António está decidido. E sente coragem. Espírito de aventura, e até uma certa felicidade. Era isto que lhe faltava nos últimos anos. Não se enganem. Não falo de alguém que nos seus velhos tempos era um amante das artes e um lutador de causas nobres e agora sente a nostalgia do tempo em que era jovem e recupera, naquele olhar numa antiga paixão, uma vontade de mudar o mundo que é apenas uma boa recordação. António sempre foi soldado de primeira fila. Como estudante, como médico, como pai, como guerrilheiro, como mecânico, em tempos de crise, em tempos de grandes projetos de mudança. O problema do António não eram as lutas, não era a resistência, não era a oposição nem eram as dificuldades que se encontram pelo caminho.

O António não se assustava com golpes militares, com insurreições inesperadas de extrema-direita, com prisões de alta segurança e elevada ilegalidade, com cybertrucks da Tesla que explodem à porta de edifícios que simbolizam impérios nem tumultos nas ruas, nem com bombas e mísseis que em breve saberão decidir sozinhas quem bombardear. António sabia que quando os governantes incutem medo nas suas populações, os rebeldes estão a ganhar. Sabia que nada desafia mais uma ditadura (militar, política, financeira) do que ignorar as suas investidas e manter um estilo de vida que as questiona. António sabia muito, vivera outro tanto e tinha um optimismo estrutural que não lhe permitia desistir ao primeiro obstáculo. Mas António não percebia este novo tempo. Não percebia as gerações mais velhas mas também não compreendia as mais novas.

António não sabia a quem se aliar, com quem conversar, que lutas abraçar. E essa dúvida amargurava-o. A incerteza de não se saber se há lado certo, se há futuro, se há sequer vontade em continuar uma jornada para um mundo melhor. E António não sabia lidar com esta sensação e com um certo cansaço insuspeito e invisível que o invadia, todos os dias um bocadinho mais, e se espalhava por todo o corpo e por todas as suas ideias. Até ao momento em que viu aquele sorriso na cara de Flora. E pensou: se calhar os tempos não são de certezas. Nem de grandes direções. Sabemos de mais para sermos tão parvos. Para sermos tão inocentes e tão ensimesmados com caminhos únicos e definíveis. Se calhar estes são tempos de ir. Só ir. Saltar o muro e acreditar que do outro lado há algo de novo para descobrir e algo de eternamente reconhecível que nunca se perde.

António tirou o avental, confirmou quantos trocos tinha no bolso das calças direito e enfiou o passaporte e a carta de condução em papel no bolso de trás, um hábito que mantinha desde o momento da “Grande imaterialização” (sobre a qual vos contarei ainda numa destas crónicas). António sentia-se preparado para tudo o que aí vinha. Com e sem tecnologia. Com ou sem companhia.

Sabia que ia encontrar lugares com fronteiras fechadas, e jardins de cancela aberta com pomares com árvores carregadas de frutos deliciosos. Sabia que ia acabar em apartamentos que só abririam com códigos de alta segurança, viver em cidades onde não se vê vivalma e se fala apenas através de intercomunicadores embebidos nos poucos equipamentos públicos. Sabia que iria percorrer longas distâncias em comboios supersónicos subterrâneos e passar semanas sem ver a luz do dia. Sabia que se podia dar a volta ao mundo em catorze horas e escolher qualquer destino de chegada (com o pin certo) e não encontrar ninguém que partilhasse os mesmos sonhos durante anos, mesmo que com todo o dinheiro, todos os contactos, e todo o conhecimento sobre qualquer assunto. António sentia-se preparado. Para percorrer túneis e aprender novos ofícios, para desafiar a angústia e a solidão. E andou e andou e andou e andou e andou e andou e andou e andou e andou e andou e andou e andou. Sem destino. Sem saber. Sempre a questionar, a questionar-se, a reequacionar.

