Primeiro foi o jornal britânico The Guardian, de 19 de julho, a eleger o Boom como um dos dez melhores festivais de música da Europa, escrevendo que tem “um pouco do espírito do Burning Man [nos Estados Unidos], na Europa”. Uma semana depois, sempre em crescendo, veio a Rolling Stone classificá-lo como um dos “sete espetaculares acontecimentos do mundo”. A revista americana descreve-o como “um regresso à vibração boémia e espiritual dos anos 60, misturada com a comida, música e performance artística fenomenais da Península Ibérica”. Para Artur Mendes da organização do Festival Boom estas distinções valem o que valem, mas “é curioso que em Portugal ainda exista uma visão preconceituosa sobre o festival e que os media de referência internacionais reconheçam a sua importância”.
À 11.ª edição, os bilhetes para este festival bianual voltaram a esgotar (já aconteceu em 2008 e 2014). Apesar do número de entradas ter sido reduzido, para manter o “sentido de familiaridade e conforto”, os 33 333 ingressos venderam-se, no início do ano, em apenas 34 dias. São agora esperadas 154 nacionalidades, com cerca de sete mil franceses a liderarem a participação. Neste festival, cujo conceito não se circunscreve só a um cartaz musical, há um programa ambiental que sustenta o êxito da iniciativa, a começar pelo tema, este ano dedicado ao Shamanismo, a relação do ser humano com a preocupação ambiental e o uso da Natureza.
Entre as novidades do recinto, uma herdade lindíssima com 150 hectares, que tem um lago mesmo na raia beirã, salienta-se a Liminal Village, este ano construída com base numa arquitetura sustentável, usando o cartão como principal matéria-prima. Terá duas novas áreas, uma para Organizações Não Governamentais dedicadas à sustentabilidade, outra para as tecnologias ambientais (Eco Tech Hub) que recebe startups cuja principal área de trabalho é o Ambiente.
Entre os palcos, pelo novo Nataraj passarão várias danças do mundo, como a indiana, japonesa, belly dance e contemporânea. A Boom Bike Village nasceu da necessidade de dar apoio ao crescente número de pessoas que chegava a Idanha-a-Nova de bicicleta, vindas de diversos países da Europa. Em 2014, por exemplo, foram oitenta. Mais do que uma zona, é um projeto que inclui um micro site com recomendações de locais de paragem e pontos de encontro. No fundo, é um serviço personalizado que, à chegada ao recinto do festival, tem workshops de customização de bicicletas e uma oficina de reparações. Até as 380 pessoas que trabalham na produção usam a bicicleta para as deslocações dentro do recinto.
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