Antes do almoço-piquenique, houve, no Auditório 3 da Fundação Gulbenkian, uma homenagem à escritora Alice Vieira, com muito tempo para conversar. O diretor da revista VISÃO chamou aos alunos que lotavam a sala “jovens jornalistas” que, durante aquela hora, tinham o “privilégio de fazer as perguntas que quisessem” à homenageada.
Alice Vieira, que nasceu em Lisboa há 81 anos e já escreveu perto de 100 livros, sempre gostou de conversar e contar histórias, por isso nem foi preciso ouvir a primeira pergunta para começar, sorridente, a partilhar memórias e episódios da sua vida de jornalista e escritora.
“O livro que me deu mais trabalho a escrever foi o Diário de Um Adolescente na Lisboa de 1910”, disse, sorridente, lembrando que, como tinha o formato de um diário e tinha que fazer referências ao que se tinha mesmo passado naqueles dias, há mais de um século, exigiu muito “trabalho de investigação.”
Mas os “jovens jornalistas” de vários pontos do País tinham mesmo muitas perguntas para fazer… Das mais simples – “Qual o primeiro livro que se lembra de ter escrito?”; “Quando era criança o que desejava ser no futuro?”; “Como é que fizeram um livro com cheiro a chocolate?” – às que exigiam algum tempo a Alice Vieira para pensar na resposta – “Que conselhos dá a quem quer ser escritor?” ou “De onde vem tanta criatividade para escrever histórias e poemas?”.
Alice Vieira, que começou a publicar livros em 1979, com o grande sucesso Rosa, Minha Irmã Rosa, e sempre quis ser jornalista (profissão que começou a exercer aos 18 anos), não deixou nenhuma curiosidade por satisfazer.
No fim, percebeu-se que se houvesse mais tempo, não faltariam mais perguntas… “Se nos trouxerem aqui o almoço podemos continuar”, brincou Alice Vieira, antes de receber um presente das mãos de Rui Tavares Guedes: uma capa da VISÃO Júnior com a sua fotografia, o seu nome e a melhor descrição possível do seu trabalho: “Contadora de Histórias.”