Além de aparecer quase todas as noites num ecrã perto de nós, em dois formatos na RTP, e de nos acordar de segunda a sexta no éter da Rádio Comercial, aqui está ele nestas páginas, para poder ser lido com a tranquilidade que já se exige a um comunicador de 45 anos, metade deles a entreter-nos, com muita energia e o sorriso rasgado na cara. Vasco Palmeirim, de micro aberto, no lobby de um hotel lisboeta, sob o ouvido atento do seu agente, Sérgio Mota Soares – e já vão perceber porque é que a referência a esta presença importa no decorrer da entrevista.
Ponto prévio: o apresentador avisou-nos, ainda antes de carregarmos no botão rec, que poderia estar lento de raciocínio. Perguntámos, lembrando-nos de que a cerimónia de entrega dos Globos de Ouro, em que estava nomeado para Personalidade do Ano na sua área de atuação, tinha acontecido na véspera: “Foi rija a festa, ontem?” Mas o menino bem-comportado não é de noitadas, até porque o despertador toca, sem tréguas, às seis da manhã. E por esta altura, quando começámos a entrevista, já levava umas horas de rádio no bucho.
Comecemos precisamente pelos Globos de Ouro. Este ano não ganhou na categoria de Personalidade de Entretenimento, embora estivesse nomeado de novo…
Não, ganhei em 2022. Em 2023, foi o César [Mourão] e este ano foi a vez do Manuel [Luís Goucha]. Sou muito amigo do Manel e fiquei genuinamente contente, até porque ele nunca tinha ganhado, o que é estranho…
Ainda se lembra da sensação de ter levado o Globo para casa, há dois anos?
Foi ótima. Há sempre aquela esperançazinha de, quando se abre o envelope, alguém dizer o nosso nome. Até foi bastante engraçado: quem me deu o Globo foi o José Mata e a Júlia Palha. Antes, tínhamos estado a falar e ele disse-me: “Olha, gostava muito de te dar o Globo, porque gosto muito de ti.” De repente, quando o Zé abre o envelope, sai-lhe um “eu sabia”. Também teve graça o facto de eu estar ligado à RTP e receber um prémio dado pela SIC.
Tem mais de 500 mil seguidores no Instagram. Investe muito nesta rede?
É engraçado estar a dar esta entrevista em frente ao meu agente, pois eu sei o que ele está a pensar: “Tu vê lá o que é que respondes a isto!” E eu vou fazer o mea culpa – devia usar muito mais o Instagram. Uso-o muito na perspetiva de “olha uma coisa gira que vi, deixa-me mostrar”, “olha um programa que vi na televisão, deixa-me partilhar”. E devia utilizá-lo também como instrumento de promoção. Depois, levo na cabeça do Sérgio [agente], levo na cabeça até da minha mulher. Tenho perfeita noção de que sim, é uma ferramenta – devo sublinhar a palavra ferramenta – de trabalho, para se mostrar aquilo que se faz e até para efeitos comerciais. Não sou daquelas pessoas que mostram demasiado a família, gosto de ser mais conciso e contido naquilo que publico.
Tenho a sorte de fazer muita coisa que chega a muita gente. Mas como estou numa rádio mainstream, não toco em temas sensíveis
Mencionou que deveria usar essa rede para fins comerciais, mas já lá tem anúncios a um champô anticaspa. Como é que os seus seguidores reagem a isso?
É um esforço que nós, figuras ligadas à comunicação, temos de fazer: só embarcar em ideias que tenham a ver connosco. Por exemplo, não posso conduzir um carro, porque o Vasco Palmeirim não tem carta. No entanto, se calhar seria engraçado pensar como é que uma marca de carros poderia, de forma criativa, puxar por mim.
Aqueles anúncios do champô anticaspa são ideia sua?
Não fui eu que disse à marca: “Olhem para mim, este metro e 95 de Suécia!”
[Risos.] Mas a ideia do Vasco a falar com o Vasco no Instagram é sua?
Ah, isso foi ideia minha. Primeiro pensei em fazer um personagem, um alter ego meu, muito totozinho, que não sabe nada do champô, e depois surgia eu, em modo “normal”, a explicar-lhe tudo. A seguir, achei que podia continuar com isso, para promover a marca numa linha de comunicação um bocadinho mais funny.
Não tem de lidar com haters na caixa de comentários das redes sociais?
Não tenho muitos haters no Instagram, não. Podem andar por aí, se calhar, mas não me chateiam. Também estou numa rádio mainstream, não toco em temas sensíveis.
