Quer dar o primeiro passo para criar uma experiência sonora digna de cinema em casa? Neste teste de grupo pomos à prova três soundbars (e um sistema de som surround) que prometem ser a solução ideal para melhorar o som da TV e dar vida a filmes, séries, música e muito mais.

Sony Theatre Bar 8: ‘Pujança’ a menos
A Theatre Bar 8 faz parte da mais recente geração de barras e sistemas de som da Sony e serve como complemento aos novos televisores Bravia. Por fora, esta soundbar destaca-se por um design sóbrio – coberto maioritariamente por uma malha de tecido semelhante àquela que encontramos em colunas – sem elementos passíveis de causar distrações durante a visualização de conteúdo na TV.
O processo de instalação é simples e, depois de fazer todas as ligações necessárias, a configuração é feita a partir da aplicação BRAVIA Connect. Além de permitir um maior controlo em comparação com o pequeno comando que a acompanha, a aplicação dá aos utilizadores a possibilidade de fazerem uma otimização do som surround, adequando-o ao espaço onde a soundbar se encontra, o que consideramos um ponto muito positivo.
Esta soundbar conta com um total de 11 colunas físicas, incluindo uma coluna de duas vias com tweeters adicionais à frente, um woofer quádruplo, duas colunas laterais e duas colunas upfiring. A Sony afirma que, dado ao formato rectangular das colunas, é possível maximizar a área do diafragma (o que tem impacto na reprodução dos graves) assim como reduzir a distorção e assegurar uma maior nitidez das vozes.
Segundo a marca, as colunas físicas são combinadas com colunas virtuais para criar um campo de som surround mais amplo, graças à tecnologia 360 Spatial Sound Mapping. Através dela são criadas colunas virtuais à frente do utilizador, refletindo o som no tecto e paredes. Se optar por adicionar colunas traseiras adicionais (vendidas separadamente), o palco sonoro promete ser ainda mais expansivo, com até 11 colunas virtuais.
Subwoofer precisa-se
Com um volume que é poderoso q.b., a Theatre Bar 8 é uma soundbar mais adequada para salas de dimensões pequenas/médias. O som é reproduzido sem distorções ou estridência, mantendo a nitidez durante os nossos testes com excertos de filmes e séries, bem como na reprodução de música, o que deixa, de imediato, uma muito boa impressão.

Mas notamos que falta uma certa ‘pujança’. A falta de profundidade das frequências mais graves deixa a desejar. Ainda as conseguimos ouvir e até podemos ajustar o seu nível através da aplicação, mas não têm a força necessária para dar mais impacto à experiência sonora. É, portanto, uma barra que beneficiaria ao ser emparelhada com um subwoofer compatível (vendido em separado), embora esta seja uma opção que faz inflacionar o preço já elevado.
Focando as nossas atenções nos filmes e séries, o modo Campo Sonoro, ativado através da aplicação, é uma ajuda preciosa quando se trata de trazer amplitude ao som surround, tornando-o mais envolvente e colocando-nos no centro da ação. Outra inclusão que apreciamos é o modo Voz, que permite
dar mais destaque aos diálogos. No entanto, sentimos a falta de modos específicos, por exemplo, para cinema, jogos ou música. A inclusão de mais opções de personalização para os modos integrados na app seria também uma opção bem-vinda.
Tome nota
Sony Theatre Bar 8 – €999
sony.pt
Características Canais 5.0.2 ○ Potência total: 495 W ○ Dolby Atmos ○ DTS:X ○ Modos: Noturno, Voz, Campo Sonoro ○ 360 Spatial Sound Mapping ○ Wi-Fi, Bluetooth (5.2), HDMI, ligação ótica ○ Spotify Connect, Apple AirPlay ○ 1100x64x113 mm ○ 4,7 kg
Desempenho: 4
Características: 4
Qualidade/preço: 3,5
Global: 3,8
Sony Theatre Quad: Imersão sonora
O Theatre Quad não tem o formato de uma soundbar, mas é um sistema de som que cumpre um propósito semelhante, o que o torna merecedor de uma inclusão no nosso teste. Este sistema, que também faz parte do novo alinhamento da Sony, é um modelo topo de gama e é composto por quatro colunas wireless, concebidas para encher com som uma sala de maiores dimensões.
O preço elevado traduz-se numa qualidade de construção a condizer, com colunas que podem ser usadas em pé nos suportes disponibilizados ou montadas numa parede. O design segue uma linha minimalista, com um visual marcado maioritariamente por tons mais neutros.
