As mãos estavam abertas e levantadas. De um milhão na Puerta del Sol, em Madrid, de um milhão na Praça de Catalunya, em Barcelona, de centenas de milhares de pessoas nas principais cidades espanholas – as maiores manifestações de sempre no país. Mãos levantadas e abertas – mas não de rendição, muito pelo contrário. Man Mar, a noiva de Miguel Angel Blanco, tinha colocado na urna as baquetas com que o jovem assassinado pela ETA tocava bateria. Seguiu-se um concerto ensurdecedor, a Espanha dizendo que basta.
O alcaide de Ermua, a pequena localidade basca onde Miguel Angel era vereador, disse: «Miguel era uma lufada de ar fresco que chamava ao assassínio, assassínio, e à chantagem, chantagem.» Esta linguagem clara não era usual num País Basco sob a ameaça de uma organização bem implatada na sociedade e capaz das acções mais pérfidas. Mas, na terça-feira passada, durante o enterro, em Ermua foram muitos os que de cabeça levantada ostentavam um cartaz ao peito: «ETA, aqui teneis mi nuca.»
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