A recomendação que quem já tivesse sido infetado com o novo coronavírus devesse ser inoculado apenas com uma dose de vacina não é nova. Manuel Carmo Gomes, epidemiologista e membro da comissão técnica de vacinação, sublinha que vários estudos têm demonstrado que, após a primeira dose de vacina, a resposta imunitária de pessoas previamente infetadas por SARS-CoV-2 é igual ou superior a quem tomou duas doses sem nunca ter tido Covid-19.
Para clarificar bem os vários procedimentos a adotar, a Direção Geral da Saúde atualizou, na terça-feira 4 de maio, a norma relativa à Campanha de Vacinação Contra a COVID-19, publicada inicialmente a 30 de janeiro. Segundo a atualização, na fase 2 da campanha (pessoas entre 79 e 16 anos, por faixas etárias decrescentes), a vacinação das pessoas que recuperaram de infeção por SARS-CoV-2, diagnosticada há, pelo menos, seis meses, inicia-se após o início da vacinação das pessoas com menos de 60 anos e será utilizada apenas “uma dose de vacina contra a Covid-19, independentemente de ser uma vacina com esquema vacinal de uma ou duas doses“.
No entanto, caso os doentes recuperados apresentem “condições de imunossupressão” (nos termos da Norma 004/2020 da DGS), são vacinados “com duas doses de vacina nas vacinas com esquema vacinal de duas doses e com uma dose de vacina nas vacinas com esquema vacinal de uma dose”.
Caso seja vacinado com a vacina da Pfizer, Moderna ou AstraZeneca e, entre a primeira e a segunda dose, contraia Covid-19, o doente receberá a segunda dose seis meses após a notificação da infeção.