As luzes néon encarnadas sob o balcão de madeira, as mesas com pequenos bancos de rede e as lanternas, com desenhos de gueixas, poderiam fazer parte da esplanada de um bar de street food no coração de Tóquio ou de um recanto num mercado de Shangai. A parede do fundo, coberta de chapéus vietnamitas, dá as boas-vindas aos que atravessam a porta industrial do número 32 da Rua da Boavista, em Lisboa. Engana-se quem pensa que este é mais um restaurante de sushi ou de pad thai, pelo contrário. É um ato de rebeldia contra a ideia instaurada de que a gastronomia oriental se limita a caldos de carne, peixe cru, massa e muito arroz.
“Muitas vezes a cozinha asiática é reduzida a pratos que nasceram num contexto de crise, no início do século XX. São muito bons, mas mostram pouco das propostas gastronómicas atuais destes países”, conta Luís Gasparinho, um dos sócios, que após viajar pelo Oriente percebeu que ainda não havia um restaurante na capital que representasse de forma genuína a comida de rua asiática.
China, Japão, Vietname e Tailândia surgem representados em temperos, ingredientes e métodos de preparação de pratos únicos, saídos da cozinha do chefe Mário Sousa Borges, que passou pelo European Asian Taste, na Suécia. A filosofia é a da partilha.
Para começar, Luís propõe uma tempura de milho (€4), coxas de frango desossadas, panadas com gengibre (€5) e uns clássicos spring rolls (€5), feitos de raiz no restaurante, da massa ao recheio. Segue-se o peixe: salmão braseado com tapioca (€7,50), tempura de bacalhau fresco com salada de couve kimchi e rebentos de coentro (€6,50) e camarão com pickle chilli e cebolo (€6).
Também há propostas de carne para partilhar. A barriga de porco com pimento, bok choy e molho hoisini junta doce e salgado num prato de inspiração chinesa. Já o cesto com pequenos brioches recheados de carne de porco e pepino kimchi traz o espírito da street food para a mesa. Como não poderia deixar de ser, também nas sobremesas os sabores soberanos são orientais. Um parfait de sésamo com gelado de gengibre ou um gelado de coco com yuzu curd “fecham as hostes” de uma refeição à luz do Sol Nascente.
A filosofia do Rebel Asian é a da partilha, mas, ao longo do mês de janeiro, o restaurante terá um menu de almoço com um prato diário, disponível numa porção individual, maior do que as restantes.
Rebel Asian > R. da Boavista, 32, Lisboa > T. 21 599 9912 > seg-sex 12h16h, 19h-24h, sáb-dom 12h-16h, 19h-0h30