Os dias têm sido marcados pelos recordes negativos. A 30 de outubro, com 4 656 novos casos de Covid-19, atingiu-se um pico na contagem diária de infetados e, a 2 de novembro, no número de vítimas mortais (46). A VISÃO falou com 12 diretores de serviços dos principais hospitais nacionais no combate à Covid-19.
Qual é a situação no seu hospital? Está a atingir o limite?
Fernando Maltez: Embora não tenhamos atingido ainda o limite das 300 camas, já nos vimos confrontados com a necessidade de aumentar em 60% a capacidade real que normalmente existe no Serviço de Doenças Infecciosas e no Serviço de Medicina do Curry Cabral. Neste momento, com cerca de 111 doentes internados, ainda temos vagas, mas, tendo em conta os números, prevemos a necessidade de abrir ainda mais camas.
Sandra Brás: O Santa Maria não está próximo do limite em termos de recursos físicos, refiro-me ao número de camas ou de ventiladores, mas é necessário abordar a questão noutro patamar. Temos de encarar de frente o problema da falta de profissionais. Não podemos ter alunos de enfermagem ou médicos que estão agora no ano comum a tratar estes doentes sozinhos, porque eles não têm capacidade técnica para o fazer. A última coisa que queremos é tomar decisões já numa situação de cansaço extremo, com um risco enorme de errarmos.
Fernando Maltez, diretor do Serviço de Doenças Infeciosas do Hospital Curry Cabral, Lisboa;
Ana Cláudia Carvalho, infeciologista que está a ajudar a criar o Serviço de Infeciologia do Hospital de Braga;
Paulo Martins, diretor do Serviço de Medicina Intensiva do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra;
Anabela Bártolo, diretora do Serviço de Medicina Intensiva do Hospital da Senhora da Oliveira, Guimarães;
Rui Araújo, diretor do Serviço de Medicina Intensiva do Hospital Pedro Hispano, Matosinhos;
Sandra Brás, cocoordenadora da UICIVE – Unidade de Internamento de Contingência de Infeção Viral Emergente, no Hospital de Santa Maria, Lisboa;
Ana Valverde, diretora clínica do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra);
Daniel Nuñez, diretor do Serviço de Emergência, Urgência e Cuidados Intensivos do Centro Hospitalar Universitário do Algarve;
Nelson Pereira, diretor da Unidade Autónoma de Gestão de Urgência e Medicina Intensiva do Hospital de São João, Porto;
Nuno Marques, diretor clínico do Hospital Garcia de Orta, Almada;
Paulo Rodrigues, diretor do Serviço de Infeciologia do Hospital Beatriz Ângelo, Loures; Bárbara Xavier, diretora do Serviço de Medicina Intensiva do Centro Hospitalar do Baixo Vouga.
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