Até que num dos muitos dias se fez meio-dia, era verão, estava muito quente e ele encontrou o seu passado numa catedral em Talin, na Arménia, fundada pelos Kamsarakans, hoje no meio de um descampado, ao lado de um cemitério de muitos séculos, às portas da cidade. Um edifício circular, sem telhado, uma cúpula majestosa cercada por paredes de tijolo vermelho e preto, destruídas por terramotos, guerras e desleixos consecutivos. António entra e olha em redor. Na igreja apenas um serralheiro solitário que constrói andaimes ao som de um rádio de pilhas com a calma de quem sabe que não há mais ninguém interessado na reparação desta igreja. Do outro lado, ainda intacto, um fresco representa um livro aberto sentado num trono almofadado. Numa das torres, os vestígios de uma fonte construída pelo monge Uxtaytur e o seu irmão Tuti em 234 da era armena ou em 783 na era depois de Cristo (ou ontem, nos tempos que correm sem história e sem noção). Ao lado uma inscrição com um aviso numa língua que António não domina.

António olha em redor e sente a calma, sente os séculos, sente-se parte de uma espécie que se dedica a pintar auroques e a erguer santuários, e não percebendo o que isso quer dizer, percebe. Ou aceita. Nesse momento, entra na catedral Lula Pena com um santur à cabeça. Ela não o vê. Também ela percorre o mundo há décadas, à procura daquele tom. Daquela melodia. Lula olha à volta e bate uma palma, outra palma, outra palma, canta umas breves notas. Escolhe um lugar pelo seu eco, monta e afina o santur.  Na catedral, e sempre em silêncio, vão chegando pessoas. Duas amigas que por ali estavam a conversar, o guarda do cemitério, dois turistas perdidos, o senhor da mercearia, cada um com a sua razão para estar ali, todos atraídos pelo mesmo som. Uns encontram o seu lugar em cima de uma pedra, outros deitam-se no chão enquanto olham o céu a descoberto, outras ainda se encostam a uma parede, perto do altar, o serralheiro faz uma pausa e desliga o rádio. A caminhada tornou-se num concerto, onde tempo, história, espaço e percursos se uniram durante horas sem que alguém se atrevesse a respirar. É isto, o encontro entre deuses, pensou o António, mas não o pensou com palavras. Apenas sentiu-o.

Quando Lula Pena terminou, seguiu-se o vazio. E o peso. Mas continuava a não se ouvir um ruído. Ninguém se mexeu. Apenas o serralheiro procurou algo na sua mesa de trabalho. Precisava de dizer algo. Encontrou uma maçã, que era tudo o que tinha para o seu almoço. Limpou-a ao macacão azul de trabalho e dirigiu-se para Lula. Fez-lhe uma pequeníssima vénia e estendeu a mão para lhe oferecer uma maçã. Ela aceitou a maçã com um sorriso e um olhar que duraram para sempre. Os olhos de António encheram-se de lágrimas. Era por aqui o caminho. J

Nota: crónica ficcionada baseada no concerto improvisado que Lula Pena deu em Talin, Arménia, no âmbito de uma residência artística da Rota Clandestina no verão de 2023

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Um adolescente ficou ferido esta terça-feira na sequência de um esfaqueamento junto à Escola Secundária São João do Estoril. De acordo com o Expresso, o suspeito terá utilizado uma catana para agredir a vítima, provocando-lhe um corte profundo na mão. “O suspeito foi intercetado e a vítima foi transportada para o Hospital de Cascais”, referiu uma fonte da PSP ao jornal.

O alerta foi dado pelas 13h18 desta terça-feira.

De acordo com a SIC Notícias o agressor e vítima são estudantes de estabelecimentos de ensino diferentes e têm entre 14 e 16 anos de idade. A PSP de Cascais acredita ter-se tratado de um ajuste de contas. 

A Exame Informática esteve presente na pré-apresentação dos novos produtos de gaming da Asus, que foram revelados agora na CES, a maior feira dedicada à tecnologia do mundo. O evento “Unlock the ROG Lab: For Those Who Dare” destacou o compromisso da marca em superar os limites tecnológicos, oferecendo soluções para jogadores e criadores de conteúdo.

Gráficos de elite: RTX 50 Series

No coração da apresentação estiveram as novas placas gráficas ROG Astral GeForce RTX 50 Series. Inspiradas no conceito do “cosmos ilimitado”, estas gráficas não só oferecem os mais recentes e poderosos processadores da Nvidia – também apresentados na CES 2025 –, como introduzem inovações de design e na refrigeração.

