Com a primavera no horizonte e as eleições a chegar, este é o mês perfeito para ler histórias sobre gente rebelde, democracia e amizade. A verdade é que a leitura tem de trazer consigo substância literária para que promova a mudança, a criatividade e o sentido crítico. Os livros mudaram o mundo, moldaram mentalidades, e assim continuará a ser, pois nada substitui a prática leitora.
1.º Ciclo – dos 6 aos 10 anos
OS AVÓS SÃO AS PESSOAS PREFERIDAS DOS PÁSSAROS
Raquel Patriarca (texto) e Sérgio Condeço (ilustração)
Editora Nuvem de Letras
Este é um livro doce e poético que deveria viver, para sempre, dentro de cada pessoa. Cada palavra foi escolhida de forma certeira, o que nos leva a crer que foi uma neta feliz. Mas esta não é uma história. É um álbum de recordações que se construiu de memórias – umas são tuas, outras são minhas. As ilustrações de Sérgio Condeço animam o texto enquanto nos mostram a alegria com que os avôs e as avós vivem quando têm os netos por perto.
A SOPA DA PEDRA
Irène Schoch (texto) e Alain Serge Dzotap (ilustração)
Editora Orfeu Negro
Quando nos falam de sopa da pedra, pensamos logo numa refeição valente cuja origem é uma lenda de tempos que já lá vão. Na verdade, esta história atravessa continentes e, um pouco por todo o mundo, existem versões semelhantes, mas com ingredientes diferentes. Nesta história, é uma lebre espertalhona que se põe a cozinhar e cedo todos se juntam para um grande festim. Um conto delicioso, em todos os sentidos, que mostra como a comunidade, sem olhar a espécies, se pode unir para feitos extraordinários.
2.º Ciclo – dos 10 aos 12 anos
O 25 DE ABRIL CONTADO ÀS CRIANÇAS… E AOS OUTROS
José Jorge Letria (texto) e João Abel Manta (ilustração)
Editora Clube do Autor
A memória da conquista da liberdade em abril de 1974 nunca esteve tão viva e, ao mesmo tempo, nunca esteve tão ténue. Num tempo em que as liberdades conquistadas parecem ter os dias contados, José Jorge Letria recorda como o 25 de abril foi e continua a ser uma data muito importante para Portugal. Um país de onde as pessoas emigravam para fugirem à pobreza e à guerra. Ao lado de Letria, contamos com João Abel Manta, um cartoonista emblemático que muito marcou a ilustração das décadas revolucionárias.
PIPPI DAS MEIAS ALTAS
Astrid Lindgren (texto) e Ingrid Vang Nyman (ilustração)
Editora Relógio D’Água
Esta é a história de uma das mais importantes personagens da literatura infantojuvenil: a Pippi das Meias Altas. Criada na década de 1940, tem marcado gerações, não só pela genialidade criativa das histórias que Astrid Lindgren criou, como pela irreverência da personagem central que destruía todo e qualquer estereótipo daquilo que se esperava de uma menina. A Pippi é aventureira, destemida e imprevisível: tudo aquilo que todas as meninas podem ser.
3.º Ciclo – dos 12 aos 15 anos
MULHERZINHAS
Louisa May Alcott
Editora Kathartika
A história da família March já foi contada no cinema e na televisão, mas a melhor forma de experienciar a vida das irmãs Meg, Jo, Beth e Amy é mesmo dentro das páginas do livro da autora Louisa May Alcott. Uma história passada numa América abalada pela Guerra Civil, onde uma família faz de tudo para conseguir viver e sobreviver. Uma coisa é certa: a amizade vai encarregar-se de promover a alegria, que é palpável ao longo deste livro emblemático. E a tristeza também. Por todas estas e outras razões, este é um livro imprescindível.
A JENNIFER CHAN NÃO ESTÁ SOZINHA
Tae Keller
Editora Fábula
Ser diferente é o que nos caracteriza. Ninguém é igual! Não há duas pessoas com as mãos iguais, nem como dentes idênticos. Para não falarmos daquilo que vai dentro de cada um: toda a gente é diferente e está tudo bem. O bullying é um tema sempre importante quando se discute a diferença, porque está ao serviço daquilo que os outros não gostam em nós. Neste livro, da premiada Tae Keller, ficamos a conhecer a vida interior de uma jovem chamada Mallory, num retrato muito real daquilo que é hoje a adolescência.
As sugestões da VISÃO Júnior estão organizadas em três faixas etárias que se adequam aos três ciclos do ensino básico. Contudo, estas dicas dependem sempre da fluência e da maturidade de quem vai ler.
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