O executivo norte-americano anunciou imposto alfandegário de 10% sobre todos os produtos importados das Ilhas Heard e McDonald. O problema: este território australiano, perdido no sul do Oceano Índico, é povoado apenas por animais selvagens e, particularmente, por pinguins. E foi assim que estes se tornaram símbolos improváveis da guerra das tarifas.

Uma imagem amplamente partilhada nas redes sociais, desde quinta-feira, mostra um pinguim instalado na cadeira ocupada por Volodymyr Zelensky, durante uma recente visita à Sala Oval da Casa Branca, a ser repreendido por Trump e pelo vice-presidente JD Vance, tal como o chefe de Estado ucraniano e este é apenas um dos muitos memes a circular desde o anúncio de quinta-feira das taxas alfandegárias.

“Os pinguins têm-nos roubado há anos”, gracejou no X Anthony Scaramucci, diretor de comunicação da Casa Branca durante o primeiro mandato de Trump, que desde então se tornou muito crítico do republicano.

“Donald Trump impõe taxas alfandegárias ao pinguim, mas não a Putin”, comentou, na mesma rede, o líder dos senadores democratas, Chuck Schumer, referindo-se ao facto de a Rússia não constar na lista de países tributados apresentada na quarta-feira pelo presidente norte-americano.

O terceiro fim de semana de maio promete ser escaldante e impróprio para cardíacos. Será nesse domingo, 18, que vão realizar-se as eleições legislativas antecipadas, apenas um dia depois da data marcada para a última jornada da Liga Portugal, para a qual poderá ser arrastada a decisão final quanto ao próximo campeão nacional de futebol. Até lá, esperam-se semanas de muita ansiedade, quer nas hostes políticas, quer nas futebolistas, que são aquelas que iremos abordar neste espaço. Sobretudo numa altura em que é de fora das quatro linhas, nomeadamente dos gabinetes do poder, que vem a maior fonte de instabilidade. Mais do que a disputa a dois, três ou quatro do título nacional, é a “guerra” entre o atual e o ex-presidente da Federação Portuguesa de Futebol que promete incendiar os ânimos.

Vamos por partes. Numa altura em que falta disputar sete jornadas (assumindo que os encarnados terão vencido, na quarta-feira, o Farense, no Estádio da Luz), a luta pela conquista do título parece estar entregue a Sporting e Benfica, que seguem destacados (provavelmente empatados) nos primeiros lugares, com uma vantagem de nove pontos sobre o FC Porto e o Sporting de Braga. Acontece que, na jornada que se aproxima, estas posições podem sofrer alterações importantes (a ver vamos se determinantes), uma vez que os quatro primeiros classificados vão jogar entre si. No domingo, o Benfica vai defrontar o FC Porto no Estádio do Dragão e, na segunda-feira, o Sporting recebe em Alvalade o Sporting de Braga. Dois jogos em que nenhuma das equipas vai querer escorregar. No jogo grande da ronda, já classificado por André Villas-Boas, presidente portista, como “o jogo da época”, o FC Porto vai dar tudo pela vitória. Não só por uma questão de orgulho ferido depois da goleada (4-1) sofrida na primeira volta, mas também porque só a vitória manterá abertas ténues esperanças de conseguir o segundo lugar, que poderá dar acesso à Liga dos Campeões da próxima temporada. Para o Benfica, estará em causa alcançar um resultado que, em última análise, não o atrase face ao Sporting. Já o ainda campeão nacional entrará em campo na segunda-feira com o conforto de conhecer o resultado da véspera no Dragão, mas lutará seguramente sempre por uma vitória que o distancie ou o mantenha a par dos rivais da segunda circular, face a uma equipa do Braga que parece definitivamente apostada em chegar, pelo menos, ao terceiro lugar da classificação geral.

Calendário beneficia leões

Depois desta jornada escaldante, as que se seguem serão menos tensas, mas, ainda assim, de nervos para os adeptos dos rivais de Lisboa. Na teoria, o Sporting tem um calendário teoricamente mais favorável do que o Benfica. Até ao primeiro fim de semana de maio, os leões terão de defrontar o Santa Clara, nos Açores, receber o Moreirense, ir ao Bessa jogar contra o Boavista e defrontar o Gil Vicente em Alvalade. As águias, por seu turno, receberão o Arouca, vão ao sempre difícil estádio do Vitória de Guimarães, voltam a jogar em casa contra o Aves para, por fim, ir à Amoreira defrontar o Estoril. Admitindo que nenhuma das duas equipas escorrega, será na 33ª jornada que poderá começar a decidir-se o título. Pelas 18h do dia 10 de maio, o Benfica recebe o Sporting e das duas uma, ou a questão se decide nesse jogo ou tudo ficará adiado para o tal fim de semana das eleições, com o título a ser decidido perante os rivais do Minho. Isto porque na derradeira jornada da Liga Portugal, o Benfica vai deslocar-se ao terreno do Sporting de Braga e o Sporting vai receber o Vitória de Guimarães. Dois jogos de resultado sempre imprevisível.