A ROG Astral GeForce RTX 5090, por exemplo, é a primeira placa gráfica da marca a incluir um sistema de quatro ventoinhas, que melhora o fluxo de ar em 20% e garante estabilidade mesmo sob cargas extremas. Para os jogadores que exigem silêncio e eficiência, a Astral LC RTX 5090 utiliza refrigeração líquida para manter temperaturas baixas e uma performance constante.

Estas placas são otimizadas para a mais recente tecnologia Nvidia Blackwell, incluindo o DLSS 4, que multiplica a performance enquanto melhora a qualidade visual. Importante não apenas para gamers, mas também para criadores de conteúdo que trabalham com renderização pesada ou aplicações de IA.

Além disso, a série Strix complementa o portfólio com opções mais acessíveis, como a RTX 5070 Ti, que ainda assim garante uma experiência premium para jogos graficamente exigentes e aplicações nas áreas da criatividade e IA.

Portáteis Gaming Reforçados

Com a crescente procura por portáteis capazes de rivalizar com desktops, a Asus trouxe à CES 2025 um leque impressionante de laptops, que já tivemos a oportunidade de experimentar.

Os novos ROG Strix SCAR 16/18 foram concebidos para jogadores que procuram o máximo desempenho. Equipados com processadores Intel Core Ultra 9 e placas gráfica GeForce RTX 5090, estes portáteis podem facilmente executar jogos exigentes em configurações máximas. A tecnologia Intelligent Cooling garante que, mesmo sob carga máxima, as temperaturas e o ruído são mantidos sob controlo.

Asus ROG Strix

Já os ultrafinos ROG Zephyrus G14/G16 destacam-se pela portabilidade. Pesando apenas 1,5 kg no modelo G14, são ideais para quem precisa de um dispositivo leve e eficiente. Apesar do design compacto, oferecem gráficas até RTX 5090 e ecrãs OLED Nebula de alta taxa de atualização. Estes portáteis não só garantem sessões de gaming fluidas, mas também são perfeitos para tarefas criativas em movimento.

Asus ROG Zephyrus

Outro destaque vai para o ROG Flow Z13, um tablet 2-em-1 que combina a mobilidade de um dispositivo leve com o desmpenho de um verdadeiro equipamento gaming. Equipado com o processador AMD Ryzen AI Max+ 395, o Flow Z13 é ideal para gamers e criadores que procuram versatilidade e desempenho em um único equipamento.

Asus ROG Flow Z13

Ecrã e rede à altura

No universo do gaming, os monitores desempenham um papel crucial. O novo ROG Swift OLED PG27UCDM é o primeiro monitor OLED 4K de 27 polegadas com uma taxa de atualização de 240 Hz. Com tempos de resposta de 0,03 ms, é projetado para acompanhar a ação mais rápida sem comprometer a qualidade visual.

Além disso, a Asus introduziu um sistema inovador para prolongar a durabilidade do painel OLED, incluindo um sensor de proximidade que desliga o ecrã quando o utilizador se afasta. É uma solução prática para reduzir o risco de burn-in e aumentar a vida útil do monitor.

A conectividade foi outro ponto alto da apresentação, com o ROG Rapture GT-BE19000AI, o primeiro router gaming Wi-Fi 7 AI do mundo. Este dispositivo utiliza inteligência artificial para otimizar redes domésticas, reduzindo latência e atribuindo recursos de forma eficiente. Para gamers competitivos, oferece um sistema de aceleração tripla que promete diminuir o ping em até 34%, garantindo uma vantagem crucial durante partidas online.

O bom PC de secretária

Para quem continua a preferir desktops, a série ROG G700 promete o máximo desempenho com processadores Intel Core Ultra ou AMD Ryzen 7 e placas gráficas RTX 5090. Estas máquinas foram projetadas para suportar longas sessões de gaming, com sistemas de arrefecimento otimizados e fácil acessibilidade para upgrades.

