Depois de se conhecer o novo hotel Montebelo Vista Alegre em Lisboa, há duas coisas que ficam na memória: o jogo de cores e materiais e os detalhes artísticos, que o tornam único. “É um embaixador da Vista Alegre em Lisboa”, diz-nos Jorge Costa, vice-presidente da Visabeira Turismo e cicerone da nossa visita.
No edifício fronteiro ao Largo Barão de Quintela, no Chiado, há 58 quartos distribuídos por quatro pisos, todos com disposições diferentes, fruto do aproveitamento dos espaços preexistentes. Na master-suíte, restauraram-se os estuques do teto e, para que não se mexesse na estrutura – a recuperação do edifício foi feita com o mínimo de intervenção possível –, a dupla de arquitetos da Visabeira, Paula Fonseca Nunes e Tiago Araújo, desenvolveu uma caixa espelhada para instalar a casa de banho.
Já a decoração é uma combinação de mobiliário de inspiração art déco e materiais como o veludo, em mostarda, verde-garrafa e bordeaux, e paredes brancas pontuadas por peças da Vista Alegre. “Trouxemos os artistas da fábrica para pintarem à mão elementos decorativos”, explica Jorge Costa, enquanto nos deliciamos com o desenho de um caracol na parede, como se se passeasse por ela.
Em contraponto, os corredores e a grande escadaria pintam-se de azul-escuro, destacando a sinalética em cerâmica e as pequenas esculturas em biscuit, que identificam os quartos. Mais cenográfica só a zona da receção, onde, no balcão, repousam dois candeeiros com elefantes (peças exclusivas) e se vê um quadríptico em biscuit com elementos alusivos à Vista Alegre e à história do edifício, que durante anos foi a sede da secular empresa de porcelanas em Lisboa.
É daqui que se acede à sala de estar e ao restaurante Ponja Nikkei, uma parceria que traz a este hotel a cozinha nikkei, uma combinação de gastronomia peruana e japonesa, a prometer boas partilhas à mesa, sempre com um pisco sour para brindar às coisas bonitas.
Montebelo Vista Alegre Chiado Hotel > Lg. Barão de Quintela, 3, Lisboa > T. 21 054 8480 > a partir de €300
Aqui à volta: Passeio entre o Chiado e o Cais do Sodré
1. Fábrica Sant’Anna
A última fábrica de azulejos e faianças feitas à mão de Lisboa manteve a sua loja no edifício do hotel, mas mudou de número de porta. Os azulejos e peças decorativas pintadas à mão estão aqui bem representados. Lg. Barão de Quintela, 4
2. Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado
Aurélia de Sousa, Eduardo Nery, Jorge Vieira e Rui Chafes são alguns dos artistas representados na coleção que atravessa a história da arte em Portugal, desde 1850 até à atualidade. R. Serpa Pinto, 4 > ter-dom, 10h-18h
3. O Bom o Mau e o Vilão
Neste bar, aberto há dez anos, a música ao vivo é o prato forte e vai do jazz à soul, do funk à eletrónica, contando ainda com DJ set. Só tem que escolher a sala – azul, rosa, vermelha, amarela e privada – porque a entrada é gratuita. R. do Alecrim, 21 > seg-dom 19h-2h