Quinta-feira, 6 de Abril: Deixei a Índia muitas vezes. A primeira quando tinha 13 anos e meio e fui para um internato em Rugby, na Inglaterra. A minha mãe não queria, mas eu disse que ia. Voei excitadamente para o Ocidente em Janeiro de 1961, sem saber muito bem que estava a dar um passo que iria mudar a minha vida para sempre. Passados poucos anos, o meu pai, sem me dizer nada, vendeu subitamente a Windsor Villa, a nossa residência de Bombaim. No dia em que tive conhecimento disso, senti que se abria um abismo debaixo dos meus pés. Nunca lhe perdoei. Estou certo que se não o tivesse feito ainda estaria a viver nela.
Desde então, as minhas personagens têm viajado frequentemente para ocidente da Índia mas, romance após romance, a minha imaginação regressa ali. Talvez seja isso que significa amar um país: a maneira como pensamos, sentimos e sonhamos.