Se o espaço é uma preocupação, o mini PC ROG NUC (2025) combina um formato compacto com muito desempenho. Com placas gráficas RTX 5080 e processadores Intel de última geração, o ROG NUC é ideal para jogadores que precisam de um sistema discreto, mas sem comprometer o desempenho.

Asus ROG G700

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A AMD deu o pontapé inicial na CES 2025 com um anúncio de peso: a expansão do seu portefólio de processadores Ryzen com capacidades avançadas de IA. As novas séries Ryzen AI Max, Ryzen AI 300 e Ryzen 200 visam consolidar a posição da empresa na computação de alto desempenho, oferecendo “uma combinação de eficiência energética, potência de processamento e funcionalidades voltadas para IA”.

Ryzen AI Max: desempenho de workstation em formatos ultraleves

A série Ryzen AI Max surge como o destaque principal, oferecendo até 16 núcleos baseados na arquitetura Zen 5, 40 unidades de computação gráfica AMD RDNA 3.5 e uma Unidade de Processamento Neural (NPU) com capacidade de até 50 TOPS (biliões de operações por segundo). De acordo com a AMD, esta combinação permite que os processadores lidem com modelos de IA avançados e tarefas de multitasking intensivas, como edição de vídeo em 4K ou simulações complexas.

Para os utilizadores empresariais, a série Ryzen AI Max PRO oferecem ferramentas de gestão empresarial e segurança. As soluções serão particularmente atrativas para profissionais de engenharia e arquitetura que necessitam de estações de trabalho móveis potentes e versáteis.

Processadores Ryzen AI Max e Ryzen AI Max PRO

ModeloNúcleos/ThreadsFrequência: boost/baseCache totalProcessamento gráficoCTDPTOP (NPU)Núcleos processamento gráfico
AMD Ryzen Al Max+ 39516C/32TAté 5,1/3,0 GHz80MBAMD Radeon  8060S45-120W5040
AMD Ryzen Al Max 39012C/24TAté 5,0/3,2 GHz76MBAMD Radeon 8050S45-120W5032
AMD Ryzen Al Max 3858C/16TAté 5,0/3,6 GHz40MBAMD Radeon 8050S45-120W5032
AMD Ryzen Al Max+ PRO 39516C/32TAté 5,1/3,0 GHz80MBAMD Radeon 8060S45-120W5040
AMD Ryzen Al Max PRO 39012C/24TAté 5,1/3,2 GHz76MBAMD Radeon 8050S45-120W5032
AMD Ryzen Al Max PRO 3858C/16TAté 5,0/3,6 GHz40MBAMD Radeon 8050S45-120W5032
AMD Ryzen Al Max PRO 3806C/12TAté 4,9/3,6 GHz22MBAMD Radeon 8040S45-120W5016

Ryzen AI 300: IA acessível a todos

Com a nova série Ryzen AI 300, a AMD alarga a acessibilidade da tecnologia de IA a dispositivos de gama média e alta. Os modelos Ryzen AI 7 e Ryzen AI 5 são otimizados para notebooks premium, oferecendo até oito núcleos Zen 5 e gráficos baseados na arquitetura RDNA 3.5. Segundo as contas da AMD, a nova geração da NPU AMD XDNA 2, permite que a nova série entregue uma performance até cinco vezes superior em aplicações de IA quando comparada à sua antecessora.

No segmento empresarial, a série Ryzen AI 300 PRO dá suporte às experiências do Microsoft Copilot+, trazendo uma nova camada de produtividade baseada em IA. Empresas que implementarem dispositivos com estes processadores poderão beneficiar de uma segurança robusta e de capacidades avançadas de gestão, fundamentais num mundo corporativo cada vez mais digitalizado.

Ryzen 200: IA no dia-a-dia

A série Ryzen 200, baseada na arquitetura Zen 4, destina-se a consumidores que buscam equilíbrio entre desempenho e eficiência energética. Com até 8 núcleos e 16 threads (unidades de processamento virtuais), os processadores desta série oferecem funcionalidades de IA adequadas para aplicações quotidianas, desde a automatização de tarefas até ao consumo de conteúdo multimédia. Com um consumo energético otimizado, a série promete longas horas de autonomia, ideal para estudantes e profissionais em movimento.

