Baltazar Nunes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), que apresentou no auditório do Infarmed, e evolução da incidência em Portugal e na Europa, revelou que o Rt (índice de transmissibilidade; indica, em média, quantas pessoas são contagiadas por cada infetado) nos 0,67, “o valor mais baixo que estimamos desde o início da epidemia”. Este Rt, que tem por base os dias 13 e 17 de Fevereiro é, também, “o mais baixo da Europa”.
Todas as regiões de Portugal, incluindo Açores e Madeira, estão com este índice de transmissibilidade abaixo de 1, notou, referindo que houve uma “descida muito acentuada desde meados de janeiro”.
O investigador revelou ainda que houve um decréscimo da incidência em “todas as idades”, mais que foi mais acentuada entre os “10 e os 50 anos e no grupo dos mais de 80 anos”.
Quanto ao excesso de mortalidade que se verificou em dezembro e janeiro, os números de Baltazar Nunes indicam que, entre 28 de dezembro e a semana que começou a 8 de fevereiro, “houve 8 905 mortes atribuíveis à Covid-19 e 2 200 atribuíveis às temperaturas extremas”. Ou seja, 74 % do total de óbitos em excesso neste período tiveram como causa a Covid-19, 19% aconteceram devido às temperaturas baixas e 7% a fatores não identificáveis.
O especialista explicou, também, que as projeções apontam para que na primeira quinzena de março “estaremos abaixo dos 120 casos por 100 mil habitantes” e, no fim desse mês, com “menos de 60 casos por 100 mil habitantes”. Em relação à ocupação de camas em unidades de cuidados intensivos por doentes com Covid-19, “estamos numa fase de decréscimo do número de camas, mas ainda com valores bastante elevados” e só no final do mês de março “deveremos ter menos de 200 camas ocupadas em unidades de cuidados intensivos”.
No final lembro que “estes cenários não são certos, dependem das medidas implementadas e do comportamento da população portuguesa”.