A startup que Mira Murati está a preparar deverá focar-se na criação de produtos de Inteligência Artificial (IA) que tirem partido de modelos proprietários. A ex-diretora tecnológica (CTO) da OpenAI pretende recolher mais de cem milhões de dólares (cerca de 92 milhões de euros ao câmbio atual) nesta primeira ronda de investimento. A Reuters noticia que as conversações com potenciais investidores já estão a decorrer.

Mira Murati escreveu na rede social X, pouco depois da sua saída, que a OpenAI “mudou fundamentalmente a forma como os sistemas de IA aprendem e raciocinam sobre problemas complexos”. Nessa altura, a executiva explicou que estava a sair da empresa porque queria “criar o tempo e o espaço para a minha própria exploração”, sem detalhar os seus planos.

https://x.com/miramurati/status/1839025700009030027

Antes de entrar na OpenAI como vice-presidente para parcerias em 2018, Murati trabalhou na Tesla e na Leap Motion. Durante o tempo em que esteve na startup de Inteligência Artificial, chegou a ser apontada como diretora executiva interina, durante o breve e polémico despedimento de Sam Altman (cofundador e CEO da OpenAI).

Enquanto diretora de tecnologia da OpenAI, Mira Murati foi instrumental no desenvolvimento dos sistemas de IA da empresa e no lançamento dos mesmos para o mercado, o que inclui os grandes produtos bandeira da tecnológica norte-americana: ChatGPT (geração de texto), Dall-E (geração de imagens), Sora (geração de vídeos) e também de modelos mais específicos, tendo inclusive a executiva ter feito o anúncio oficial do modelo GPT-4o.

Já depois da saída de Mira Murati e de outros executivos de topo, a OpenAI fechou a maior ronda de investimentos de sempre, na qual angariou mais 6,6 mil milhões de dólares de uma assentada.

Uma das grandes virtudes dos mercados e da economia de mercado é, pelo menos quando há suficiente concorrência, fazer com que os bens e serviços produzidos na economia vão ao encontro às vontades dos consumidores. No jargão económico, chama-se a isso a soberania do consumidor, denotando a ideia de que é o consumidor quem manda, vendo satisfeitas as suas vontades.

Na prática, as coisas são mais complexas. Primeiro, porque abundam as situações de baixa concorrência (como os oligopólios), em que os consumidores perdem muito poder. Depois, porque as vontades dos consumidores são sugestionáveis (por isso a indústria da publicidade é tão próspera). Ou seja, mesmo numa economia de mercado, o consumidor não tem tanto poder, nem fica tão satisfeito, quanto teoricamente poderia. Mesmo assim, ainda não foi inventado nenhum outro sistema económico que vá orientando tanto a produção na direcção das vontades dos consumidores.

Porém, surge um problema. É que, todos nós, somos simultaneamente consumidores e produtores. Mais, passamos muito mais tempo das nossas vidas a produzir do que a consumir. E se o sistema está calibrado para ir de encontro às vontades dos consumidores, já não faz o mesmo no que diz respeito às nossas vontades enquanto produtores. É que, mesmo existindo os mercados de trabalho, em que podemos tentar escolher o trabalho que preferimos, esses mercados são muito imperfeitos, tipicamente com menos entidades a oferecer postos de trabalho do que gente a procurá-los. Adicionalmente, há coisas que são boas para nós enquanto consumidores, mas más enquanto produtores: ter um centro comercial ou hipermercado aberto ao domingo é óptimo do ponto de vista do consumidor, é mau do ponto de vista de quem está a produzir, se quisesse passar o domingo com a família; pagar preços low-cost é óptimo para o cliente, receber remunerações low-cost não é muito agradável. Esta é, aliás, uma das razões pelas quais o continuado crescimento do PIB nos países mais desenvolvidos não tem sido muito capaz de aumentar os níveis de felicidade nas últimas décadas. Temos conseguido satisfazermo-nos enquanto consumidores, nem tanto enquanto produtores.

