O primeiro caso de infeção por Candida auris (C. Auris) nos EUA foi detetado em 2016 e, desde então, o aumento do número de casos tem ocorrido a um ritmo que as autoridades de saúde consideram alarmante. Só entre 2020 e 2021, as infeções diagnosticadas subiram 95%, uma taxa que Meghan Lyman, responsável médica pelo departamento dedicado às micoses do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), admite “estar mesmo a preocupar” os profissionais.
Além do aumento da transmissão, os responsáveis estão também apreensivos com a forma e velocidade com que as infeções estão a chegar a novas áreas e com a resistência aos tratamentos comuns.
Ao contrário da maioria das infeções causadas for fungos e bactérias, o Candida auris resiste à administração de antifúngicos, mesmo àqueles usados para combater outras infeções causadas pelo mesmo fungo.
Embora, acreditem os médicos, não represente uma ameaça para pessoas saudáveis, os números disponíveis nos EUA mostram que um em cada três indivíduos que ficam doentes acabam por morrer.
A única maneira de diagnosticar a infeção é através de análises, à semelhança da candidíase e de outras infeções do género Candida. O maior problema do diagnóstico está na facilidade com que é confundida com outras infeções provocadas pelo mesmo organismo, o que implica a realização de análises específicas para detetar a sua presença.
Outra particularidade deste fungo é que não é transmitido como a maior parte dos restantes desta família. De acordo com o CDC, pode ser transmitido diretamente de pessoa para pessoa e é encontrado, com muita frequência, em estruturas de cuidados médicos, bem como em equipamentos. Tanto que, para além de pessoas com diabetes ou submetidas a cirurgias recentemente, o risco mais de infeção mais elevado está naqueles cujos sistemas imunitários estão débeis, em particular os que se encontram hospitalizados ou em instituições de cuidados continuados.