Nesta reunião fez-se o balanço dos dois anos e meio de atividade da Rede Ibérica de Comércio e Florestas, tendo a sua contribuição na área de certificação da floresta Ibérica sido considerada positiva.
Foi sublinhado que para a Rede Ibérica, quando se fala de certificação florestal, fala-se em estratégia para a competitividade dos produtos de base florestal.
Em Portugal, existem cerca de 250 mil hectares de área florestal certificada, o equivalente a cerca de oito por cento da floresta nacional; contabilizando a área certificada de Espanha, o valor total Ibérico aproxima-se dos 400 mil hectares que cumprem os requisitos de gestão sustentável da floresta exigidos pelo Forest Sterwardship Council (FSC).
“A certificação é decisiva para a competitividade dos produtos florestais nos mercados internacionais”, afirmou Miguel Galante, em representação do Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural.
George White, Director da Rede Global Comércio e Florestas (GFTN) considera que “conseguir aumentar receita que ajude a criar condições para os proprietários florestais gerirem de forma adequada as suas áreas florestais, é o propósito da nossa acção”.
11% das exportações nacionais têm origem na fileira florestal, tendo as exportações de cortiça crescido 8% em 2010 e a área de sobreiro certificada crescido cerca de 20% no mesmo período, enquanto o Fundo Florestal desbloqueou 330 mil euros para a certificação de mais 43 mil hectares, foram alguns dos dados apresentados durante o encontro.
De Madrid vêm ventos de políticas de compras públicas responsáveis
O encontro contou também com a presença de Elisa Barahona, representante do Ayuntamiento de Madrid. Segundo esta responsável “os novos contratos executados pelo Ayuntamiento contemplam uma política de compras pública ambientalmente responsável, e isso passa pela aquisição de produtos florestais certificados”.
O Ayuntamiento de Madrid consome actualmente cerca de 80 % dos produtos florestais nas obras de construção pública com origem controlada, ou seja, possui garantias que provêem de áreas florestais geridas de acordo com os normativos legais em vigor, e integram de forma crescente produtos florestais certificados.
Neste sentido, na agenda Rede Ibérica para 2011, figura o incentivo à adopção de políticas de compra públicas de produtos florestais em Portugal.
Outra das prioridades da Rede Ibérica para os próximos dois anos, será a adaptação do sector florestal Ibérico à nova legislação da União Europeia relativamente ao comércio de madeira. O mercado Ibérico é o maior importador mundial de madeira tropical, logo a seguir à China. Isto torna prioritário a adaptação do sector face às potenciais implicações no curto prazo, decorrentes da aplicação do novo regulamento Europeu sobre comércio de madeira na Europa.
A reunião da Rede Ibérica de Comércio e Florestas, uma aliança constituída por quase duas dezenas de empresas da produção florestal, indústria, distribuição e mercado final de Portugal e Espanha, contou com a presença de cerca de 30 representantes do sector, e tem marcada nova edição em 2012 em Espanha.