E, assim, chegamos àquelas situações em que a virtude se encontra no meio. A meio caminho entre os nossos interesses enquanto consumidores e enquanto produtores, quando esses interesses divergem, e no seio daquelas situações em que os nossos interesses enquanto consumidores estão alinhados com os nossos interesses enquanto produtores (ex: quando, por termos boas condições de produção, prestamos um melhor serviço ao consumidor, ou porque, ao recebermos bem enquanto produtores melhoramos as nossas condições de consumo). A lição é simples: apostemos nas virtudes do centro e não deixemos o sistema descalibrar.

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Na sociedade digital de hoje, a figura do bonus pater familias – o “bom pai de família” que age com prudência e diligência – enfrenta desafios sem precedentes. Esta figura – quase mitológica e pináculo da perfeição – representa o modelo de comportamento responsável, servindo de referencial para avaliar a conduta de alguém no cuidado com os seus bens e no cumprimento das suas obrigações.

No entanto, no mundo digital, este conceito clássico encontra obstáculos significativos. Num ambiente repleto de riscos invisíveis, como se pode esperar que se atue de forma diligente se, muitas vezes, desconhecem os perigos a que se está exposto?

A era digital trouxe uma revolução em termos de acessibilidade à informação, mas também criou um campo fértil para novas ameaças, muitas delas disfarçadas de conveniência ou inovação tecnológica e obrigatoriamente uma ideia de conforto e utilidade. Sem noção disso, estamos constantemente a fornecer os nossos dados pessoais – muitas vezes sem entenderemos realmente o alcance dessas ações e, acima de tudo, sem percebermos como esses dados podem ser usados, manipulados, a maior parte das vezes em nosso desfavor. Aqui reside o cerne da questão: a falta de literacia digital e a opacidade do mundo online tornam extremamente difícil que qualquer pessoa, por mais cuidadosa que seja, consiga exercer a diligência que o suposto bom pai de família deve garantir.

Convenhamos que, para agir de forma diligente, é necessário compreender os riscos. No entanto, no que diz respeito à proteção de dados pessoais, grande parte dos utilizadores da internet não tem conhecimento suficiente para entender como os seus dados são recolhidos, armazenados e utilizados, nem para que finalidades. Cada clique, cada login e cada “aceitar” nos termos de serviço de uma aplicação ou website pode ter implicações profundas, mas são poucos os que realmente compreendem o que está em jogo.

As plataformas digitais, os sites de comércio eletrónico e as redes sociais recolhem uma quantidade massiva de informações sobre nós, que vão desde preferências de consumo a dados de localização, até informações financeiras e pessoais sensíveis. Muitas vezes, estes dados são partilhados com terceiros ou utilizados para alimentar complexos algoritmos de marketing e publicidade. E, no entanto, quantos utilizadores têm plena consciência disto? Quantos percebem que estão a ceder algo valioso – as suas próprias informações?

De cada vez que permite que uma aplicação do seu telefone saiba a sua localização, está a dizer a pessoas (não sabemos a quem) onde está.

Usemos exemplos concretos para facilitar: de cada vez que permite que uma aplicação do seu telefone saiba a sua localização, está a dizer a pessoas (não sabemos a quem) onde está. E isso significa que, no limite, poderá até estar a informá-los de quando está em que lugar, o que é terreno fértil para descobrir rotinas, moradas de residência, escolas onde tem as crianças.

Vamos a outro: de cada vez que publica uma fotografia do seu filho nas redes sociais, por mais garantias que empresa lhe dê de que os seus dados estão guardados, saiba que há uma probabilidade enorme de elas aparecerem em redes de pornografia infantil e tráfico de crianças – não, não é apenas nos EUA que acontece.

