1. The Craft Company Café, Cascais
As conversas em torno das lãs e dos fios de bordar levaram Alexandra Egreja a abrir uma casa de chá na porta ao lado da The Craft Company, no centro de Cascais. “Só falta mesmo um chá”, ouvia muitas vezes dos clientes que iam à sua loja. Na ementa, contam-se 16 referências compradas na Companhia Portugueza do Chá (em Lisboa). Cada uma é preparada com a temperatura da água certa e servida em bules e chávenas antigas da família. Os chás verde, preto, branco e rooibos, e as diferentes tisanas, como a de hortelã e de camomila (bule pequeno, a partir de €3,60 para duas pessoas), vão mesmo bem com uma fatia do bolo de maçã caseiro. Pç. Dr. Francisco Sá Carneiro, 4A, Cascais > T. 92 686 8813 > ter-dom 9h-19h
2. Hotel Ritz Four Seasons, Lisboa
Elegância, requinte e pormenor. Assim se pode definir o Chá da Tarde servido no Salão Almada Negreiros do Hotel Ritz, em Lisboa, que surge de uma parceria inédita com a Guerlain, marca de alta cosmética e perfumaria francesa. Após uma primeira temporada em novembro, é agora inspirado na gama de produtos Gold Nobile, da linha Orchidée Impériale. O Chá da Tarde ganha assim outras tonalidades, em dourado, e um menu distinto preparado pelo chefe de pastelaria Diogo Lopes, que se inspirou nas cores e propriedades das orquídeas. Para acompanhar uma das variedades de chá da marca Jing Tea, colhidas nas melhores regiões de chá da Ásia, junta-se uma seleção de doces e salgados. Exemplos? Cremoso de chocolate, banana e caramelo; esperanza de mel, limão e flores; macarron de hibiscus e lavanda; húmus, beterraba amarela e limão, e foie gras, moscatel e ouro. Disponível até março, o menu (€58) inclui uma flute de champanhe e amostras de cuidados para a pele da marca francesa. R. Rodrigo da Fonseca, 88, Lisboa > T. 21 381 1401 > seg-dom 15h30-18h30
3. InterContinental Cascais-Estoril
É com vista sobre o mar que é servido o Chá da Tarde, entre as 15h30 e as 18h, no restaurante Bago du Vin, no hotel InterContinental Cascais-Estoril. Das nove sugestões da marca portuguesa Infusões com História, que compõem os dois menus – um com petit fours, sanduíches e scones (€26), o outro com scones (€12), destaca-se o Spa Infusion, desenvolvido para o spa deste hotel, composto por erva-príncipe, lúcia-lima, camomila, alfazema e cardamomo. Também a Infusão Floral, de funcho, sabugueiro e hipericão, pode ser uma boa sugestão. Av. Marginal, 8023, Estoril, Cascais > T. 21 829 1100 > seg-dom 15h30-18h
4. Pavilhão Chinês, Lisboa
Da arte de bem receber às peças oriundas de vários cantos do mundo, reunidas pelo decorador Luís Pinto Coelho, tudo no Pavilhão Chinês se mantém. O mesmo acontece com a carta de chás puros e aromatizados (€5 cada), servida desde fevereiro de 1986, data em que o mítico bar do Príncipe Real abriu as portas. Com 23 referências de várias proveniências, do Sri Lanka à Índia e à China, do Nepal ao Quénia, é uma viagem pelo mundo dos sabores e aromas. Vale a pena experimentar o Lung Ching, chá verde de alta qualidade, produzido nas montanhas perto da cidade chinesa de Hangzhou, cuja colheita só se faz na primavera, ou o Marinyin, do Quénia, um chá preto de aroma muito intenso. R. D. Pedro V, 89, Lisboa > T. 21 342 4729 > seg-sáb 18h-2h, dom 21h-2h
5. Café Saudade, Sintra
Na bonita cafetaria de Sintra, decorada com peças da Bordallo Pinheiro e tetos esculpidos à mão, o chá tem lugar de destaque (€2,70). Às variedades preto, verde, earl grey e verde com jasmim, da plantação da Gorreana, na ilha açoriana de São Miguel, juntam-se sete infusões feitas na casa, como a Saudade, uma mistura de hortelã-pimenta, limão, girassol e amoras, e a infusão Inverno, com erva-príncipe, lima, cardamomo e canela. Para saborear com uma fatia de bolo de maçã, canela e noz. Av. Dr. Miguel Bombarda 6, Sintra > T. 21 242 8804 > qua-dom 8h-18h
6. Confeitaria Nacional, Lisboa
Inspirada nas pâtisseries parisienses, a Confeitaria Nacional, inaugurada em 1829 por Balthazar Roiz Castanheiro, na Praça da Figueira, em Lisboa, é morada obrigatória para quem aprecia um bom chá. A qualquer hora do dia, servem oito variedades da marca alemã Althaus, que conta com mais de 40 anos de experiência na cultura do chá. Aqui, o difícil será escolher o bolo para acompanhar o chá verde, preto ou de menta (€2,50, €3,50/2 pessoas), ou não estivéssemos numa casa conhecida pela pastelaria tradicional portuguesa. Pç. da Figueira, 18, Lisboa > T. 21 342 4470 > seg-dom 8h30-20h
7. Tavi, Porto
