mesquita. Hoje, no mesmo Largo da Oliveira, no centro histórico, o mais antigo cinema ao ar livre do País chega a juntar 250 pessoas sentadas frente a uma tela. O ciclo Cinema em Noites de Verão – qualquer semelhança com Sonho de uma Noite de Verão, de Shakespeare, não é coincidência – recorda, neste ano, essa primeira edição de 1988, com a exibição de filmes passados na altura como Feliz Natal, Mr. Lawrence (21 ago) e Viva Zapata! (28 ago). Com um público heterogéneo e sempre em agosto, o Cineclube de Guimarães exibe filmes que juntam a memória do cinema, produções europeias e recentes. Cineclube de Guimarães > Lg. da Oliveira, Guimarães > até 30 ago, 22h > grátis
8. Cine NOS, Lisboa, Porto e Grândola
Os filmes começam a ser exibidos às 21h30, mas antes, ao final da tarde, há sunset com música, pipocas e bebida – tudo incluído no preço do bilhete, que custa 12 euros. É assim às quartas- -feiras, até 26 de setembro, no Jardim Amália Rodrigues, junto ao restaurante Eleven, onde decorre o Cine NOS, ciclo de cinema ao ar livre, que se estreia neste ano em Lisboa e também no cais da Alfândega do Porto (até 28 de agosto, sempre à terça-feira). O cartaz, igual em Lisboa e no Porto, não podia ser mais variado, pois tanto apresenta filmes icónicos como blockbusters. Já em Troia, no Jardim do Norte, junto à marina, as noites de sábado são pensadas para as crianças. Não há pôr do Sol, portanto, nem música nem bebida, mas os miúdos podem sempre levar as pipocas para ver os filmes de animação. E não pagam bilhete por isso. Eleven > Jardim Amália Rodrigues, Lisboa > até 26 set, qua 21h30 > €12 (inclui sunset com música, pipocas e bebida) > Alfândega do Porto > R. Nova da Alfândega, Porto > até 28 ago, ter 21h30 > €12 (inclui sunset com música, pipocas e bebida) > Jardim do Norte (junto à marina), Troia > até 25 ago, sáb 21h30 > grátis
9. Lusco-Fusco, Lisboa
A ideia de projetar cinema neste pátio surgiu quase ao mesmo tempo que o próprio Polo Cultural Gaivotas – um centro de escritórios e salas de ensaio que junta estruturas que trabalham na produção cultural para a cidade, como a Filho Único, dedicada à divulgação musical, e Os Filhos de Lumière, virada para o cinema. E é deste que falámos com Teresa Garcia, cineasta e uma das responsáveis da associação, que se juntou a Diana Lopes, da programação do polo, para pensar o Lusco-Fusco, que inclui projeção de filmes, mas também concertos, DJ sets, performances e jantares temáticos. “A ideia é mostrar cinema que as pessoas já não estão habituadas a ver, criar uma relação entre os filmes e as pessoas que ali vão, estimular a conversa”, resume Teresa. Polo Cultural Gaivotas – Boavista > R. das Gaivotas, 8, Lisboa > T. 21 817 2600 > até 10 set > grátis
10. Cinema Paraíso, Vila Nova de Famalicão
Ainda vai a tempo de assistir às duas últimas sessões do Cinema Paraíso, ciclo de cinema ao ar livre de Famalicão, que vai na 19ª edição. O anfiteatro do Parque da Devesa “chega a reunir 600 a 700 pessoas”, conta Vítor Ribeiro, responsável pelo Cineclube de Joane, encarregue da programação que concilia “filmes dirigidos para o grande público com clássicos do cinema português”. Parque da Devesa, Vila Nova de Famalicão > até 22 ago, qua 22h > grátis

Produções recentes e para todas as idades no Cinema Fora do Sítio, no Porto
D.R.