E temos ainda os efeitos a longo prazo – que, em alguns países como a Austrália, já levaram pais a sentar-se no banco dos réus acusados pelos próprios filhos: tudo o que está na Internet permanece na Internet. E as crianças não são propriedade nossa, apesar de serem nossos filhos. Aliás, temos por responsabilidade garantir não apenas a sua sobrevivência, mas também a sua segurança. Com responsabilidade e consciência de que a sua informação, imagem e vida nos não pertence e, como tal, não deve ser exposta. Mesmo que os seus dados sejam, alegadamente protegidos pelo Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD).

O bonus pater familias digital, se existisse de forma realista, teria de ser alguém que compreende profundamente o estabelecido no RGPD, que sabe como os seus dados são processados, e que consegue avaliar corretamente os perigos de ceder informações pessoais. No entanto, a parca experiência da era digital vem demonstrando sempre uma vontade de as empresas retirarem vantagem do desconhecimento do utilizador. Com recurso a um excesso de complexidade técnica, aliado à falta de transparência, muitas empresas colocam o utilizador numa posição de vulnerabilidade. Não por acaso, é frequente que os utilizadores aceitem os termos e condições de serviços digitais sem tão pouco os lerem, ou, mesmo que tentem fazê-lo, muitas vezes encontram documentos longos e escritos numa linguagem jurídica que dificulta a sua plena compreensão – o que está longe de ser obra do acaso.

Ou seja, a possibilidade de as fotografias, ou as histórias que conta, ou a informação que usa sobre os seus filhos saltarem na cara de um recrutador na altura em que ele vai procurar emprego são exponenciais. Lembra-se daquele álbum de família que os seus pais, por norma, tinham em cima da mesa da sala para mostrar às visitas? Aquele que tinha fotografias embaraçosas das nossas pessoas enquanto crianças, com legendas que achávamos uma vergonha? Imagine que o seu atual chefe tinha acesso a este álbum quando o contratou. É mais ou menos isto que pode acontecer com as imagens dos seus filhos que coloca na Internet, atualmente. Podem mesmo ser um fator penalizado para eles, no futuro.

É que no cenário digital atual, os dados pessoais tornaram-se a moeda de troca mais valiosa. Desde as redes sociais até aos serviços de streaming e de comércio eletrónico, todos estão em busca dos nossos dados. Estes dados, por sua vez, são utilizados para criar perfis detalhados de cada utilizador, destinados a direcionar publicidade ou a influenciar decisões de consumo. Há, inclusivamente, quem defenda que vivemos num “capitalismo de vigilância”, onde importa mais vigiar o consumidor para prever e influenciar a sua próxima decisão económica do que realizar uma mera venda imediata de um produto. Quem não cedeu já à tentação de fornecer data de nascimento, género e gostos pessoais às Netflix ou HBO somente para não lidar com a sugestão de séries que não lhe fazem sentido? O problema é que não é apenas para isso que servem os dados.

Quem não cedeu já à tentação de fornecer data de nascimento, género e gostos pessoais às Netflix ou HBO somente para não lidar com a sugestão de séries que não lhe fazem sentido?

Mesmo os utilizadores que se preocupam com a sua privacidade e tentam proteger-se podem não ter conhecimento dos inúmeros mecanismos através dos quais os seus dados são recolhidos. A invisibilidade destes processos – e, muitas vezes, a nossa falta de paciência e capacidade para os compreendermos, é o que torna tão difícil cumprir o padrão do bonus pater familias no mundo digital. A diligência, neste contexto, não depende apenas de uma vontade de agir corretamente, mas também de uma compreensão técnica que muitos não possuem e que outros tantos agradecem e da qual beneficiam.

A tecnologia avança, hoje, a uma velocidade que ultrapassa a capacidade da maioria dos cidadãos de a compreenderem. Nós, que assinamos este artigo, incluídos em muitas das situações. Para que possam ser diligentes, os cidadãos precisam de saber como os seus dados pessoais são tratados, ou seja, como são recolhidos, utilizados, para que finalidades concretas e que medidas podem tomar para permitir ou impedir esses tratamentos. Não há, no entanto, escolha informada sem conhecimento e transparência.

