Nos últimos anos, o oceano e a sua proteção têm ganhado relevância tanto na agenda política do nosso país como na pública. Tem-se assistido a uma maior consciencialização sobre os problemas que o oceano enfrenta e, sobretudo, sobre o tanto que temos em mãos para melhorar o seu estado geral. Para isso, tem contribuído sem dúvida a elevação de alguns assuntos-bandeira, como a proteção de espécies mais carismáticas ou o terrível problema dos plásticos, mas também as novas formas de aceder a informação. Quem não ficou embevecido com a improvável história do polvo que cria uma relação com um cineasta numa floresta de algas na África do Sul? Quem não se insurgiu após ver um controverso documentário que investigava e expunha algumas das práticas mais insustentáveis da indústria pesqueira? Há quem não se arrepie perante uma narração sobre as maravilhas do mundo natural pelas vozes de David Attenborough ou Barack Obama? Alguém recusaria um lugar numa das expedições lideradas por Sylvia Earle?
A maior parte de nós tem temor e fascínio pelo imenso azul em partes iguais e não é difícil encontrar alguém do nosso país que possa discorrer sobre a importância do mar na nossa História, na nossa cultura e no nosso imaginário coletivo. A maior parte de nós autoidentificar-se-ia como integrante daquilo que já foi (e, para muitos, ainda é) um povo marítimo.