O segredo dos casacos, calças e saias da Béhen (significa irmã, em hindi) está na beleza dos materiais que lhe dão forma: tecidos com textura, cor e muitas histórias para contar. Joana Duarte, 24 anos, é a responsável por este projeto, lançado há cerca de quatro meses, que vai muito além da moda e inclui responsabilidade social, reaproveitamento de tecidos e manutenção das tradições. A designer de moda inspirou-se nas suas experiências de voluntariado em França, Índia e Marrocos, onde trabalhava em áreas como a capacitação das mulheres, design e artes, enquanto pesquisava sobre produção ética e sustentável na indústria do vestuário. “Trabalhamos a diversos níveis, produzimos em comunidades pequenas, maioritariamente de mulheres em situações de desemprego, por exemplo, e uma percentagem das vendas reverte para a formação das crianças de uma família síria, refugiada no Líbano, que conheci durante uma ação de voluntariado em França”, conta Joana.
A primeira coleção foi feita em parceria com a Fundação Aga Khan Portugal, que apoia e dá formação em costura e modelagem a mulheres desempregadas. As peças são de edição limitada e os tecidos, como as colchas antigas, são quase únicos. “Há um trabalho enorme, não é só encomendar tecidos e mandar fazer”, sublinha Joana. “Corro feiras, mercados e casas de velharias, por todo o País, à procura destas colchas.” O reaproveitamento dos materiais faz parte da identidade da Béhen. “Só tenho aquele bocado e dali tem de sair uma peça. É um desafio muito grande, principalmente na modelagem”, diz Joana, que, na confeção das peças, também usa saris, comprados a uma família de Goa a viver em Portugal. “São antigos e vêm da Índia. É com eles que faço os forros dos casacos.”
A próxima coleção da Béhen (a marca só está à venda através do Instagram) “terá muitos naperons e uma mistura de várias referências muito interessante”, adianta Joana. O lançamento está previsto para março.
À venda em @behen.studio