A proteção de dados não pode ser uma responsabilidade exclusivamente atribuída ao utilizador final, que muitas vezes está numa posição de clara desvantagem em relação às empresas. São mesmo as empresas que têm o dever de tornar os seus processos mais transparentes, e as entidades reguladoras devem ser reforçadas com meios financeiros e humanos para que a proteção de dados se torne uma prioridade real, e não apenas uma questão de conformidade superficial.

Sem isso, estamos todos a exigir demais do bonus pater familias na era digital. Que tem, ainda assim, de ser responsável. Mas facto é que uma maior transparência por parte das empresas e uma melhor educação digital, o ideal de um comportamento diligente online permanece, na maioria das vezes, uma mitologia de perfeição como sempre foi associada ao nosso querido “bom pai de família”.

As capas estão à vista, impecavelmente alinhadas nas prateleiras pretas. Sofia e o Dia da Fotografia, O Velho da Montanha, A Sopa Verde, O Dia em que me Tornei Pássaro, são alguns dos livros de autores portugueses e estrangeiros editados pela Poets & Dragons e aos quais apetece imediatamente deitar as mãos. A vontade de folhear cada obra cresce, ainda mais, assim que o casal Elisabete e Dinis Machado fala, entusiasmado, sobre o que têm na nova livraria que abriram em Campo de Ourique. “Livros ilustrados, divertidos, em português e inglês, que ajudem na promoção da leitura entre as crianças. Lá fora, usam-se muito no ensino, em Portugal não”, afirma Elisabete, professora de Inglês do Primeiro Ciclo e pós-graduada em Literatura Infantojuvenil.

Mudar o paradigma não é tarefa fácil, mas é para isso que trabalham todos os dias, incluindo Elisabete, que recorre aos livros na sala de aula. “Além das ilustrações, que ajudam a contar ou a inventar a história, usam muito a repetição, fomentando a interação e promovendo a chamada leitura emergente (até aos seis anos)”, explica. Ficamos a saber que muitas destas edições foram musicadas em colaboração com o projeto Bolinha de Música, de Rute Rita. Escutando Elisabete cantarolar, ficam de facto no ouvido.

Esta não é a primeira livraria Poets & Dragons. Desde 2019 que existe uma na Costa da Caparica, e na génese têm a editora com o mesmo nome, criada um ano antes. Dinis explica como tudo começou: “Um dia anunciei à Elisabete ‘vou abrir uma editora de poesia’. Ela disse logo ‘eu também quero’, e assim surgiu a Poets & Dragons.”

Em pequeno, queria ser escritor, acabou por seguir outro caminho profissional, mas a escrita nunca saiu da sua vida e, em 2003, ganhou o prémio literário Revelação Cesário Verde pela obra Dionísias. Na Poets & Dragons, satisfazem a curiosidade de pequenos leitores, mas também de adultos, com obras de ficção, uma coleção dedicada ao cinema, ensaio, crítica literária, banda desenhada e poesia, incluindo, claro, a de autoria do proprietário que, na pele de poeta, assina como Dinis H. Machado.

Poets & Dragons > R. Ferreira Borges, 128, Lisboa > T. 21 386 1821 > qua-sex 10h-14h, 15h-19h, sáb 10h-13h, 14h-19h, dom 10h-13h, 14h-18h

Foi num jantar animado, no centro de Lisboa, que voltámos à conversa com João Portugal Ramos. As eleições legislativas em Portugal, cuja antecipação marcou o nosso encontro anterior – sobre o qual já terá lido nesta edição –, já tinham passado e, além de uma série de jornalistas da especialidade, foi possível partilhar a refeição com Nicolas Vivas, consultor da empresa há vários anos. O especialista francês tornou-se, também, um amigo da família e é com visível gosto que se senta à mesa para falar dos projetos da João Portugal Ramos (JPR).