Os modelos da série Ryzen 200 PRO também incluem as tecnologias AMD PRO, permitindo que pequenas e médias empresas adotem sistemas seguros e eficientes sem comprometer o orçamento.

Disponibilidade

Além dos avanços tecnológicos, a AMD aproveitou o palco da CES para reforçar parcerias com gigantes como Microsoft, ASUS, HP, Lenovo e MSI. Por exemplo, a nova linha de workstations móveis da HP, como a ZBook Ultra G1a, integra os processadores Ryzen AI Max PRO, estabelecendo um novo padrão para estações de trabalho compactas.

“Estamos a redefinir os limites do que é possível com workstations móveis, capacitando os utilizadores para lidar com cargas de trabalho complexas de forma mais eficiente”, comentou Jim Nottingham, da HP.

Para Samson Hu, co-CEO da Asus, “a colaboração com a AMD reflete o compromisso de oferecer soluções tecnológicas de ponta aos clientes, ajudando-os a liderar a inovação em IA”.

Os sistemas equipados com processadores Ryzen AI Max e AI 300 estarão disponíveis já no primeiro trimestre de 2025, enquanto os dispositivos baseados na série Ryzen 200 chegarão ao mercado no segundo trimestre.

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Uma nova investigação revela que Plutão capturou a sua atual lua Charon através de um processo de ‘beijo-e-captura’, que terá acontecido há milhares de milhões de anos. Investigadores da Universidade do Arizona sugerem que estes dois mundos gelados faziam parte da cintura de Kuiper e colidiram um com o outro há muito, muito tempo, mas, em vez de se obliterarem nessa colisão, acabaram por estar ligados orbitalmente durante umas horas, no que se assemelha a um beijo. Depois dessa união, os dois separaram-se e deram origem ao sistema de Plutão e Charon, planeta-anão e lua, que conhecemos atualmente.

“O processo desta captura de colisão é ‘beijo-e-captura’ porque Plutão e Charon uniram-se brevemente, o elemento do ‘beijo’, antes de se separarem e formarem dois corpos independentes”, explica Adeene Denton, da equipa universitária que publicou o estudo agora na Nature Geoscience.

A maior parte dos cenários de colisão planetária estão classificados como ‘embate-e-fuga’ ou ‘ralar-e-fundir’, pelo que uma situação de ‘beijo e captura’ é algo nunca antes registado. Este cenário ajuda a explicar como Plutão foi capaz de capturar uma lua que é comparativamente gigante, tendo metade do tamanho deste. “Charon é ENORME comparada com Plutão, ao ponto de os considerarmos um binário. Tem metade do tamanho de Plutão e apenas 12% da sua massa, o que a torna bastante mais parecida com a Lua da Terra do que com qualquer outra lua do sistema solar”, continua Devon, em explicações ao Space.com. Para termos comparação, a ‘nossa’ Lua mede um quarto do tamanho da Terra e Ganímedes mede 1/28 avos do seu planeta parente, Júpiter.

A relativamente pequena diferença de tamanho entre planeta e lua torna difícil que o processo de aquisição desta lua tenha acontecido de forma ‘normal’, ou seja, com a captura gravitacional como as luas de Marte, Júpiter ou Saturno. Assim, o processo de ‘beijo-e-captura’ apresenta-se como um cenário mais provável. Durante uma captura por colisão, há uma colisão massiva a acontecer e os dois corpos esticam-se e deforma-se de forma fluída. No processo de Plutão, deve ser ainda considerada a força estrutural dos corpos rochosos e gelados, algo que tinha sido ignorado até agora.

A equipa da Universidade do Arizona usou um cluster de computadores de alto desempenho para correr a simulação, colocando a força estrutural como fator que, se não existisse, veria os corpos a fundir-se um com o outro. Com a força a ser considerada, Plutão e Charon mantêm-se estruturalmente intactos durante a sua breve fusão, o tal beijo.