No estudo Figuras Públicas e Digital Influencers, da Marktest, ficou no segundo lugar do pódio das figuras mais empáticas, logo a seguir ao Ricardo Araújo Pereira e antes do Nuno Markl. O que fez para merecer isto?
Fico muito feliz, porque estou muito atento a esse ranking – de há uns tempos para cá, estou constantemente lá em cima. Não penso demasiado nisso, mas quando recebo essa informação, penso: “Eh pá, é sinal de que gostam do meu trabalho.” Tenho a sorte de fazer muita coisa que chega a muita gente. O programa da manhã pertence à Rádio Comercial e é o programa mais ouvido; dou dinheiro no Joker – algo que as pessoas apreciam, não é? E tenho tido a sorte de apresentar programas que correm muito bem e chegam muito bem às pessoas. O que é que eu fiz? Faço o meu trabalho e os ouvintes e telespectadores acolhem-me bem. As pessoas gostam de mim.
Preocupa-se então com o que as pessoas pensam de si?
Acima de tudo, trabalho para as pessoas. Não posso fazer rádio para mim, por exemplo. Se assim fosse, não passaria muitas das canções que passo. Há ali coisas de que gosto, outras nem por isso, mas no ar dou aquilo que as pessoas querem ouvir. Na televisão, se não tiver audiência, se não tiver ninguém a ver-me, não estou lá a fazer nada. Portanto, é bom que as pessoas gostem, que oiçam e que vejam e depois também gostem de mim e fiquem contentes.

Também destronou o Cristiano Ronaldo no ranking da Onstrategy… Por essa é que não estava à espera!
Não estava…
Faz parte do seu palmarés?
Faz. Acho que é algo que me diz mais a mim do que a ele. Penso que o Cristiano Ronaldo não estará com noites mal dormidas, a pensar como vai tirar o pequenino dali de cima. É só mais é um ranking de empatia e de, usando a palavra inglesa, likeability.
É bom ser gostado?
É bom ser gostado, não sendo essa a minha prioridade. Quero continuar a trabalhar da mesma forma, honesta e credível, entrando em projetos em que acredito e que tenham a ver comigo, seja na rádio, seja na televisão.
Já falou várias vezes da sua altura. É curioso, porque quando se pesquisa Vasco Palmeirim no Google, a primeira linha sugere “Vasco Palmeirim altura”. Tem complexos por ser mais baixo do que a média?
Nenhum. Sou o primeiro a brincar com isso.
Às vezes, o brincar é uma defesa…
Brinco com isso da altura para que as pessoas venham ter comigo e digam: “Ó Vasco, nem és assim tão baixo!” [Risos.] Agora a sério, não sofro do mínimo complexo. Tenho uma mulher mais alta, adoro que ela use saltos altos, como ainda ontem o fez nos Globos de Ouro e estava linda de morrer. Ela fica num primeiro andar e eu um bocadinho mais em baixo. Sabe o que as pessoas pesquisam mais sobre mim? Gosto particularmente de uma…
Qual?
Vasco Palmeirim dentes. Adoro! As pessoas comparam a dentição anterior com a dentição que tenho agora. [Risos.]
O Taskmaster vai voltar. Agora está no ar o novo The Floor e o veterano Joker. Sente-se um bombeiro de serviço para as noites da RTP, já que está presente em antena seis dias por semana?
Não. Se já falei da confiança que é preciso ganhar do público, também realço que é importantíssimo que as entidades patronais tenham essa confiança em mim. Estou na Rádio Comercial desde 2007 e entrei para a RTP pouco tempo depois. Tem sido um caminho maravilhoso, com muita cumplicidade e grande confiança por parte do diretor de programas, José Fragoso, e também do Nuno Vaz, que é o responsável pela área de entretenimento. Neste momento, temos uma relação superaberta, em que me perguntam o que acho dos projetos e tanto posso dizer que sim como dizer que não. Quando apostam em mim, significa que gostam daquilo que faço, da forma como apresento e do que posso dar aos programas. Claramente, sou uma pessoa que aparece muito na RTP…
E este The Floor, recentemente estreado nas noites de sábado, de onde saiu?
O Nuno Vaz apresentou-mo como sendo um concurso diferente do que tenho feito, pois não é de cultura geral, em que é preciso saber qual é a capital do Uganda ou qual o felino mais rápido do mundo. Trata-se de um concurso de reconhecimento, não de conhecimento. Fui ver a versão francesa e a americana e houve um pormenor que me chamou logo a atenção, que é o facto de se poder jogar facilmente em casa, com a família. Gosto de concursos que me levem para um outro caminho, diferente do que já fiz. Foram gravações árduas, de muito trabalho, de combinação de softwares e de computadores, porque aquilo é muito tecnológico, mas fez-se bem e estou muito contente com o resultado final.
