Por cada dia que passa, há um português a usar um ou dois sacos de plástico. Não passará nem meia hora até irem para o lixo. E só um quarto será reciclado. Os restantes, provavelmente, cairão nos cursos de água e desaguarão no mar. A sua degradação fará com que se decomponham em pedaços mínimos, com menos de 5 milímetros. Os microplásticos acabarão por ser ingeridos por pequenos peixes e, em menos de nada, entrarão na cadeia alimentar. Da próxima vez que (ab)usares de um saco de plástico, é melhor pensares que ele, ou uma microparte dele, pode acabar no teu estômago.
Tudo isto vem na sequência da excessiva banalização do plástico. Quem diria que, quando Charles Goodyear adicionou enxofre à borracha dura, em 1839, o material saído dessa mistura fosse tomar conta das nossas vidas? Nas décadas seguintes, as descobertas e evoluções sucederam-se até que, depois da Segunda Guerra Mundial, este derivado do petróleo introduziu-se de vez nas rotinas, a ponto de ser difícil imaginar a vida sem ele – brinquedos, caixas para guardar alimentos e até componentes da indústria aeroespacial. Afinal, foram as suas principais características – durabilidade e resistência -, que o transformaram num perigo para o ambiente. Cada pedaço de plástico fabricado até hoje, ainda existe algures na natureza.
Numa altura em que o consumidor deixará de receber sacos em todas as lojas, a medida será olhada como mais um imposto ou como um empurrão para uma atitude diferente?
O que fazer – 5 gestos que fazem a diferença
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Reutilizar os sacos, quer seja para o lixo ou para transportar as compras outra vez
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Evitar os produtos de uso único, como sacos, garrafas ou palhinhas
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Colocar todos os plásticos na reciclagem
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Fugir das frutas, legumes ou carnes já embaladas
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Aderir às iniciativas de limpeza de praia