11. Cinema Fora do Sítio, Porto
É com produções recentes, de diferentes géneros e capazes de agradar a todas as idades, que se compõe o cartaz de filmes a ver em jardins e em praças do Porto. À 19ª edição, o ciclo Cinema Fora do Sítio, organizado pela câmara municipal em parceria com a Fundação INATEL, alargou a plateia para 400 lugares sentados e montou uma área com pufes e almofadas, para as crianças. Ainda assim, aconselha-se que chegue cedo, pois no Jardim das Sobreiras e na Alameda das Fontainhas, no primeiro fim de semana, foram mais de mil as pessoas que assistiram às exibições. Até ao final do mês, há ainda sessões agendadas no Jardim do Palácio de Cristal (sex, 17), no Jardim de Liège (sáb, 18), no Jardim da Arca d’Água (sex, 24) e no Largo Amor de Perdição (sáb, 25). Jardins e praças do Porto > até 25 ago, sex-sáb 22h > grátis
Cinema ao ar livre no Museu Soares dos Reis, no Porto
Lucília Monteiro
12. Quintas à Noite, Porto
A temperatura ultrapassa os 30 graus, mesmo que o relógio marque as 22h, altura em que está prestes a começar a projeção de Stalker, de Andrei Tarkovsky (1979), no picadeiro do Palácio dos Carrancas, sede do Museu Soares dos Reis, no Porto. O ciclo de cinema Quintas à Noite – dia em que o museu tem visitas guiadas gratuitas (a partir das 19h) – já faz parte da agenda de agosto. Pedro Mosca é um dos cinéfilos habituais e, além de aproveitar para visitar aquele que é o seu “museu preferido”, o ciclo de cinema “é uma oportunidade para ver filmes clássicos”. Pelo segundo ano, a programação está a cargo do Projeto Orbital e tem como ponto de partida a palavra “precariedade”. Até ao final deste mês serão exibidos clássicos e filmes de culto da história do cinema dos franceses Alain Resnais, Jean Vigo e Léos Carax. A produção mais recente será Canino, do realizador grego Yorgos Lanthimos (2009), a fechar o ciclo no dia 30. Museu Nacional Soares dos Reis > R. D. Manuel II, 44, Porto > 22 339 3770 > até 30 ago, qui 22h > grátis
13. As Noites de Boris, Porto
Para lá da vista ímpar e da envolvência, em agosto há cinema ao ar livre na Cooperativa Árvore, no Porto. Às quartas-feiras, na esplanada do restaurante, abrigada pelo arvoredo centenário, alinham-se as cadeiras para o ciclo de curtas-metragens As Noites de Boris. É assim há quatro anos: durante a pausa na programação regular na Casa das Artes, o Cineclube do Porto ocupa as Virtudes para, como diz a sua presidente, Joana Canas Marques, continuar “a promover a cinefilia”. Depois dos filmes premiados no 26º Curtas de Vila do Conde, o ciclo prossegue com Russa, de João Salaviza, e Bicicleta, de Luís Vieira Campos, duas abordagens muito diferentes do mesmo tema: o bairro do Aleixo, no Porto (qua, 22). Por ali vão passar também as primeiras obras dos realizadores portugueses Rodrigo Areias, Cláudia Varejão, André Gil Mata e Miguel Gomes (qua, 29), além de um warm up do Beast, festival dedicado ao cinema da Europa do Leste (qua, 15). Sem ultrapassar uma hora de exibição, para Joana Canas Marques esta é, sem dúvida, uma oportunidade para ver bom cinema. E quem chegar cedo pode ainda aproveitar os românticos bancos de namorados no muro de granito, para ver a noite tomar conta da cidade. Cooperativa Árvore > R. Azevedo de Albuquerque, 1, Porto > T. 22 207 6010 > até 29 ago, qua 22h > grátis

São mais de 40 filmes que fazem a 6ª edição do Periferias – Festival Internacional de Cinema de Marvão e Valência de Alcântara