No meio da azáfama profissional, sobra-lhe algum tempo para outros prazeres?
Sempre que consigo, gosto de pegar numa raqueta.
Ainda joga ténis, portanto?
Hoje, apesar de cansadíssimo, ainda hei de ir treinar, por que na sexta-feira passada não consegui. Tento ir pegar na raquetezinha e ir jogar, no mínimo, uma vez por semana. Joguei ténis quando era miúdo, depois parei por falta de tempo, a seguir experimentei o padel durante uns aninhos, depois também parei. Mas um belo dia, fui jogar ténis com um amigo, que é treinador de ténis, e assim que ele me viu a bater a bola, disse-me: “Eh pá, tu não podes parar, tens mesmo de jogar ténis.” Não me disse isso por achar que um dia vá ser campeão mundial de ténis, mas porque ele percebeu que quando bati a bola havia ali uma “felicidadezinha”. Portanto, de há uns dois anos para cá, voltei a jogar. E agora até já faz parte do meu ritual de férias.
Na adolescência, tinha os pés bem assentes na terra, nunca me deslumbrei demasiado. Tive uma educação boa, até à quarta classe andei no Colégio Inglês
É nas férias que se vinga daquilo que não consegue fazer durante o ano, como deitar-se mais tarde?
Não sou muito de saídas à noite. Hoje em dia, sou mais de estar em casa. Quando dá para fazer qualquer coisinha fora, é um jantar com amigos, não tanto para depois ir para os copos, mas sim um simples jantar em casa ou em casa de amigos ou num restaurante. Já estou naquela fase em que o jantar é às sete e meia da tarde: “Olhe, Vasco, só há mesa às 19h30 e depois temos outro serviço às 21h30.” Respondo logo: “Ai que bom, não faz mal nenhum.” [Risos]
Às dez já está na cama, não é?
Lá está, às dez já estou na cama.
Mas também se levanta muito cedo…
E deito-me demasiado tarde. O meu esquema de segunda a sexta é: em cinco dias úteis, tenho gravações do Joker em três. Portanto, faço rádio e depois vou gravar três episódios do concurso. Num bom dia, chego a casa às oito e tal da noite. Tento que a minha vida não se transforme num acordar-trabalhar-dormir e por isso procuro fazer ali qualquer coisa antes de ir para a cama. Ligo a televisão para ver um filme ou uma série, converso um bocadinho com os meus filhos se ainda não estiverem a dormir ou ponho a conversa em dia com a minha mulher. Portanto, isso vai dar para as onze e tal, meia-noite. De manhã, o despertador toca às 5h45, às seis levanto-me para estar na rádio às sete. Foi a vida que escolhi…
Sempre disse que era radialista. Ainda é essa a profissão que diz ter quando preenche os papéis do IRS?
Sim, sim, por acaso é radialista. Mas também posso dizer profissional de comunicação ou algo do género. Hoje em dia, equiparo as duas atividades, rádio e televisão, embora rádio seja algo que adoro fazer. Quando começo um programa, nunca sei o que vai acontecer. É engraçada essa surpresa que o meio me dá, enquanto na televisão já sei com o que contar.
Mas também pode haver muitas surpresas na TV…
É verdade. O meu primeiro grande projeto na RTP, a solo, era o Sabe ou Não Sabe, um concurso todo feito na rua, e adorei essa experiência. Deu-me estaleca de contacto direto com as pessoas, de improviso, e proporcionou-me muita aprendizagem técnica.
Aqui há tempos, quando acabou a universidade, queria ser como o Conan O’Brien.
Já esqueci um bocadinho essa ideia, que nasceu porque em casa da minha avó, que tinha antena parabólica, eu via o canal NBC. De repente, comecei a reparar num tipo que conduzia um talk show de uma forma completamente diferente. Não era certinho como o Jay Leno nem clássico como o Johnny Carson, era alguém que não se levava a sério, que gozava com ele próprio, fazendo entrevistas loucas. Continuo a ter um grande fascínio pelo Conen O’Brien, mas já não digo que quero ser a sua versão portuguesa, porque o meu caminho foi diferente e estou muito orgulhoso com ele. Naquela altura, pensava que gostaria de um dia ter o meu talk show, mas já nem penso nisso. Nem por isso deixei de estar atento a essa televisão de fora, mas já não a olho nesse sentido. Atualmente, vejo outro tipo de programas e penso logo: faria isto ou não faria? Por exemplo, vi um Taskmaster na SIC Radical, há uns anos, e registei: “Eu fazia isto! E até fazia isto com o Markl.”