De quase todas as mesas desta confeitaria histórica do Porto se avista o Atlântico. Daí que, há décadas, seja uma escolha óbvia para quem se passeie pela Foz e queira fazer uma pausa para tomar um chá. As infusões, todas biológicas, são do Cantinho das Aromáticas, adquiridas por Rui Paiva, dono da Tavi, antes de o projeto fechar em 2023. Pode sempre beber uma chávena de chá simples (€2,40), mas saberá ainda melhor acompanhada de scones (€3) ou de uma fatia do célebre bolo inglês feito na casa, denso e aromático, com frutas cristalizadas: tâmara, alperce, ameixa preta, uva-passa, figo do Douro, maceradas em Brandy durante três dias (€5, menu chá). R. Senhora da Luz, 363, Porto > T. 22 618 0152 > seg-dom 8h30-20h
8. Buuh! e Etc, Porto
Mal se dá por ele, escondido na Praça da República, no Porto. Mas o café, aberto há 11 anos por Ivone e Alberto Lopes (idealizado pelo filho do casal), orgulha-se de ter uma carta de infusões da francesa Palais des Thés. À variedade de chás pretos, rooibos, verde ou brancos (€2,40, chávena) – “os clientes por vezes não sabem o que escolher, só pedem um bom chá”, conta Ivone – juntam-se os seis bolos caseiros diários (€2,30/fatia) para acompanhar: cenoura, chocolate e frutos vermelhos, amêndoa, laranja e gengibre, maçã com vinho do Porto ou merengue de limão. Uma gulodice sem hora marcada. Pç. da República, 164, Porto > T. 96 334 4150 > seg-sáb 10h-19h30
9. Guarany, Porto
Vai a caminho dos 100 anos este café histórico do Porto (1933), situado em plena Avenida dos Aliados e dos mesmos proprietários do já centenário Majestic (1921). Renovado em 2003 com dois painéis de Graça Morais, manteve o alto-relevo em mármore de Henrique Moreira e tradições do tempo em que era café-concerto. Como o menu de chá (servido das 15h às 19h), em que entram chás da asiática TWG 1837, leite, café ou chocolate quente, cesto com tostas e croissant, compota e manteiga, tarte de maçã ou de amêndoa e sumo de laranja (€16,50). Pedindo, trocam uma das opções pela rabanada frita ao momento. Tudo servido com requinte, em loiça da Vista Alegre. Av. dos Aliados, 85, Porto > T. 22 332 1272 > seg-sáb 9h-23h
10. Rota do Chá, Porto
Quando abriu, em 2002, pelas mãos de Miguel Ortigão, terá sido a primeira (e verdadeira) casa de chá do Porto. Volvidas duas décadas, a Rota do Chá continua a ser o lugar onde vai quem gosta de saborear infusões do mundo (Índia, Vietname, Estados Unidos, América do Sul, Marrocos, Sri Lanka, até ao açoriano Gorreana) num ambiente descontraído. Lourenço Sá Morais, sobrinho de Miguel, é agora quem gere o negócio, sempre com o acompanhamento do tio, responsável pela mistura de infusões dos quatro cantos do planeta – vendem-se ao peso na loja, como o chá de vinho do Porto Vintage ou Tawny, um best-seller. Nas diferentes salas, decoradas ao estilo oriental com peças vintage, ou no belíssimo jardim, o chá (€3,50, bule mais pequeno) vai bem a qualquer hora com scones (€4), uma fatia do bolo de chocolate (€3,50), ou mesmo incluído num brunch (€16,50). R. Miguel Bombarda, 457, Porto > T. 22 013 6726 > seg-sex 12h-19h, sáb-dom 12h-20h
Chás e infusões nacionais
Há mais de uma década que Nina Gruntkowski e Dirk Niepoort realizaram o sonho de ter uma plantação de chá em Portugal – que se juntou à Gorreana, a única portuguesa até então, nos Açores. Em Fornelo, Vila do Conde, o projeto Chá Camélia tem mais de 12 mil plantas de Camellia sinensis, seguindo os princípios da agricultura biológica e a partir de ensinamentos do casal japonês Haruyo e Shigeru Morimoto. A cada ano, desde 2019, são colhidas à mão as folhas das plantas para obter o chá Camélia (verde) com algumas variações: o Kintsugi (obtido das primeiras folhas na primavera); Nosso Chá (folhas da primeira colheita); Florchá (a partir das flores desidratadas) ou o Pipachá, resultado de um estágio de Oolong em pipas velhas de Vinho do Porto. Dos solos que, no Alto Minho, dão origem ao Alvarinho não nasce apenas vinha. A Soalheiro, conhecida marca de vinhos da região de Melgaço, também se dedica às infusões em modo biológico. A linha The Pur Terroir tem, ao todo, dez variedades: alecrim, lúcia-lima, tomilho-limão, perpétua-roxa, hortelã-pimenta-chocolate, entre outras.
Onde comprar
Companhia Portugueza do Chá A loja do argentino Sebastián Filgueiras está forrada de latas, bules de ferro e chávenas de porcelana. Um paraíso do chá em Lisboa, com cerca de 300 referências, vindas da Coreia do Sul, Nepal, Ruanda, Formosa, Japão ou Malawi, e em combinações próprias. Rua do Poço dos Negros, 105.
Tea Shop Têm cerca de 140 variedades em loja, vindas de várias partes do mundo, como a Índia, o Japão ou o Sri Lanka, em chás puros (também a granel), infusões e blends da casa, que são dados a cheirar aos clientes mais curiosos. Lojas em Lisboa, Oeiras e Matosinhos.
Mùi Concept Mùi significa perfume em vietnamita. Natural daquele país do Sudeste Asiático, Thuy Tien prepara há mais de uma década as receitas dos cerca de 120 chás e tisanas (alguns dos quais biológicos) que vende na sua loja na Rua D. Manuel II, 51 A, no Porto.