1. Parque D. Carlos I
Para dar início ao passeio pelo Parque D. Carlos I, escolha-se a entrada (existem dez) do túnel Céu de Vidro, perto dos Pavilhões, de construção singular e pensados originalmente para albergar o hospital termal da cidade. Já no coreto, conta-se depois meia dúzia de passos até ao lago, com cisnes-brancos e negros, patos e gansos (nos meses de primavera e de verão, há passeios de barco). Construído em 1889, segundo o projeto assinado pelo arquiteto Rodrigo Berquó e ampliado ao longo dos tempos, este parque de 12 hectares contempla ainda o Museu de José Malhoa, inaugurado em 1940, com obras do pintor e uma coleção de pintura e de escultura dos séculos XIX e XX.
2. Vicara
Perto do quarteirão das artes e dos muitos ateliers de artistas, a loja da Vicara, agência criativa com estúdio e uma editora de design com duas marcas próprias, é um bom sítio para se encontrar peças de autor. “Somos o elo que liga designers, artesãos e o público. Procuramos trazer para o mercado peças, essencialmente de cerâmica e de vidro, de jovens artistas da ESAD, entre outros designers da região”, explica Paulo Sellmayer, um dos responsáveis da Vicara, marca que já desenvolveu peças para a Fundação Oriente e para o Maat.
3. SILOS Contentor Criativo
Inaugurado em agosto de 2010, pelo mentor Nicola Henriques, o SILOS Contentor Criativo deu uma vida nova à antiga fábrica de moagem Ceres e ainda revolucionou a vida cultural da cidade. Atualmente, esta plataforma de estímulo à criação e produção das indústrias criativas (por onde já passaram 410 residentes) ocupa três (dos sete) pisos, contando com 17 ateliers de projetos de composição musical, programação, arquitetura, cerâmica, têxteis, tatuagens e piercings… Por marcação, é possível visitar estes espaços de trabalho e conversar com os intervenientes. Além dos ateliers, a plataforma organiza também uma agenda cultural em torno de música, exposições, performances, workshops, master classes. À boleia da SILOS, outros projetos independentes, igualmente ligados à área criativa, mudaram-se para esta antiga moagem centenária.
4. Maria dos Cacos
É com o nome da conhecida ceramista caldense, Maria dos Cacos, que Pedro Felner batizou o seu novo restaurante, com a particularidade de ter um atelier de cerâmica no interior. Começou por ser sala de pequenos-almoços do vizinho 19 Tile Boutique Hotel, que Felner inaugurou em 2018, mas rapidamente ganhou identidade e clientela próprias. Desde a criação da ementa aos vinhos, Pedro contou com a ajuda do irmão, Ricardo Felner, jornalista e crítico gastronómico. “Sem ele, não me teria aventurado”, confessa. Pela mesa passam petiscos, como sopa de lavagante e ovas; croquete de ossobuco e mostarda, tatin de cebola e queijo gorgonzola, entre outras iguarias de partilha e com um toque contemporâneo.
5. Forno do Beco
O dia de trabalho de Paulo Santos começa por volta das cinco da manhã, para amassar e cozer o pão e os bolos, que ele há de servir na sua padaria Forno do Beco, a dois passos da Praça da Fruta. Dependendo do dia da semana, do forno saem diferentes variedades. Às terças e quintas, vende-se pão integral de centeio e broa de milho; às quartas, de espelta; às sextas, de trigo barbela e, aos sábados, pão preto (só para dar alguns exemplos). “Aqui não há pão com menos de 24 horas de fermentação”, explica o mestre padeiro, que é também produtor de trigo. Mas nem só deste alimento se enchem as prateleiras: os bolos também ocupam lugar de destaque, como o exclusivo Pastel Bordallo, feito à base de grão-de-bico, amêndoa, queijos de cabra e de vaca, canela. Ideal para saborear em apenas duas dentadas.
6. Loja da Fábrica Bordallo Pinheiro
São várias as criações do ceramista e caricaturista Bordallo Pinheiro, que se descobrem à medida que se passeia pelas ruas históricas desta cidade até se chegar à Loja da Fábrica Bordallo Pinheiro, de visita obrigatória. No piso térreo, descobrem-se algumas novidades e também peças artísticas, coleções de mesa e decorativas, entre as quais as mais emblemáticas e que continuam a ser um bestseller, como as coleções Couve ou Tomate. Já no segundo piso, estão expostas loiças a preços acessíveis. Ao lado, funciona o Museu da Fábrica Bordallo Pinheiro, onde se podem apreciar várias peças, incluindo algumas ferramentas de trabalho do artista, que se destacou pela originalidade e crítica mordaz aos costumes sociais e políticos da época.
7. Casa Antero
Nesta antiga casa de pasto, bem perto da Rua das Montras, como é conhecida a artéria Almirante Cândido dos Reis, a ementa muda todos os dias. “Para não cansar os clientes e assim nos diferenciarmos dos outros restaurantes”, frisa Paulo Feliciano, que, com a irmã Anabela, gere esta casa de petiscos e de vinho. Aos ovos rotos com batata-doce e cogumelos salteados, fritada de atum com molho de mostarda, lulinhas à algarvia e prego em bolo do caco com manteiga de alho, juntam-se pratos com mais substância, como feijoada à transmontana, grão com mão de vaca e dobrada com feijão, além de outras sugestões de comida de tacho. Acompanhadas por vinhos de várias regiões, com maior predominância nos produtores de Óbidos, contam-se oito opções servidas a copo. Tudo bem cheio de sabor.
E AINDA
Mercado de Rua Caldense
Todos os dias da semana, são montadas as bancas coloridas deste mercado a céu aberto, também conhecido como Praça da Fruta, onde se vendem fruta e vegetais da época produzidos na região.
Caldas Late Night
Durante três dias, de 25 a 27 de maio, os alunos da Escola Superior de Artes e Design (ESAD) convidam os visitantes a apreciar os trabalhos e projetos pessoais, tanto nas ruas da cidade como nas suas casas.
Sana Silver Coast Hotel
Em frente ao romântico Parque D. Carlos I, o hotel de quatro estrelas ocupa o edifício do Grand Hotel Lisbonense, que ali funcionou durante mais de 100 anos e onde dormiram artistas, escritores e políticos. Conta com 80 quartos e sete suítes (a partir de €105), distribuídos por três pisos.