Por ser wireless, o sistema permite uma maior flexibilidade na colocação das colunas na sala. No entanto, é necessário assegurar que estão posicionadas na direção correta e que há um número certo de tomadas por perto. Embora não precisem de estar conectadas à TV, cada uma das colunas precisa de estar ligada à corrente, o que requer uma gestão adequada de cabos para evitar acidentes.
Com as colunas devidamente posicionadas e com a caixa receptora ligada à TV e à corrente, o processo de configuração é, a partir deste ponto, semelhante ao da Theatre Bar 8, necessitando da app BRAVIA Connect para poder avançar. O sistema Theatre Quad também permite fazer uma optimização do som surround através da app, o que valorizamos.
No centro da ação
Segundo a Sony, cada um dos elementos que compõem este sistema chega com uma coluna de três vias, incluindo colunas upfiring e woofers. No caso deste modelo, a tecnologia 360 Spatial Sound Mapping cria até 12 colunas virtuais e, logo ao realizarmos os primeiros testes, notámos uma maior imersão em comparação com a Theatre Bar 8, sentindo-nos envolvidos pelo som de maneira agradável, em particular, quando ativamos o modo Campo de Som.
Se a qualidade do som da soundbar da Sony já nos tinha agradado, ficámos ainda mais impressionados com a do Theatre Quad. A par da boa potência sonora, a nitidez é de destacar, sobretudo nas frequências agudas e médias.

Durante a reprodução de filmes e séries, os diálogos são claros, mesmo em cenas repletas de ação e em que há muita coisa a acontecer ao mesmo tempo. Além das vozes, os efeitos que ajudam a compor o pano de fundo sonoro não passam despercebidos.
Se o sistema já ‘brilha’ na reprodução de filmes e séries, no que diz respeito à música, a experiência também nos deixou agradavelmente surpreendidos. Outro aspecto positivo é a estabilidade da ligação, para uma experiência sem falhas ou desfasamento na reprodução de conteúdo.
Por outro lado, a profundidade dos graves continua a ser uma questão complicada, sobretudo quando consideramos que este sistema não chega com um subwoofer (vendido separadamente). Não é tão ‘grave’ como no caso da Theatre Bar 8, mas, em muitas ocasiões, tivemos de puxar por estas frequências através da app para sentir um maior impacto. Novamente, a falta de modos de reprodução específicos e de mais opções de personalização são áreas a melhorar.
Tome nota
Sony Theatre Quad – €2700
sony.pt
Características Canais 4.0.4 ○ Potência total: 504 W ○ Dolby Atmos ○ DTS:X ○ Modos: Noturno, Voz, Campo Sonoro ○ Wi-Fi, Bluetooth (5.2), HDMI ○ Spotify Connect, Apple AirPlay ○ 289X306X129mm ○ 2,6 kg / 289x279x73mm ○ 2,7 kg
Desempenho: 4,5
Características: 4,5
Qualidade/preço: 3,5
Global: 4,2
Hisense HS3100: Simples e eficiente
A Hisense HS3100 é a soundbar mais barata do grupo e, embora seja a mais modesta a nível de especificações, é um modelo competente e tem um subwoofer incluído, o que, à partida, o torna particularmente apelativo para utilizadores menos exigentes que procuram um sistema de som a um preço mais ‘amigável’ para a carteira.
Com linhas simples e sóbrias, não estamos perante um modelo premium, o que se nota na qualidade de construção. A soundbar conta ainda com um pequeno ecrã indicador cuja intensidade pode ser regulada para não causar distrações.
A simplicidade aplica-se também à instalação e configuração. Basta conectar a barra a uma fonte de energia e ao televisor. O subwoofer wireless é emparelhado automaticamente.
Ao contrário dos restantes modelos deste teste, não necessita de uma aplicação para usar a Hisense HS3100. Porém, esta opção que tem impacto na capacidade de personalização da experiência, incluindo na calibração do som, que é uma funcionalidade que não faz parte da lista.
Todo o controlo é feito a partir do comando: do ajuste do equalizador à regulação da intensidade da reprodução de graves e agudos, passando ainda pela configuração dos modos Bluetooth e Surround, além das funcionalidades típicas de ajuste do volume e da reprodução de conteúdo.
