Já são mais de dez anos de uma carreira em que o músico norte-americano se afirmou como um dos mais talentosos escritores de canções deste início de século. Depois de ter começado a tocar, ainda nos anos 90, em diversas bandas da região de São Francisco, Cass McCombs deu-se a conhecer a solo com o álbum de estreia A e, desde logo, chamou a atenção da crítica pela moderna abordagem, tanto musical quanto poética, a um género tão simples como a folk, ao qual acrescentou uma inconformada postura rock, que viria a transformar-se em norma nos anos seguintes, para muitos outros músicos seus conterrâneos.
E quando já parecia ter atingido o pináculo da criação, com o aclamado Big Wheel and Others, editado em 2013, eis que Cass McCombs voltou a baralhar tudo outra vez com o novo Mangy Love, editado no verão passado e porventura o mais eclético e (porque não?) surpreendente registo da sua vasta discografia – conta já com nove trabalhos em nome próprio.
Ao longo 11 músicas, discorre sobre temas como o racismo, a misoginia e tantos outros erros e injustiças deste mundo, através de imaginativas alegorias e metáforas, enquanto vagueia pelo blues e pela soul, mas também pelos mais variados psicadelismos, sempre com uma toada punk low-fi que desconstrói por completo a imagem de ícone da nova folk americana.
Um disco para conhecer agora ao vivo neste concerto único em Lisboa, integrado no festival Misty Fest, que até ao dia 13 trará a 11 cidades portuguesas 35 espetáculos de 21 artistas, entre os quais se incluem nomes como Andrew Bird, Hindi Zahra, José James, Melingo, Rodrigo Leão & Scott Matthew ou Wim Mertens.
Cass McCombs > Cinema São Jorge > Av. da Liberdade, 175, Lisboa > T. 21 310 3400 > 3 nov, qui 21h > €25 a €30