Devon conta que “neste ‘beijo’, a fusão foi muito breve, em termos geológicos, durando 10 a 15 horas antes de os corpos se separarem novamente. Charon começou a afastar-se lentamente em direção à sua posição atual. As grandes colisões típicas são fusões, onde os corpos se juntam ou ambos se mantêm independentes. Por isso, isto foi novo para nós. Também levanta questões geológicas interessantes que gostaríamos de testar, para saber se o processo ‘beijo-e-captura’ só funciona devido ao estado termal de Plutão, que podemos depois ligar à geologia contemporânea de Plutão para testar. Gostaria de determinar como o impacto inicial Plutão-Charon pode influenciar se e como Plutão e Charon desenvolvem oceanos”.

Tim Brooks é um dos criadores do Sora, da OpenAI, e juntou-se à Google DeepMind em outubro do ano passado. Agora, anunciou na rede social X que está a construir uma nova equipa: “a DeepMind tem planos ambiciosos para criar modelos generativos massivos que simulem o mundo. Estou a criar uma nova equipa com esta missão”. Esta equipa deve colaborar com as restantes que já estão a operar na DeepMind, nomeadamente a do Gemini, a do Veo e a do Genie para “endereçar novos problemas críticos” e “escalar modelos para o mais elevado nível de computação”.

No que toca a soluções, a DeepMind está já a explorar diversas oportunidades com o Gemini (dedicado a tarefas como analisar imagens ou gerar textos), o Veo (modelo de geração de vídeo) ou o Genie (um modelo que consegue simular jogos e ambientes 3D em tempo real, chegando a ser capaz de gerar mundos 3D jogáveis). Agora, a intenção com esta nova equipa passa por alargar o âmbito e ser capaz de gerar simulações do mundo real.

O anúncio descreve que a nova equipa vai desenvolver ferramentas para a “geração interativa em tempo real” que podem ser usadas com os modelos construídos e estudar como integrar os novos modelos com os modelos multimodais como o Gemini.

A DeepMind não está sozinha nesta empreitada, com outras empresas como a WorldLabs, a Decart ou a Odyssey a trabalharem em modelos do mundo real e que possam ser usados para gerar media interativos, como jogos e filmes ou executar simulações realistas para ambientes de treino de robôs, lembra o Tech Crunch.

Investigações recentes mostram que estúdios de jogos como a Activision Blizzard despediram vários trabalhadores e estão a recorrer à IA para acelerar a produtividade e compensar essas saídas. Uma análise do sindicato Animation Guild antevê que sejam eliminados 100 mil postos de trabalho nos EUA em cinema, televisão e animação até 2026 por causa do avanço das soluções de IA. Algumas destas novas empresas já se comprometeram a trabalhar em conjunto com os profissionais criativos e a não tentar substituí-los, mas a Google ainda não explicitou publicamente a sua posição.

“Woven City é mais do que um local para viver, trabalhar e brincar. É um local onde as pessoas podem inventar e desenvolver todo o tipo de novos produtos e ideias. É um laboratório vivo onde os residentes são participantes intencionais, dando os inventores a oportunidade para testar livremente as suas ideias em ambiente seguro e real”, descreveu o presidente da Toyota Akio Toyoda na sua intervenção na CES 2025, onde anunciou que o primeiro grupo de residentes, todos trabalhadores da empresa, irá mudar-se para a cidade já no outono.

A iniciativa foi apresentada há quatro anos, na CES de 2021, e consiste num local construído sobre uma antiga fábrica da Toyota que irá ocupar mais de 708 mil metros quadrados. O projeto tem um orçamento de dez mil milhões de dólares e pretende ser “um protótipo de cidade do futuro” onde os residentes podem tesar veículos autónomos, novos desenhos de estradas, tecnologia para casas inteligentes, robótica e novos produtos de mobilidade, junto de uma população que ali irá residir a tempo integral.

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Os primeiros cem residentes, todos funcionários da Toyota ou da subsidiária Woven by Toyota, devem mudar-se no outono e espera-se que a comunidade gradualmente se expanda para incluir também inventores externos e respetivas famílias, que receberão convites para se mudarem. Na primeira fase, a Toyota prevê alojar 360 residentes na Woven City, noticia o website The Verge.

