Há os senhores degraus e os degrauzinhos, 262 no total, para subir sem pressas e sem medos. António Dias termina a descida da escada que acompanha todo o arco da Ponte da Arrábida, no Porto, sem se lhe notar qualquer sinal de cansaço. Quando teve conhecimento das visitas organizadas pela Porto Bridge Climb, a empresa criada por Pedro Pardinhas, quis imitar a figura de Edgar Cardoso, projetista desta notável obra (classificada como monumento nacional), o maior arco em betão armado do mundo. “Recordo-me do engenheiro aos saltos na ponte, tinha oito anos quando o meu falecido avô me levou a assistir ao fecho do arco”, conta. À inauguração, em 1963, com a presença do presidente da República Américo Tomás, acorreu uma multidão e a imprensa internacional em peso, pronta para assistir a uma tragédia que, felizmente, nunca veio a acontecer.
Imponente, a ponte serve agora de miradouro aos não tão intrépidos visitantes, que durante toda a visita usam um arnês de segurança ligado a uma linha de vida (cabo de aço). Não há que ter receio de vertigens, pois existem cerca de dois metros a separar as escadas do abismo. De 45 em 45 minutos sensivelmente, faz-se uma nova subida, com acompanhamento de um guia, podendo cada grupo ter um máximo de 13 pessoas (entre os 16 e os 79 anos). Chegando a meio do arco, 65 metros acima do rio, é hora de dar largas aos dotes fotográficos. Dali se avista a cúpula do Palácio de Cristal, rodeada de árvores, a sé do Porto, o edifício da Alfândega, o mosteiro da Serra do Pilar e a foz do rio Douro em todo o seu esplendor.
Para saber mais sobre esta e as outras cinco pontes que ligam Vila Nova de Gaia ao Porto, além de pormenores sobre a vida e obra de Edgar Cardoso, há uma pequena exposição com fotografias históricas, no sopé do pilar da ponte, onde a Porto Bridge Climb instalou um pequeno balcão
Porto Bridge Climb > Ponte da Arrábida, R. do Ouro, 680, Porto > T. 92 920 7117 > seg-dom 13h45-20h30 > €9,50 a €12,50 (sáb-dom)