Modos para (quase) todos os gostos
O botão EQ permite navegar por seis modos: Filmes, Música, Notícias, Desporto, Videojogos e ainda um modo Noturno. Com excepção do último, que torna o som mais baixo para não incomodar outras pessoas que estejam em casa enquanto está a ver TV, os restantes ajustam automaticamente a reprodução de som ao tipo de conteúdo, para que possa desfrutar de uma melhor experiência.
A barra de som conta com 6 colunas, com a Hisense a prometer uma potência máxima de 480w. Não temos grandes queixas quanto à capacidade do volume, isto é, para uma sala de dimensões pequenas/médias.

Para um equipamento de uma gama mais ‘económica’, a qualidade do som é surpreendentemente agradável, com foco nas frequências agudas e médias. A inclusão de um subwoofer traz um pouco mais de força às frequências graves, mas tivemos de recorrer com alguma frequência ao botão ‘Bass’ no comando para sentir um impacto vibrante.
Apreciamos também a nitidez na reprodução de vozes e para isto contribuem o altifalante central e a tecnologia de Melhoramento de Voz, que nos ajudou a não perder o ‘fio à meada’ nos excertos de filmes e séries a que assistimos. Embora não tenhamos verificado distorções na reprodução de som, deparámo-nos com um efeito estranho ao ativar o modo Surround: uma sonoridade metálica que torna a experiência pouco apelativa. Este efeito foi mais notório em filmes e séries, não tanto durante a reprodução de música, se bem que as frequências mais graves fossem reduzidas.
Tome nota
Hisense HS3100 – €199
hisense.pt
Características Canais 3.1 ○ Subwoofer 6.5” ○ 480 W ○ Freq.: 120 Hz – 20 kHz/ 40 Hz–120 Hz ○ Dolby Audio ○ Bluetooth (5.3), USB, HDMI, ligação ótica, entrada 3.5mm ○ 902×62.3x91mm ○ 1,6 kg / 161x303x304.5mm ○ 3,6 kg (subwoofer)
Desempenho: 4
Características: 3,5
Qualidade/preço: 4
Global: 3,8
Sennheiser AMBEO Soundbar Mini: Menos (nem sempre) é mais
Este modelo da Sennheiser é o irmão mais novo e mais compacto da família de soundbars AMBEO. Apesar das dimensões reduzidas, a marca promete o “som mais imersivo do mundo” num dispositivo tudo-em-um, apelando tanto a amantes da 7ª arte como a audiófilos que têm pouco espaço em casa. Mas será que é capaz de cumprir uma missão tão ambiciosa? Vamos por partes…
No interior de uma construção sólida e com design premium há espaço para seis colunas, com quatro drivers de alcance total de alta qualidade, e dois subwoofers de quatro polegadas. A esta configuração junta-se a tecnologia de virtualização AMBEO que, segundo a marca, permite recriar um sistema de cinema em casa com 7.1.4 canais.
De acordo com as instruções, a configuração a partir da app da Sennheiser até se previa simples, mas deparámo-nos com alguns ‘percalços’. Registámos várias falhas de ligação e, embora estivéssemos ligados a uma rede Wi-Fi estável, a app indicava com frequência que a barra se tinha desconectado. A app revelou-se um pouco instável, com crashes durante a utilização. As opções mais limitadas a nível de conectividade física são também um ponto menos positivo.
Apesar disso, a app da Sennheiser oferece mais opções de controlo personalizado em comparação com o comando que acompanha a barra. Há uma variedade de modos pré-configurados (Noite, Melhoria de Voz, Filmes, Música, Notícias, Desporto, Neutro e Adaptive). Com exceção dos modos Noite e Melhoria de Voz, todos têm um EQ que pode ser ajustado ao detalhe na app, que permite fazer uma calibração do som para o adequar ao espaço onde a barra se encontra.
Altos e baixos
Inicialmente sentimos alguma dificuldade em encontrar o ponto ideal de volume. Tendo em conta as suas características, esta é uma barra cujo desempenho sonoro não é brilhante em volumes mais baixos, com o som a parecer, por vezes, um pouco abafado. No entanto, em volumes a partir dos 45-50%, o som ganha mais expressão e clareza. Aqui, conseguimos apreciar a sua qualidade, assim como a nitidez com que as frequências agudas e médias são reproduzidas.
Na reprodução dos graves, que se tem revelado como o ‘calcanhar de Aquiles’ neste teste de grupo, sentimos uma falta de profundidade adequada para dar mais dimensão às cenas de filmes e séries, mas também à música.