Uma semana depois de terminado o campeonato e decididas as eleições, será dia da festa da Taça de Portugal, agendada, como sempre, para o Estádio Nacional, no Jamor, para domingo, 25 de maio, às 17h. As equipas que lá marcarão presença estão ainda por determinar, visto que as duas semifinais só vão disputar-se entre esta quinta-feira, 3, e o próximo dia 23. De um lado, Sporting e Rio Ave vão discutir um dos lugares de finalistas numa meia-final disputada a duas mãos: hoje em Alvalade e, depois, no Estádio dos Arcos. O outro finalista sairá da eliminatória entre o Benfica e o Tirsense, único resistente das divisões secundárias. Na próxima quarta-feira, 9, o Benfica desloca-se a Santo Tirso, recebendo o representante do Campeonato de Portugal (quarto escalão do futebol português) no dia 23. Se os jogos de futebol não fossem o que são, o mais certo seria apostar já que a época 2024/2025 vai terminar com um sempre escaldante derby de Lisboa.

Guerra aberta

Não menos escaldante, mas bem mais desagradável, é a guerra aberta em que entraram o anterior e o atual presidentes da Federação Portuguesa de Futebol. Sabia-se que Fernando Gomes (que deixou a FPF após cumprir o terceiro mandato e é, há uma semana, o novo presidente do Comité Olímpico de Portugal) e Pedro Proença (sucessor na liderança da FPF, depois de três mandatos à frente da Liga Portugal) não tinham as melhores relações, mas nada fazia prever que o verniz estalasse desta maneira. O gatilho que terá desencadeado a guerra foram as buscas da Polícia Judiciária e do Ministério Público à FPF, por suspeitas no negócio da venda da antiga sede daquele organismo. Mesmo perante a garantia prestada pelo diretor da PJ de que Fernando Gomes não era suspeito de nada, o novo presidente da FPF ordenou a suspensão de quatro diretores do organismo que transitaram da anterior presidência e ordenou uma auditoria aos anos em que Gomes liderou o organismo. Esta atitude foi encarada por Fernando Gomes como um desrespeito ao seu legado e um ato de desconfiança sobre a sua conduta. E a tampa saltou definitivamente quando, no sábado, 29, foi conhecida a carta que Pedro Proença enviou a todos os presidentes das 55 federações europeias a apelar ao voto em si para as eleições desta quinta-feira para o Comité Executivo da UEFA. Nessa missiva, Proença garantia ter o apoio do antecessor. Furioso, Gomes escreveu às mesmas entidades, desmentindo ter dado qualquer apoio e acusando o seu sucessor de querer destruir o seu legado.

Com a casa em chamas, a FPF foi obrigada a reunir de emergência e a pedir uma audiência ao Governo. O que estará em causa, além da possível não eleição de Proença para o órgão máximo da UEFA, são a organização do Mundial de 2030 com Espanha e Marrocos e a candidatura à organização do Campeonato Europeu de Futebol Feminino de 2029. Não é, de facto, uma boa altura para Portugal perder espaço e prestígio no seio dos organismos internacionais.

Reta final para o título

Jogos que faltam aos quatro primeiros classificados da Liga Portugal

Sporting
Braga (casa)
Santa Clara (fora)
Moreirense (casa)
Boavista (fora)
Gil Vicente (casa)
Benfica (fora)
Guimarães (casa)

Benfica
FC Porto (fora)
Arouca (casa)
Guimarães (fora)
AVS (casa)
Estoril (fora)
Sporting (casa)
Braga (fora)

FC Porto
Benfica (casa)
Casa Pia (fora)
Famalicão (casa)
Estrela (fora)
Moreirense (casa)
Boavista (fora)
Nacional (casa)

Sporting de Braga
Sporting (fora)
AVS (casa)
Estoril (fora)
Famalicão (fora)
Santa Clara (casa)
Casa Pia (fora)
Benfica (casa)

O representante do comércio dos EUA publicou uma fórmula com múltiplas variáveis expressas em letras gregas para justificar as tarifas anunciadas, mas estes cálculos não estão a passar no escrutínios de vários analistas.

Donald Trump denuncia as supostas “tarifas” que os outros países estão atualmente a impor aos Estados Unidos, sendo que os números apresentados não correspondem ao valor atual dos direitos aduaneiros. Segundo a Casa Branca, a China estaria a taxar os produtos americanos em 67%, contudo em 2024, aplicou uma tarifa aduaneira média de 4,9%, segundo as estatísticas da Organização Mundial do Comércio (OMC).

A diferença é igualmente grande para a União Europeia (1,7%, segundo a OMC, contra 39% para Donald Trump) e para a Índia (6,2% contra 52%).