Portanto, foi uma ideia sua para a RTP?
Foi uma conversa que tive com a RTP, depois de ter visto o programa inglês. Então, os programadores viram e disseram-me que um dia talvez houvesse Taskmaster. Até que o telefone tocou a informarem-me de que o tinham comprado e se eu ainda estaria interessado em apresentá-lo. Tem sido uma aventura espetacular.
E aquelas canções satíricas, que tanto o celebrizaram, estão em banho-maria? A última ouviu-se no Euro, no dia a seguir ao jogo em que Diogo Costa defendeu os penáltis…
Tenho tido muito, muito, trabalho. E também tomei uma decisão em relação às músicas: tentar nunca ouvir a frase “ó Palmeirim, já paravas com isso, não?” Quando existe um motivo, e quando eu posso, ainda tenho o impulso de fazer uma canção. Se gostava de fazer mais? Claro que sim, mas agora não consigo. Essa do Euro, escrevi-a seguir ao jogo, que teve prolongamento e penáltis, na cozinha da minha casa, depois ainda comprei o instrumental da canção, cantei-a muito baixinho para não acordar ninguém para a mostrar na rádio no dia seguinte. Enfim, está tudo mais parado, mas não esquecido. Aliás, canto-as sempre nos nossos concertos da Comercial.

Em 2011, nas páginas da VISÃO, e a propósito dessas músicas, chamei-lhe “o cantautor mais desafinado do momento”. Levou a peito?
Como assim, mais desafinado? Até levo a mal.
Foi uma enorme injustiça, porque sei que se dedica bastante à música desde os tempos do liceu…
Sei que não viraria cadeiras no The Voice, mas no caso destas músicas acho até engraçado que não sejam demasiado bem cantadas. Trata-se de uma coisinha que se faz na altura, para a galhofa e para as pessoas se rirem. Portanto não, não levei a mal. Mas sim, adoro música, oiço todos os dias, ando sempre com phones para todo o lado, até adormeço a ouvir com eles nos ouvidos e perco-os durante a noite, na cama.
Tem alguma formação musical?
Tenho um pai músico.
E uma mãe bailarina. Isso levou-o naturalmente para o mundo das artes?
Nunca senti qualquer chantagem emocional, quer do meu pai ligado à música, quer da minha mãe ligada à dança, para que seguisse esse caminho artístico. O meu pai ofereceu-me uma guitarra, quando tinha 12 ou 13 anos – ainda há pouco tempo a descobri, toda desafinada. Hoje, tenho a noção de que a música foi muito importante para mim, gosto de ter ouvido musical, mas não, não me levo demasiado a sério.
Era um menino bem-comportado?
Era. Tinha os pés bem assentes na terra, nunca me deslumbrei demasiado. Tive uma educação boa, até à quarta classe andei no Colégio Inglês, a partir daí, fui para a escola pública, onde fiquei até ao 12º, depois entrei na faculdade. Tenho a perfeita noção de que nunca dei muito trabalho aos meus pais. Nunca saí à noite até demasiado tarde, nunca fiz birras, nunca tive crises de adolescente. Sou filho único, com algum mimo, sim, mas não demasiado. Aquilo que recebi dos meus pais tento, à minha maneira, dar um bocadinho aos meus filhos, tendo em conta que os tempos também são diferentes.
Já se autodenominou “adolescente betinho”…
Não era preciso autochamar-me, mais beto era impossível, tendo em conta onde cresci, as escolas em que andei, a minha forma de vestir… Usava calças de ganga, sapatos de vela, camisinha para dentro, às vezes até duas camisas, uma em cima da outra. Hoje, já encontrei o meu caminho.
O que diria esse beto que vestia duas camisas e calçava sapatos de vela ao apresentador de fatos coloridos?
Que tudo pode acontecer, que é um caminho que vais abraçar e não vais ter qualquer problema em relação a isso. Com 14 anos, não poderia imaginar que um dia ia aparecer na televisão com um fato cor-de-rosa flamingo. Mas fica-me bem, eu gosto desse fato. A idade traz-nos maturidade, permite-nos aceitar tudo aquilo que, na altura, com 12 ou 13 anos, me levaria a temer pelo que as pessoas iriam dizer de mim.
Em que lado é que se posiciona neste mundo às avessas?
Como assim?

O que pensa deste mundo que, estando tão extremista, permite que exista, ao mesmo tempo, uma manifestação anti-imigração e outra pró-imigração? Onde fica o Vasco Palmeirim?