“Quando cheguei ao Douro, não havia nada. Só a Natureza”, recorda o professor que desde há décadas trabalha com João Portugal Ramos. “Mas sentia-se algo excecional, uma energia incrível no lugar. Isso refletiu-se depois nos vinhos. Temos tentado melhorá-los. Naturalmente, e devido às alterações climáticas, tivemos de alterar a enologia, experimentar outras castas, mudar a hora das vindimas…”, continua, alternando o francês com o inglês, numa mesa em que o português foi, eventualmente, a língua menos falada.

João Portugal Ramos e os filhos, João Maria e Filipa, receberam os seus convidados para a apresentação de duas novas referências da Duorum Vinhos, a marca criada em 2017 e que tem vindo a conquistar cada vez mais mercado. “O Douro é uma região muito difícil, mas orgulhamo-nos do projeto que temos, de estar entre os maiores produtores do Douro, e estamos na região para ficar”, reforçaria João Perry Vidal mesmo antes do jantar. O diretor vitivinícola da Quinta de Foz de Arouce e da Duorum recordou ainda que o trabalho que a empresa faz, desde há vários anos, em torno da sustentabilidade e da biodiversidade, lhe dá uma vantagem natural atualmente, uma vez que a maior parte das boas práticas já está implementada em todos os processos há muito.

Enquanto as explicações decorrem, João Portugal Ramos, o empresário e enólogo, recosta-se na cadeira, volta a provar os vinhos que tem no copo – O Duorum Touriga-Franca 2022 e o Duorum Vinha dos Muros 2023 – e, com um piscar de olho, pergunta divertido: “Isto está bom, não está?”

O Vinha dos Muros é o primeiro vinho “de vinha” do projeto Duorum. Tem origem numa pequena parcela de vinha, de Arinto e Gouveio, ladeada por muros antigos de xisto, e cujo restauro e preservação são assegurados pela Duorum. A personalidade do terroir é perfeitamente sentida no nariz e no palato, de um vinho que tem edição limitada a 3 300 garrafas.

Já o Touriga-Franca tem edição limitada de 6 600 garrafas. Para João Maria Portugal Ramos, estas duas adições ao projeto representam “duas novidades muito gastronómicas que nascem da vontade constante da nossa equipa em inovar e procurar diferenciação logo na vinha”.

Enquanto fala, na mesa mais afastada de nós, o pai ouve-o com atenção e sorri não raras vezes. Aos 70 anos, a tranquilidade, a leveza e a graça com que João Portugal Ramos encara a vida são características que parecem cada vez mais vincadas num dos decanos dos vinhos nacionais. Vai dando direções à próxima geração, e continua a ser presente nos vários projetos que a empresa leva a cabo, mas não raras vezes vemos a atitude descontraída com que olha para o que já construiu. A curiosidade e a garra, que o levaram a sair do Alentejo e a experimentar não apenas o Douro mas também os Vinhos Verdes e a Beira, sentem-se nas referências que continuam a chegar aos mercados nacional e internacional e a ocupar as mesas de refeição. Não é segredo, para quem nos acompanha aqui na EXAME, que acredito que o rejuvenescimento geracional vai ser significativamente importante para a afirmação de Portugal no cenário vínico internacional. Mas é fundamental que não se perca todo o conhecimento e toda a evolução que empresas como a JPR permitiram ao País – afinal, é muitas vezes entre a descontração de dois copos de vinho e a certeza de que se precisa de ajuda (daí o trabalho regular com Nicolas Vivas) que se aprende muito sobre o caminho que ainda tem de ser trilhado. Um brinde à experiência acumulada!

Duorum Touriga-Franca

>Região

Douro

>Onde Encontrar?

