Uma nova investigação publicada no jornal Pediatrics revela que quanto mais cedo os bebés dormirem no seu próprio quarto, melhor será a qualidade e a duração do sono. Ao analisar 230 mulheres que tinham sido mães pela primeira vez e os seus filhos, no estado da Pensilvânia, EUA, o pediatra Ian Paul descobriu que aos quatro meses, os bebés que pernoitavam nos seus próprios quartos, embora dormissem o mesmo que os que dormiam no quarto dos pais, tinham períodos mais longos de sono ininterrupto (cerca de 45 minutos, em média).
Aos 9 meses, os bebés que dormiam nos seus quartos tinham noites de sono mais longas – cerca de mais 40 minutos – em comparação com os que dormiam com os pais. As diferenças atenuaram-se por volta do primeiro ano de idade, mas voltaram a surgir: Os investigadores acompanharam o crescimento e as crianças de dois anos e meio, que tinham começado a dormir sozinhas aos nove meses, dormiam mais 45 minutos por noite.
Os resultados vão contra as últimas recomendações da Academia Americana de Pediatria: os pais devem partilhar o quarto (mas não a cama) no mínimo até aos seis meses e de preferência até ao primeiro ano de vida. As indicações têm como objetivo reduzir o risco de síndrome de morte súbita infantil, que pode decorrer durante o sono.
A investigação aponta ainda para o impacto que as noites mal dormidas têm na saúde mental dos pais. E mesmo para as crianças, a dificuldade em dormir pode desenvolver problemas comportamentais e de obesidade infantil. O pediatra acredita que mudar as crianças do quarto dos pais mais cedo pode estimular boas rotinas de sono sem que tenham de passar pela ansiedade que a separação pode causa.
Mas as diferenças entre crianças que dormem sozinhas e as que partilham o quarto com os pais vão além da durabilidade do sono. Os bebés que dormem no seu quarto estão mais propensos a desenvolver rotinas de sono conscientes. Por outro lado, as crianças que partilham o quarto com os pais têm mais probabilidade de dormirem agarradas à almofada ou a objetos como os ursos de peluche e também têm maior probabilidade de serem levadas para a cama dos pais a meio da noite.