Nesta primeira fase, os inventores vão trabalhar no setor alimentar, explorando máquinas de vending e máquinas dispensadoras de café, além de cadeiras de rodas com potentes motores para ajudar pessoas com dificuldades de locomoção a experimentarem sensações de corrida, ou um drone assistente pessoal que segue os utilizadores em percursos de corrida para os manter seguros ou que sirvam de animais de estimação para os mais velhos.

A Woven City está localizada na base do Monte Fuji, inclui edifícios desenhados pelo arquiteto dinamarquês Bjarke Ingels e vai ter casas e instalações para albergar até dois mil residentes, com as necessidades energéticas a serem supridas pela tecnologia de célula de combustível de hidrogénio da Toyota. O público geral terá a oportunidade de visitar o local previsivelmente a partir de 2026.

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“Jean-Marie Le Pen, rodeado pela sua família e amigos, foi chamado de volta a Deus às 12h00 (11h em Lisboa) de terça-feira”, comunicou hoje a família de Le Pen, através de uma nota enviada à agência  France Presse. O político francês estava internado desde novembro em Garches, Hauts-de-Seine.

Jean-Marie Le Pen presidiu, até janeiro de 2011, o partido nacionalista francês de extrema-direita Frente Nacional, pelo qual se candidatou cinco vezes à Presidência de França. Em 2002 chegou a disputar, e perdeu, a segunda volta, contra Jacques Chirac.

Em 2015 foi expulso do partido ao ser “submetido a um procedimento disciplinar depois de declarações polémicas sobre o Holocausto”. Sucedeu-o na liderança política Marine Le Pen, sua filha, que transformou o partido numa das principais forças políticas de França atualmente.

Le Pen nasceu em 1928 em La-Trinité-sur-Mer, no este de França, e formou-se em direito pela Faculdade de Direito de Assas, em Paris. Serviu enquanto legionário nas guerras de Indochina, em 1953, e Argélia, em 1957.

François Bayrou, primeiro-ministro francês, já prestou homenagem a Le Pen através das redes sociais. “Além das polémicas, que eram a sua arma preferida, e dos necessários confrontos de fundo, JM Le Pen foi uma figura incontornável da política francesa”, escreveu.

A barra com nove lugares logo à entrada é convidativa, mas, na noite em que visitámos o novo Imanol Barra Basca, no Porto, optámos pelas mesas altas da sala com o chão em mosaico, as paredes em azulejo vermelho-escuro da Barro Oficina e ilustrações vintage de San Sebastián e do País Basco.  

O segundo restaurante em Portugal da marca lançada pelo chefe de cozinha Aitor Ansorena, que o grupo Plateform, de Rui Sanches, já tinha estreado em Lisboa, no Príncipe Real, chega agora ao Norte “em versão alargada”, já que aposta numa sala para 60 pessoas à qual se somam 30 lugares na esplanada.  

Da decoração à mesa llustrações vintage decoram a sala onde se serve a gastronomia típica de San Sebastián e do País Basco 

Começam por nos servir um vermute enquanto conhecemos a carta com sugestões para partilhar, entre tapas, pintxos e pratos mais elaborados. Optámos pelos petiscos frios e quentes (a partir €3,75) – mas saibam os bons garfos que podem contar com bife tártaro e ovo biológico (€22), cachopo asturiano (novilho panado recheado com paleta ibérica, emental ou cogumelos, €25,50) ou polvo à galega (€14,95).  

Num ambiente descontraído, chegam à mesa a gilda de gordal (espetada de azeitona gordal, piparra e anchova), o matrimónio (um “casamento feliz” entre tomate, anchova e biqueirão em cima de um pedaço de pão), e a txaca blanca com camarão (uma saborosa pasta de caranguejo, também servida na versão com salmão).  

Saltámos do polvo à galega com cebolada de pimentos para os pintxos quentes e, nesta altura, já com o tinto de verano no copo, provámos as croquetas de jamón (croquetes de presunto ibérico), os revueltos de morcilla de Burgos com piñones (ovos mexidos com morcela de Burgos e pinhões) e uns deliciosos pimentos piquillo, recheados com brandade de bacalhau.  