Em garrafeiras nacionais, por €16,90 a garrafa

>O VINHO

Com taninos muito elegantes, é um vinho perfeitamente equilibrado, com a acidez e a pimenta no final de boca que tornam um Touriga-Franca tão especial. Passou 8 meses em barricas usadas de carvalho francês, o que salienta a elegância, sem lhe retirar as características que permitem sentir o terroir. Perfeito para acompanhar carnes vermelhas e refeições mais intensas e com bom potencial de guarda.

>NOTAÇÃO

AA

Vinha dos Muros

>Região

Douro

>Onde Encontrar?

Em garrafeiras nacionais, por €16,90 a garrafa

>O VINHO

Bem estruturado, com uma passagem por barricas usadas, é uma referência consensual que se bebe facilmente e cuja salinidade e acidez se destacam. Crocante na boca, com muitos aromas cítricos, este blend de Arinto e Gouveio pode bem ser uma das boas surpresas deste verão. Um vinho leve, que acompanha bem refeições leves de carnes brancas, massas ou até como aperitivo, numa tarde de calor, com uma tábua de queijos. Versátil e elegante.

>NOTAÇÃO

A+

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a partir de janeiro de 2025, as rendas, incluindo as anteriores a 1990, podem aumentar 2,16%, tendo decorrido 12 meses desde a última atualização. Numa renda de 850 euros, por exemplo, este aumento traduz-se num aumento de 18,36 euros.

Caso o senhorio tenha decidido deixar a renda inalterada nestes últimos anos e opte agora por juntar os três últimos coeficientes, o aumento pode ser superior a 11 por cento.

Voltando ao exemplo de uma renda de 850 euros que se tenha mantido inalterada nos últimos anos, a junção dos coeficientes destes três anos (1,0200; 1,0694 e 1,0216) resultará numa subida agregada de 97,20 euros, passando esta renda para 947,20 euros mensais – 2,16 de 2025, 6,94 de 2024 e 2% em 2023 devido ao travão decidido pelo Governo, sem o qual o aumento teria sido de 5,43 por cento.

De acordo com a lei, caso não o tenha feito, o senhorio pode proceder à atualização da renda com referência aos coeficientes dos três anos anteriores.

Com a lei do Mais Habitação, as rendas antigas, anteriores a 1990, passaram também a poder ser atualizadas de acordo com o coeficiente que tem por base a inflação média sem habitação registada em agosto, o que significa que estes contratos poderão ser atualizados em 2,16% caso já tenham decorrido mais de 12 meses desde a atualização anterior (de 6,94 por cento).

Enquanto os conflitos no Médio Oriente não dão tréguas e o resultado das eleições norte-americanos continuam a ser uma incógnita, o ouro continua a bater máximos no mercado das matérias-primas. Ontem, dia 21 de outubro, a onça de metal precioso chegou a bater nos $2 755,40 um máximo histórico, logo ao início do dia.

Esta manhã, aquele que é considerado o ativo de refúgio por excelência, continua a cotar acima dos $2 750 dólares, tendo já chegado aos $2 752. Os analistas acreditam que a pesar no sentimento dos investidores estão também as expectativas em torno de um novo corte de juros por parte da Reserva Federal norte-americana (FED), que toma uma decisão em relação às taxas de referência na reunião de 6 e 7 de novembro.

Em redor do mundo, os bancos centrais têm estado a aliviar os juros, o que tem um reflexo imediato na vida das famílias – em Portugal, ele é sobretudo sentido no valor dos créditos à habitação, indexados à taxa Euribor. Os reguladores têm-se mostrado mais disponíveis para baixar as taxas agora que a inflação parece mais controlada.

Os olhos dos investidores continuarão, no mesmo sentido, postos no resultados das eleições norte-americanas, que se realizam a 5 de novembro, e que podem marcar um momento de viragem na política da maior economia do mundo, se Donald Trump voltar ao poder.