Face à escassez de recursos, é fundamental uma maior sustentabilidade. Em resposta a esta necessidade, as empresas de tecnologia e comunicação têm liderado a corrida para a eficiência energética. Porém, segundo especialistas, o próximo passo não depende de mais evoluções nas tecnologias, mas sim de alterações culturais.
A mobilidade como uma realidade total e os dispositivos cada vez mais inteligentes poderão ser vistos como uma resposta aos nossos problemas. Foi essa a visão apresentada na passada sexta-feira por Paulo Plácido, administrador da Optimus, durante a
Conferência sobre Tecnologias de Informação e Comunicação ao Serviço do Desenvolvimento Sustentável, que decorreu no GreenFest. Desta forma, a mobilidade massificada pode ser aproveitada através de aplicações móveis que eduquem e promovam a sustentabilidade numa família.
Na mesma linha, Joel Silveirinha, representante da Cisco Portugal, mostrou como as cidades sustentáveis podem levar a alterações nos padrões de estilos de vida. Segundo o especialista, toda a informação de uma cidade pode ser gerida para o bem dos seus habitantes, desde um melhor controlo dos semáforos das ruas à diminuição das filas de espera nas Lojas do Cidadão. Tudo isso será possível através de uma cloud environment que fornecerá informação em tempo real, diminuindo os custos, aumentando a eficiência e proporcionando melhores serviços e qualidade de vida aos cidadãos.
A saúde é outro setor que beneficia com o desenvolvimento das tecnologias. Prova disso, é o já implementado projeto de
e-health da Fundação PT – o Medigraph. Este é um sistema de videoconferência adaptado à saúde. Teresa Salema, representante da Fundação PT, explicou que o principal alvo deste sistema são as populações remotas, sendo que através do mesmo já foram feitas dez mil consultas a pacientes do continente africano – permitindo que, em 2010, duas mil pessoas não precisassem de ser evacuadas de São Tomé e Príncipe para receberem assistência em Portugal.
A tecnologia é assim vista como um meio de atingir fins sociais. Contudo, a ideia geral deixada pelos oradores do painel foi de que a alavancagem de uma sociedade mais sustentável não está mais nas mãos da tecnologia. Cabe agora essa responsabilidade aos seres humanos, através de uma educação dos seus comportamentos. Se a evangelização não resultar nos adultos, a esperança final é depositada nas crianças, vistas como agentes do futuro com capacidade transformadora.