1. Quinta da Taboadella
Brunch na varanda da adega
A adega da Taboadella, projeto do arquiteto Carlos Castanheira, é uma das referências do Dão desde que nasceu, vai para mais de um ano. Construída em madeira reciclada e revestida a cortiça, com um passadiço sobre a sala das barricas, destaca-se na paisagem da quinta com 41 hectares, em Silvã de Cima, administrada por Luísa Amorim. Além de visitas à adega guiadas por um enólogo, organizam um brunch na varanda, ideal para reunir a família e os amigos, com vista para a maior mancha de vinha do Dão, rodeada de pinheiros-mansos, sobreiros, carvalhos e cedros. Para saborear lentamente, servem pães regionais, bolas de carne, saladas, arroz de pato, creme de legumes, tábuas de queijos e enchidos, fruta laminada e doces tradicionais da região, como os pastéis de Vouzela. Água, café e chá estão incluídos no menu, mas os vinhos Taboadella podem (e devem) ser acrescentados. Silvã de Cima, Sátão > T. 232 244 000 / 96 711 6877 > ter-sáb 10h-14h > €50 (mínimo 14 pessoas)
2. São Lourenço do Barrocal
Prova de monocastas com passeio de charrete
São várias as razões para visitar o São Lourenço do Barrocal. Este monte alentejano com 780 hectares, a cinco minutos de Monsaraz e do Alqueva, transformado em hotel rural de luxo (despretensioso, diga-se), propõe um sem-número de atividades enoturísticas e agrícolas, sem ter de pernoitar. O dia pode começar com um passeio de charrete pelos 15 hectares de vinha, berço dos vinhos de “alta expressão” do Barrocal, criados pela enóloga Susana Esteban, explorando a Natureza à volta. No final do passeio, provam-se cinco monocastas na sala de provas ou no meio do campo. Em alternativa, pode fazer apenas uma prova de cinco vinhos para descobrir mais sobre o terroir, com visita à adega incluída. A estas atividades enoturísticas juntam-se outras propostas, como a oficina de cozinha alentejana (uma refeição completa com pairing de vinhos) e o piquenique, uma cesta recheada de iguarias preparadas pela equipa do chefe Celestino Grave e que pode incluir suplemento de vinhos. Apicultura, caminhadas e prova de azeites também estão disponíveis. EN514, Reguengos de Monsaraz > T. 266 247 140 > passeio com prova de vinhos €235 (duas pessoas), prova de cinco vinhos €60
3. Quinta da Manoella
Almoço típico do Douro
Na família de Sandra Tavares da Silva e Jorge Serôdio Borges (mentores da empresa Wine & Soul) há cinco gerações, a Quinta da Manoella é imensa: 60 hectares, 20 dos quais de vinha (entre videiras centenárias e jovens), rodeada de uma densa floresta. Situada em Vale de Mendiz, Pinhão, a propriedade de 1838 pode ser descoberta numa visita a pé ou durante um almoço típico do Douro, servido num alpendre junto à casa antiga que o casal ambiciona recuperar para lá ficar a viver. Com a duração de cinco horas, o repasto inclui enchidos e queijos regionais, bola tradicional, bacalhau com broa, leite-creme ou bolo de noz, acompanhado de um dos vinhos Manoella produzidos pelo casal de enólogos. Vale de Mendiz, EM 584, Pinhão > T. 254 738 076 / 91 043 3683 > almoço €104 (mínimo oito pessoas)
4. Quinta do Bomfim
Piquenique com sopa de tomate-coração-de-boi
Desde o verão de 2020, quando o chefe de cozinha Pedro Lemos iniciou a parceria com a família Symington na Quinta do Bomfim, onde é produzido o Porto Dow’s, que se sucedem as novidades no que à comida diz respeito. Depois da abertura dos restaurantes Casa dos Ecos (2020) e do Bomfim 1896 (2022), eleito o Melhor Restaurante na última edição do Prémio Nacional de Enoturismo, são agora os piqueniques a merecer a atenção de Pedro Lemos (uma Estrela Michelin no seu restaurante homónimo, no Porto). Este mês, a quinta duriense passa a contar com um lugar erguido no meio das vinhas, onde se pode saborear um menu composto por sopa fria de tomate-coração-de-boi, carapau de escabeche, salada de verduras, queijo curado, fruta, covilhete (pastéis de massa folhada recheados com carne, típicos de Vila Real) e toucinho-do-céu (o menu pode ser servido em versão vegetariana ou infantil). A cesta inclui uma garrafa de Altano branco (para duas pessoas) e um cálice de Porto Dow’s Tawny 10 Anos ou LBV. Só precisa de se sentar à mesa e olhar o Douro. Pinhão > T. 254 730 370 > qua-dom 12h-17h > €40, menu infantil €15
5. AdegaMãe
Brunch vínico numa adega de autor
