Um grupo de investigadores da Universidade da Califórnia apresentou na semana passada, no encontro anual de anestesiologia, os resultados de um estudo de pequena dimensão sobre a aplicação de injeções de toxina botulínica no tratamento das enxaquecas em crianças e adolescentes.
A investigação baseou-se em nove menores, entre os 8 e os 17 anos, com enxaquecas crónicas, muitos dos quais já tinham sido hospitalizados. Metade nem sequer ia à escola graças aos efeitos incapacitantes das enxaquecas na sua rotina diária.
Os investigadores mostraram que a aplicação de injeções de botox, a cada 12 semanas, durante um período de cinco anos, resultou em melhoras ao nível da frequência, duração e intensidade das enxaquecas.
No início da experiência, os participantes relataram sofrer de enxaquecas em 8 a 30 dias por mês, frequência que diminuiu para 2 a 10 depois do tratamento; Em vez de durarem entre 30 minutos a 24 horas, os sintomas passaram a prolongar-se entre 15 minutos a 7 horas e a intensidade da dor também passou a ser menor.
Segundo Shalini Shah, a investigadora que liderou o estudo, no total foram aplicadas mil injeções e, destas, apenas oito tiveram efeitos secundários negativos. “No que toca ao controlo da dor em crianças, é uma extrapolação de tudo o que sabemos na literatura sobre os adultos. É fenomenal em termos de sucesso em adultos. Deve ser extrapolado nas crianças”, acredita.
A equipa de Shah já está a convidar jovens para um ensaio mais alargado sobre a aplicação do botox nas enxaquecas infantis e juvenis.