O Vasco Palmeirim respeita tudo o que sejam manifestações legais. Sou totalmente a favor da liberdade de expressão. Mas opiniões demasiado extremistas não são claramente a minha praia, embora defenda, claro, que cada um tem direito à sua opinião. Eu tenho a minha.
Qual é então a sua opinião?
Mais do centro. Claro que não venho a público dizer que as opiniões extremistas estão erradas, não é essa a minha comunicação. Não sou pessoa de apontar o dedo. Tirando alguns casos em que eu diria, claramente, que estamos a perder o controlo.
Como, por exemplo?
Vamos aos EUA. Como assim considerar o aborto quase um crime, não tendo em conta, por exemplo, a saúde do bebé? Há ali situações onde se ultrapassam os limites. Sou uma pessoa muito mais moderada, muito mais centrada. Tenho as minhas convicções políticas, claro que sim. Nunca falho um ato eleitoral, nem um referendo. Mas não tenho filiação política, sou filiado apenas no Sporting Club Portugal, com muito orgulho – um clube que muitas alegrias me têm dado ultimamente.
Nota: Não se deu absolutamente por nada a falta de horas de sono do entrevistado. Nem por um minuto houve abrandamento no ritmo das respostas ou hesitações sobre o que dizer.
O que fazer com 50 mil euros
Em muitas edições do Joker, Palmeirim dá dinheiro a ganhar aos que se sentam à sua frente. Mas em que aplicaria ele o prémio máximo, caso o ganhasse?
Se fosse concorrente do Joker, qual o nível que atingiria?
Não iria ao Joker, iria ao The Floor.
Não iria porquê?
Estou para aqui a brincar! Mas não faço ideia de quanto poderia ganhar, pois já tive concorrentes que ninguém dava nada por eles e que acabaram lá em cima, nos dez mil, e outros concorrentes incríveis, que passaram o tempo todo lá em cima, mas que, no final, caíram a pique. Portanto, é um jogo um bocadinho ingrato. Em termos de regras, o The Floor é mais a minha praia – sabendo quem são os vizinhos, dá para delinear uma certa estratégia.
Mesmo não se imaginando a jogar, pense no que faria se ganhasse o prémio máximo do Joker?
[Pausa para pensar.] O que é que faria com 50 mil euros? Como qualquer pessoa, pensaria em fazer uma viagem, pois adoro viajar. Mas percebo bem quem diz que vai pagar empréstimos, pois isso também é importante.
Depois disso, os 50 mil já não dão para muito mais…
Depende da viagem. Depende dos empréstimos.
Continuando a sonhar, qual seria a viagem que faria depois de ganhar o prémio?
A que lugar ainda não fui e gostaria muito de ir? [Outra pausa para pensar.] Se é para ser em grande, e não pensando no pagamento das dívidas, iria à Austrália. Ou à Islândia, país de que já me falaram muito bem.
Como é o Vasco Palmeirim pai?
No meio do corre-corre profissional, o apresentador tenta não perder nunca os momentos essenciais do crescimento dos filhos, Tomás e Matias, de 8 e 4 anos
Tem dois filhos pequenos. Como é o Vasco Palmeirim pai?
Não sou daqueles pais demasiado amigos. Pai é pai. Mas nunca quero faltar às ocasiões marcantes, que sei serem importantes para eles. Por exemplo, o mais velho agora também joga ténis.
Ah, influência do pai…
Não, não, ele soube que o pai gostava e um dia experimentou e gostou. Já faz uma coisa que eu também fazia quando era miúdo, que é ir na rua a jogar com a sua raqueta invisível. Portanto, tento estar presente nos treinos e nos torneios, porque sei que ele dá valor a isso. Também não falho às coisas da escola do mais novo, nem que seja preciso sair da rádio um bocadinho mais cedo. É uma gestão complicada, mas não pretendo que trabalho em demasia leve a que falhe com eles.
O que faz para os proteger destes tempos estranhos?
Não os mostro nas redes sociais. Com 4 e 8 anos, ainda não têm telemóvel, mas já explicámos ao Tomás, o mais velho, a nossa postura em relação a telemóveis e redes sociais e ele já percebeu. Fez algumas perguntas no início, como questionar porque é que eu tirava fotografias na rua com pessoas que não conhecia.
Ele cresceu a vê-lo na televisão…
Gosta muito dos programas que faço e agora anda maluco com o The Floor. Em relação à educação, não sou um pai demasiado rígido, mas têm de saber estar, comer bem à mesa, ter maneiras, dizer “bom dia”. Não me lembro de ter levado nas orelhas dos meus pais, mas lembro-me daquilo que eles me disseram.