Nas tapas para partilhar, não faltam a txistorra, o típico enchido tradicional do País Basco, os ovos rotos com paleta ibérica ou a inevitável tortilha de batata. Preferimos, porém, guardar apetite para a tarte de queijo basca (€6) à sobremesa. E ainda bem. Macia, leve e cremosa, terminou esta viagem ao País Basco na perfeição.

A tarte basca

Imanol Barra Basca > R. de Mouzinho da Silveira, 165, Porto > T. 22 766 9717 > seg-dom 12h-23h  

Os novos Ryzen 9950X3D e 9900X3D para PCs desktop apresentam-se como soluções de topo para gamers exigentes e criadores de conteúdo. Equipados com arquitetura Zen 5 e gráficos RDNA 2, estas unidades contam com a segunda geração da tecnologia 3D V-Cache, oferecendo capacidade da atingir frequências mais altas a temperaturas mais baixa. Segundo a AMD, esta evolução traduz-se num desempenho superior face à geração anterior.

Especificações

ModeloNúcleos/ThreadsBoost/Base (GHz)Cache TotalPCIeTDP
AMD Ryzen 9950X3D16C/32TAté 5,7/4,3144 MBGen 5170W
AMD Ryzen 9900X3D12C/24TAté 5,5/4,4140 MBGen 5120W

Ryzen Z2: para ‘consolas’ de bolso

Pensados para jogos AAA em dispositivos compactos, os processadores Ryzen Z2 promente gráficos deslumbrantes e tempos de resposta incrivelmente rápidos. Equipados com gráficos RDNA 3.5 e até 8 núcleos Zen 5, estes chips conjugam desempenho e eficiência para garantir horas de diversão ininterrupta.

A AMD apresentará três variantes, com lançamento também previsto para o primeiro trimestre de 2025:

ModeloNúcleos/ThreadsBoost/Base (GHz)Cache TotalGráficosCores RDNATDP
AMD Ryzen Z2 Extreme8C/16TAté 5,0/2,024 MBRDNA 3.51615-35W
AMD Ryzen Z24C/8TAté 5,1/3,324 MBRDNA 31215-30W
AMD Ryzen Z2 Go4C/8TAté 4,3/3,010 MBRDNA 21215-30W

Ryzen 9000HX: poder máximo em portáteis

Para os jogadores que exigem o máximo desempenho em dispositivos móveis, a AMD lança a série Ryzen 9000HX, equipada com a segunda geração da tecnologia 3D V-Cache. Destaque para o modelo Ryzen 9955HX3D, que combina 16 núcleos e 32 threads, suportando memórias DDR5 para uma experiência de gaming fluida e responsiva.

Especificações

ModeloNúcleos/ThreadsBoost/Base (GHz)Cache TotalGráficosCores RDNATDP
Ryzen 9 9955HX3D16C/32TAté 5,4/2,5144 MBRadeon 610M255-75W
Ryzen 9 9955HX16C/32TAté 5,4/2,580 MBRadeon 610M255-75W
AMD Ryzen 9 9850HX12C/24TAté 5,2/3,076 MBRadeon 610M245-75W

Os PCs com os novos processadores

Além dos lançamentos de hardware, a AMD reforça o seu ecossistema de gaming com colaborações estreitas com fabricantes como Acer, Asus e Lenovo. Estas parcerias visam levar ao mercado dispositivos ainda mais potentes e adaptados às necessidades dos gamers, com integração de IA e soluções de próxima geração.

Em declarações, Jerry Kao, COO da Acer, destacou: “Estamos entusiasmados por expandir a nossa linha de sistemas de alto desempenho com os processadores AMD, trazendo experiências incomparáveis para jogadores e criadores.” Samson Hu, co-CEO da Asus, reforçou: “Os novos sistemas ROG, com os Ryzen 9000HX, permitem aos gamers explorar o limite da potência e performance”.

Com estas novidades, a AMD continua a marcar presença como um dos principais players na indústria de gaming, mostrando que a inovação e o desempenho continuam no centro da sua estratégia.

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