De linhas retas e depuradas, o edifício da AdegaMãe do arquiteto Pedro Mateus chama a atenção quando se chega à Quinta da Archeira, perto de Torres Vedras. Semelhante a um miradouro, é um retângulo semienterrado, com 75 metros de comprimento e 45 de largura, e vista para a vinha e as serras da Archeira e do Socorro. Na propriedade da família Alves, fundadora do Grupo Riberalves, o brunch vínico é um dos programas de enoturismo que dão a provar vinhos marcados pela proximidade do mar e pela influência do clima atlântico, produzidos sob a orientação do enólogo Diogo Lopes. Depois de uma visita à adega, há que escolher uma das mesas do restaurante Sal na Adega para saborear o pastel de bacalhau e a bolinha de alheira, entre outras iguarias da ementa regional acompanhada por quatro referências: Dory branco e tinto, AdegaMãe Monocasta e AdegaMãe Reserva. S.P. Estr. Municipal 554, Fernandinho, Ventosa, Torres Vedras > T. 261 950 100 > 10h-12h > brunch €45, prova de três vinhos €15
6. Quinta da Roêda
Passeio na vinha guiado por uma aplicação
Uns metros à frente da sala de provas, onde se recebe água e um chapéu de palha, há uma pequena casa de pedra onde todos querem entrar. Da sua janela, observam-se as vinhas e o rio Douro envoltos no silêncio. Mas no novo percurso de 11 etapas À Descoberta da Quinta da Roêda (1h30), que pode ser feito seguindo uma aplicação no telemóvel e as setas rosa, não faltam outras panorâmicas de pasmar. Ao longo do passeio por uma parte dos 109 hectares da Quinta da Roêda, berço da Croft e do primeiro vinho do Porto rosé, aprende-se sobre o solo xistoso do Douro que fornece os nutrientes minerais, as diferentes castas, relembra-se a praga de filoxera que devastou grande parte das vinhas no século XIX (aqui obrigou à renovação de 50 mil videiras) e a aposta na sustentabilidade com a construção de hotéis para insetos ou a utilização da pele da uva como fertilizante natural. Nas casas da Viticultura e do Alambique conhece-se o trabalho na vinha ao longo do ano e a produção de brandy. O percurso termina com uma explicação sobre a vinificação na adega onde se mantêm dois lagares de pedra e um antigo tonel (1868). O passeio não inclui prova, mas saberá bem terminá-lo com um cálice de Porto (a partir €14). Pinhão > T. 22 0133102 > seg-dom 10h-18h30 > visita livre €8
7. Mainova
Almoço com menu de chefe
Avistar uma raposa tranquilamente deitada ao sol sobre um penedo, durante o passeio de jipe às vinhas e às oliveiras milenares da Mainova, deu logo a ideia de que estaríamos num lugar especial. Este projeto, no Vimieiro, é de Bárbara Monteiro, a mais nova de três irmãs, que pegou na Herdade da Fonte Santa, propriedade familiar com 200 hectares (90 de olival, 20 de vinha), e transformou-a numa marca de vinhos de baixa intervenção e de azeite com um programa de enoturismo original, o Wine Art Gallery. “Fazer vinho é uma arte”, diz Bárbara, e a adega, onde há murais pintados, “é uma galeria de fazer vinho, onde tudo acontece”. No edifício minimalista de grandes vidraças, paredes ocre e apontamentos de madeira, corda e palhinha, decorrem as provas de vinhos acompanhadas com uma tábua de enchidos e queijos regionais. Mas o que se propõe é muito variado. Refeições vínicas, programa de vindima, almoço piquenique à sombra de uma oliveira milenar e o Mainova à Mesa, um almoço assinado pelo chefe João Narigueta do restaurante Híbrido (Évora), com harmonização de vinhos, visita guiada à adega e à herdade em regime de produção integrada e biológica. Herdade da Fonte Santa, EN 372-1, Vimieiro, Arraiolos > T. 91 073 2526 > seg-sáb 9h30-17h > prova de vinhos €35, Mainova à Mesa €125
8. Herdade do Barranco do Vale
Provar os vinhos do Algarve
Em Campilhos, a dez minutos de São Bartolomeu de Messines, esta herdade tem uma área de 70 hectares reservada à Negra Mole, casta autóctone algarvia que quase se extinguiu nos anos 1980 para dar lugar ao betão. É com ela, que cresce em solo xistoso, que se produz um rosé especial, um dos vinhos que se provam acompanhados de petiscos serranos, depois de um passeio pela vinha, a pé ou de trator. A Herdade do Barranco do Vale é um dos cerca de 20 produtores que integram a rota de enoturismo lançada em fevereiro deste ano pela Comissão Vitivinícola da região para mostrar como a má fama da produção algarvia é injusta para o que sai deste terroir (reservas no site Algarve Wine Tourism). L.O. Estr. Municipal 510, Sítio dos Campilhos, S. Bartolomeu de Messines > T. 92 902 9360 > provas a partir de €15