De portas fechadas há duas semanas, a Livraria Lello decidiu seguir o repto da Ministra da Cultura, Graça Fonseca, que, há dias, dizia: “Nada, pelo contrário, proíbe que uma livraria possa vender à porta, no postigo”, durante o estado de emergência. Ora, é isso mesmo que vai acontecer, a partir desta quarta, 1 de abril, dia em que se inaugura na Rua da Carmelitas, no Porto, o primeiro “drive thru livreiro” do mundo.
A obra Mensagem, de Fernando Pessoa estreia a oferta diária de livros, de segunda a sexta, das 10h às 12 horas, “para que os portuenses que não abdiquem de ler”, escreve a Lello em comunicado. “Entendemos que se os livros têm sempre um papel fundamental na vida das populações, ainda mais assumem um papel insubstituível neste período difícil em que vivemos, durante o qual são um forte contributo para a sanidade mental de todos nós, de cada um de nós”, lê-se ainda comunidado.
A partir de “um fisicamente pequeno mas simbolicamente gigante postigo para a cidade”, descrevem os responsáveis, será entregue um livro a quem se tenha inscrito até às 18 horas do dia anterior, através do e-mail info@livrarialello.pt, enviando os dados pessoais (nome, morada e contacto telefónico) para combinar a hora de entrega. Nessa altura, o livro será levado até à janela do carro por um colaborador da livraria, cumprindo todas as normas de segurança e higiene.
Depois de Mensagem (1 abril), seguem-se Na Livraria Mais Bonita do Mundo (2 abril, Dia Mundial do Livro Infantil) e O Livro da Selva (3 abril), de Rudyard Kipling.
As obras para oferta fazem parte da The Collection, coleção de títulos editados pela Lello, onde constam, entre outros, Mensagem, O Grande Gatsby, Romeu e Julieta, Os Maias, Amor de Perdição, O Principezinho, A Arte da Guerra, ou As Aventuras de Tom. “São clássicos da literatura intemporais, de autores de todas as geografias, nas suas edições originais e em versões traduzidas em alguns idiomas”, salientam. “Livros para ler em três dias, outros para ler num mês, livros para domingos à tarde preguiçosos e livros para ler aos seus filhos”, descreve a livraria, acrescentando tratar-se de “um verdadeiro ato de ‘Amor nos Tempos da Cólera’, para com os seus leitores.”