Menção Honrosa
A iniciativa Agora o Escritor És Tu!, da VISÃO Júnior, desafiou os alunos do 5.º ano a continuarem o livro Contos e Lendas de Portugal e do Mundo, de João Pedro Mésseder, e a desenharem uma nova capa.
A galinha negra
Finda uma semana de festejos, as pessoas despediram-se do casal e foram para as suas casas descansar, enquanto Cal e a sua amada ficaram a observar o céu estrelado da noite. E por fim foram descansar pois no dia seguinte iria realizar a sua lua-de-mel.
Mas na hora da despedida apareceu o feiticeiro dizendo de forma irónica:
– Minha querida, o teu feitiço já foi à vida! Bem que na altura te devia ter lançado um feitiço mais forte!
Dito isto o feiticeiro colocou as mãos para a frente e lançou-lhe um feitiço ainda mais forte que o anterior.
Todas as pessoas que lá estavam ficaram a olhar para o feiticeiro mas quando ele desapareceu todos olharam para o casalinho e viram que a mulher de Cal se tinha transformado outra vez numa galinha, e então Cal disse:
– Não! E agora? Não te podes casar de novo! O que iremos fazer agora? Mas, estás casada!
– Mas podem-se divorciar e ela casar com outro para quebrar de novo o feitiço – disse um.
– O feiticeiro garantiu que o feitiço era mais forte, então essa pode não ser a melhor solução para que o novo feitiço se quebre! – afirmou um dos presentes.
– É uma hipótese! – concordou Cal – Mas como vamos saber se é verdade?
– Por isso é que a minha hipótese é a mais acertada! E eu voluntario-me a ser o próximo marido de sua esposa! – exclamou um dos homens que tinha dado a primeira hipótese.
– Não, não é! – contrariou outro homem lá presente.
– Se o feiticeiro lhe lançou um feitiço mais poderoso, tem de haver outra forma de se anular o primeiro feitiço.
E assim gerou-se uma grande confusão e se não fosse Cal a discussão iria ficar muito feia.
Às 10 badaladas da noite já toda a gente se tinha ido embora e Cal e a sua amada foram-se deitar também.
Cal acabou por adormecer, enquanto a galinha negra foi chorar para a margem de um rio. Os peixes desse rio tentaram animá-la e começaram a rodopiar no ar fazendo caretas engraçadas. Enfim, tentaram tudo mas ela não se animou e então os peixes disseram-lhe:
– Não fiques triste! Pensa em coisas boas e engraçadas.
– Mas nós não podemos ficar aqui, temos de ir embora! – replicou um dos peixes com ar muito importante.
– E ela, como é que fica? – perguntou um peixe muito simpático. – Ela não pode encarar o problema sozinha.
– Podem ir eu fico bem! – cacarejou a galinha negra.
E o peixe que não a queria deixar perguntou-lhe com sinceridade:
– Tens a certeza?
– Sim! Não te preocupes! – respondeu-lhe a galinha negra.
E os outros peixes empurraram esse peixe para dentro de água e desapareceram no meio do rio. Até que Cal chegou e começou a conversar:
– Então aqui estás tu!
Dito isto Cal aproximou-se e beijou-a com carinho e amor. E a galinha negra deixou-se levar. Quando afastaram as bocas um do outro algo de estranho aconteceu.
Feixes de luzes brancas rodearam a galinha negra e Cal teve de fechar os olhos para não ficar cego e quando os abriu a galinha negra tinha-se transformado na rapariga linda que era de verdade e assim abraçaram-se e foram para casa de Cal festejar.
No dia seguinte Cal e a sua esposa partiram para a lua-de-mel dos seus sonhos.
E no castelo do feiticeiro só se ouvia gritos pois este tinha visto o seu plano a ir por água abaixo e então gritou enraivecido:
– É melhor tentar noutros reinos pois com este ninguém ganha.
E, naquele reino nunca mais se viu o feiticeiro nem um único raio de magia negra. E então Cal e sua amada ficaram juntos e apaixonados para sempre.