Em 1975, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu que 8 de março seria um dia para se recordarem as conquistas políticas e sociais das mulheres ao longo dos tempos.
A igualdade entre homens e mulheres, rapazes e raparigas, meninos e meninas ainda não existe, mas para lá caminhamos. As sugestões de livros para este dia pretendem desmontar os estereótipos e as crenças de que há uns desportos para rapazes e outras para raparigas; de que há cores para meninos e cores para meninas; de que no mundo dos homens e das mulheres há profissões diferentes para uns e para outros.
As sugestões estão organizadas em três faixas etárias, coincidentes com três ciclos de ensino.
Dos 6 aos 10 anos (1º ciclo)
Titiritesa
Xerardo Quintiá (texto) e Maurizio A. C. Quarello (ilustração), OQO Editora
Por detrás deste título tão peculiar, está uma história que merece toda a nossa atenção. Titiritesa é o nome de uma princesa que vive no reino de Anteontem e que, muito contra a vontade da rainha, ambicionava mais do que estar fechada no palácio a aprender regras de etiqueta. Por isso, decide fugir. Titiritesa aventura-se pelo mundo, aprende a cavalgar e resgata uma princesa das garras de um ogre horrendo. Uma história de amizade, de emancipação e de amor que todos precisamos de ler.
Eu, Alfonsina
Joan Negrescolor (texto e ilustração), Orfeu Mini
Quando aos 10 anos o pai lhe ofereceu uma bicicleta, a italiana Alfonsina tomou uma decisão: a de que viria a ser ciclista, mesmo que para isso se tivesse de disfarçar com roupas masculinas. Claro que no princípio do século XX, há cerca de 120 anos, ser ciclista não era uma ambição feminina, num tempo em que eram os homens que dominavam o mundo do desporto. Este livro mostra-nos como uma menina se torna numa das mais importantes figuras do ciclismo, sobretudo porque conquistou um lugar de destaque competido em provas importantes e batendo recordes de velocidade.
Dos 10 aos 12 anos (2.º Ciclo)
Portuguesas Extraordinárias
Maria do Rosário Pedreira (texto) e Elsa Martins (ilustração), Booksmile
O nosso país está recheado de portuguesas extraordinárias – basta pensarmos nas nossas mães e nas nossas avós. Neste livro são-nos apresentadas 50 mulheres que, no seu tempo, conseguiram feitos dignos de ficarem gravados para sempre nas páginas da nossa história. De destemidas aventureiras disfarçadas a escritoras memoráveis, passando por artistas de reconhecimento internacional, este livro dá-te a conhecer de uma forma sintética e muito precisa portuguesas que, em muitos casos, foram as pioneiras, rompendo as barreiras que o género pode impor no percurso de uma mulher.
O Longo Caminho para a Igualdade – Mulheres e Homens no Século XX
Ana Maria Magalhães, Isabel Alçada (texto) e Susana Carvalhinhos (ilustração), Imprensa Nacional Casa da Moeda
Estamos no século XXI e as discussões sobre o ingresso na carreira militar ainda são tema para algum desentendimento, sobretudo quando é uma rapariga quem pretende seguir esse caminho. Nesta história ficamos a conhecer Luísa e Luís. Ela deseja entrar para a Força Aérea e pilotar um avião, mas nem toda a gente acha isso uma ideia possível. Será que, no século em que estamos, esse ainda é um tema para se discutir, ou será que todos podem ter as profissões com que sonharam? Além da história, o livro contém informações sobre a igualdade entre homens e mulheres em Portugal e no mundo. Podes receber este livro se participares nos passatempos da VISÃO Júnior de março.
Dos 12 aos 15 anos (3.º Ciclo)
Carolina Beatriz Ângelo: Um Pequeno Grande Gesto de Coragem
Carla Maia de Almeida (texto) e Delfim Ruas (ilustração), Pato Lógico Edições
Uma das personagens da História recente de Portugal é Carolina Beatriz Ângelo. Foi ela quem iniciou e incentivou um movimento importante para que, anos mais tarde, o poder de votar fosse estendido às mulheres. Neste livro, em que ficarás a conhecer esta portuguesa incrível, descobrirás também inúmeros aspetos das vidas de muitas mulheres, em tempos não muito distantes do tempo dos teus avós.
Patina
Jason Reynolds (texto), Fábula
Veloz como uma seta bem apontada, Patina (ou Patty, para os amigos) é uma jovem determinada com um prazer especial pela corrida. Depois de se ver obrigada a ir viver com os tios e a ingressar num colégio elitista, pejado de preconceitos e rivalidades superficiais, Patty canaliza a sua força e frustração para o desporto. Esta é uma história em que o preconceito racial se alinha com o retrato de uma rapariga à procura de uma identidade num mundo que não entende a cor da sua pele e o seu género.