Uma equipa de cientistas, liderada pelo professor Jianxin Ma do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças em Pequim, concluiu que o modo mais comum de transmissão do novo coronavírus é através de gotículas libertadas ao respirar e ao falar. Os resultados destacam a importância do uso de máscaras faciais em público e poderão explicar a rápida propagação do vírus a nível mundial
O estudo ainda não foi submetido à revisão dos pares, mas o virologista Ian Jones, da Universidade de Reading, garante que é “muito válido” – 35 pacientes com Covid-19 foram analisados e quase 300 amostras virais foram recolhidas das superfícies e do ar dentro de hospitais. Foi descoberto que os pacientes contaminados exalam milhões de partículas virais por hora, mesmo que apresentem sintomas leves ou inexistentes.
A quantidade de vírus na respiração dos pacientes (16,7%) é, em média, três vezes superior à presente em superfícies (5,4%). Os pesquisadores disseram que estas “observações não apoiam a crença generalizada de que a transmissão direta por contacto com superfícies desempenha um papel importante na propagação da Covid-19”.
Entre as cinco categorias de superfícies, as casas de banho tiveram a maior taxa positiva de SARS-CoV-2, com 16,7%. Seguiram-se o piso do hospital (12,5%), caixas, portas e corrimãos (4%) e equipamentos médicos (2,6%). Apenas duas das 22 zaragatoas de superfície apresentaram níveis detetáveis da infeção em telemóveis de pacientes com Covid-19.
Os investigadores afirmam que a quantidade do vírus que os pacientes exalam é influenciada pelo estágio da doença e possivelmente pela idade, tendo concluído que a taxa de emissão de partículas contaminadas atingia o ponto máximo três dias após a manifestação de sintomas, o que é consistente com as descobertas anteriores.