O subwoofer AMBEO Sub (vendido separadamente) é uma forma de contornar, em parte, o problema. Em vários casos tivemos de puxar pelos graves na app – mesmo com o subwoofer – para sentir o impacto destas frequências em músicas ou nas cenas mais impactantes de filmes/séries. É possível conectar até quatro subwoofers a uma só barra. Mas o preço deste elemento é quase tão elevado quanto o da soundbar, neste caso a rondar os 749 euros.
Quanto à capacidade de imersão, ao ativar o efeito de virtualização, somos envolvidos de forma agradável pelo som. O efeito é convincente, sobretudo em conteúdo optimizado para tal, mas não é uma experiência que possamos descrever como a mais imersiva do mundo.
Tome nota
Sennheiser AMBEO Soundbar Mini – €799
sennheiser-hearing.com/pt
Características Canais 7.1.4 ○ Pot. total: 250 W ○ Freq.: 43Hz – 20 Khz ○ Dolby Audio, DTS:X, 360 Reality Audio ○ Chromecast, Apple AirPlay, Spotify Connect, Tidal Connect ○ Bluetooth (5.0), USB, HDMI ○ 700x100x65 mm ○ 3,3 kg
Desempenho: 3,5
Características: 4
Qualidade/preço: 3,5
Global: 3,7
Veja todas as pontuações das soundbars que testámos
De olho numa soundbar? O que deve ter em conta antes de comprar
Neste teste de grupo experimentámos modelos para quase todos os gostos e carteiras, mas se os sistemas que testámos não lhe encheram as medidas, deixamos um conjunto de dicas úteis que deve ter em conta antes de avançar para a compra de um novo equipamento.

Dimensões, dimensões, dimensões
É importante ter em conta as dimensões e características acústicas do espaço onde pretende instalar a soundbar. Espaços de maiores dimensões vão exigir, de modo geral, sistemas com um tamanho (e potência) a condizer e idealmente, acompanhados por um subwoofer para ajudar a trazer mais dimensão à experiência sonora, sobretudo se planeia ter mesmo uma experiência ao estilo de um cinema em casa.
Por outro lado, em espaços mais pequenos, um equipamento all-in-one compacto pode ser mais adequado. Além do espaço físico deve ter em conta as dimensões do seu televisor, encontrando um ponto de equilíbrio entre o tamanho do equipamento e o da soundbar. Para reduzir potenciais distrações visuais e adequar a experiência à capacidade dos sistemas, o ideal é que as dimensões da soundbar não ultrapassem as do televisor (e vice-versa).
Canais: preste atenção aos números
3.1, 5.0.2, 4.0.4: à primeira vista, os números que acompanham as soundbars podem parecer uma ‘métrica’ complicada, mas são, na verdade, uma forma relativamente simples de apresentar o número de canais sonoros que um sistema tem. O primeiro diz respeito ao número de colunas integradas na soundbar. O segundo é relativo ao número de subwoofers dedicados e o terceiro corresponde a colunas adicionais concebidas em específico para trazer mais imersão à experiência sonora.
Conectividade e funcionalidades extra
A opção HDMI ARC (ou Audio Return Channel) é incluída na vasta maioria das barras de som disponíveis no mercado. Através desta ligação, que suporta transferências de dados nos dois sentidos, vai precisar de apenas um cabo para a barra de som ao televisor, sendo possível controlar alguns elementos a partir do comando da TV.
Mas, se tem um televisor mais ‘antigo’, é importante que verifique se a barra tem opções de conectividade que sejam apropriadas, como uma ligação ótica. Verifique também se há entradas suficientes para assegurar uma boa ligação física a outros equipamentos, como consolas de videojogos. Opções como Wi-Fi e Bluetooth também são bem-vindas, permitindo tirar mais partido das capacidades da soundbar.
Mais funcionalidades implicam, muitas vezes, uma subida no preço, mas, em determinados casos, o investimento pode valer a pena. Por exemplo, o suporte a tecnologias de som surround é essencial se quer ter uma experiência digna de cinema em casa. Algumas barras têm suporte a assistentes inteligentes, o que pode ser uma mais valia se os usa com frequência. Por vezes também pode valer a pena comprar uma soundbar da mesma marca do televisor. Aqui não se trata de uma questão puramente estética, pois certos modelos têm opções exclusivas que só funcionam com televisores de marcas correspondentes.