Menção Honrosa
A iniciativa Agora o Escritor És Tu!, da VISÃO Júnior, desafiou os alunos do 5.º ano a continuarem o livro Contos e Lendas de Portugal e do Mundo, de João Pedro Mésseder, e a desenharem uma nova capa.
O melro branco
Ao serem expulsos do palácio, a mando do seu pai, os dois irmãos ficaram muito zangados.
Resolveram que a todo o custo se iriam vingar e, para isso, atacariam o palácio. Ao verificarem que eram só os dois e que, assim, eram muito fracos, um deles achou que o melhor seria irem ter à gruta dos dragões e pedirem ajuda.
Ao chegarem diante da gruta, o medo apoderou-se deles mas engoliram em seco e gritaram:
-Dragooooões! Nós sabemos quem vos roubou o melro branco. Dragooooões!
Ao ouvirem tamanha gritaria, os dragões aproximaram-se da entrada da gruta e perguntaram:
– Sabem?! E quem foi?
Dir-vos-emos se fizermos um acordo! Nós dizemos quem foi que levou o melro branco do vosso poder e, em troca, vocês ajudam-nos a atacar o palácio do rei.
Os dragões pensaram e, depois de muito conversarem, concordaram. Então, os dois irmãos ajudavam os dragões a apoderar-se do melro branco e estes aliavam-se aos dois irmãos de modo a destruir o reino do seu pai, para mais tarde se poderem apoderar de todo o reino.
– Agora que concordámos em fazer uma aliança com vocês, queremos saber quem nos tirou o melro branco – exclamou um dos dragões.
– Quem vos roubou o melro foi o nosso irmão – disseram os dois irmãos.
Os dragões, ao ouvirem tal afirmação, ficaram muito furiosos e pensaram num plano de vingança. Os dois irmãos foram ao palácio mas, para não os reconhecerem, vestiram-se de guardas, pintaram as caras, e puseram-se um de cada lado do rei, tal como era hábito dos seus pajens. Poucos minutos depois viram os dragões aparecerem no palácio e gritaram bem alto:
– Vossa majestade, viemos buscar o nosso melro. É nosso por direito!
-Não! – gritou o rei.
-Se não nos devolves o nosso melro, destruiremos o palácio. – afirmaram os dragões já furiosos.
-Não vale a pena insistirem. A minha decisão está tomada. O melro não sai do meu palácio. – retorquiu o rei.
-Então destruiremos o palácio, tal como ameaçámos.
Ao dizer isto, o dragão lança uma chama contra a cortina e incendeia o palácio.
Os guardas do rei declararam guerra e atacaram os dragões. Conseguiram levar o rei para sua casa, deixando o palácio incendiado.
No dia seguinte, o filho soube e foi contar ao melro branco. O melro branco foi a casa dos dragões e viu o rei. Como ele tinha o poder de rejuvenescer as pessoas, fez com que o rei voltasse quinze anos atrás na sua idade.
O rei transformou-se num rapaz jovem e vigoroso e, agilmente, soltou-se da armadilha dos dragões. No entanto, os dragões viram-no sair de casa e prenderam-no com uma armadilha mais resistente, ameaçaram o melro dizendo:
-Se não te vais embora mataremos os filhos do rei.
E o melro foi-se embora.
No dia seguinte, o melro arranjou outro plano, subindo ao telhado da casa dos dragões para lhes dizer:
– Eu ofereço o meu corpo em troca da vida do rei.
– Está bem! – exclamaram em coro os dragões.
E assim foi, o melro entregou-se e o rei ficou muito agradecido.
Dizem que ainda, agora, naquele reino, os melros brancos aparecem para proteger os mais fracos e desprotegidos.