A Casa Branca afirma ter em conta outras barreiras comerciais para além dos simples direitos aduaneiros, citando nomeadamente as normas ambientais e a manipulação das taxas de câmbio.

Para calcular os chamados direitos aduaneiros, a Casa Branca divide a balança comercial (a diferença entre importações e exportações) pelo valor das importações – seja qual for o país, um cálculo que não tem em conta a especificidade das relações comerciais.

“A fórmula baseia-se no valor relativo do excedente comercial com os Estados Unidos”, confirmam os economistas do Deutsche Bank, citados pela agência Lusa.

“Esta abordagem está tão cheia de erros que é difícil saber por onde começar”, afirma o economista Paul Krugman, Prémio Nobel da Economia, e salienta que os cálculos apenas têm em conta os bens transacionados, omitindo os serviços.

Aplicando a fórmula publicada pela administração aos dados de 2024 publicados pelo Census Bureau, a AFP obteve os números apresentados pelo Presidente norte-americano.

As novas tarifas anunciadas para cada país correspondem então a este resultado, dividido por dois.

Se a fórmula der menos de 10%, ou se houver um excedente comercial, os Estados Unidos aplicam uma taxa mínima uniforme de 10% sendo o caso de mais de uma centena de países e territórios, incluindo o Reino Unido e a Austrália.

A fórmula utiliza igualmente pressupostos simples para estimar o impacto de um aumento do preço dos produtos importados na procura interna dos Estados Unidos, denominada “elasticidade”, esta variável é considerada a mesma para todos os países, independentemente do produto.

No entanto, um dos artigos científicos citados pela Casa Branca para fundamentar a sua fórmula sublinha que a elasticidade “varia consoante o produto e o importador”.

PSD e CDS vão apresentar-se às legislativas antecipadas com a designação AD – Coligação PSD/CDS”, confirmou esta quinta-feira à Lusa o diretor de campanha desta candidatura.

O Tribunal Constitucional tinha recusado a primeira proposta “AD – Aliança Democrática – PSD/CDS” para as eleições de 18 de maio, alegando que podia induzir em erro os eleitores, já que desta vez não incluirá o PPM, ao contrário do que aconteceu nas eleições de há um ano.

A nova Switch 2 não se desvia muito da antecessora no aspeto visual. Mas a primeira impressão revela um dispositivo mais robusto, com melhor qualidade de construção e um ‘toque’ mais premium. Com um ecrã LCD de 7,9 polegadas, resolução de 1080p, HDR e uma taxa de atualização que pode chegar a 120Hz, a consola traz avanços evidentes. O abandono do ecrã OLED gera alguma controvérsia, mas a qualidade visual do novo ecrã LCD deixou-nos bem impressionados.

Os Joy-Cons, agora com encaixe magnético, introduzem um manuseamento mais intuitivo. Apesar do design familiar, a ausência de gatilhos analógicos continua a ser um ponto fraco, especialmente para jogadores habituados a outras plataformas. A Nintendo justifica a decisão com o argumento de maior reatividade, mas a falta de progressividade nos gatilhos limita certas experiências de jogo.

Novas capacidades

Com processamento capaz de suportar ray tracing, que permite maior realismo nos reflexos e outros efeitos de luz, e upscaling gráfico, o Switch 2 é claramente bem mais poderosa que antecessora. Considerando os jogos que experimentámos, ainda fica longe de uma PS5 ou de um PC artilhado, mas tudo nos pareceu fluído e otimizado. E com boas capacidades gráficas nos efeitos mais vistosos, como, jogos de luz (explosões, por exemplo). A nova docking station, maior e mais robusta, permite jogos em 4K na TV. De notar que esta dock agora tem refrigeração, o que deverá permitir acelerar o processador da consola significativamente para conseguir os tais 4K.

Uma novidade com potencial é o Game Chat, acessível a partir de um botão dedicado, que possibilita comunicação em áudio entre jogadores de forma nativa. Mesmo que estejam a jogar jogos diferentes.

Uma das melhores formas de experimentar as novas funcionalidades é nos minijogos incluídos na nova versão de Mario Party Jamboree para a Switch 2. Num destes minijogos, movemos, sobre uma superfície, os joypads para trás para ‘dar corda’ a uns carrinhos, que depois apontamos e largamos para os fazer chegar à meta. Noutro temos de, com movimentos ‘aéreos’ do joy-con, mover personagens Nintendo por um percurso estreito, já que são eletrocutadas se tocarem na parede. E noutro o joy-con transforma-se numa lata de spray virtual que temos de apontar para os alvos (sente-se o movimento do ‘gás’ dentro do comando). Os típicos jogos que garantem momentos divertidos entre família e amigos.

Nostalgia e futuro

O verdadeiro apelo do Switch 2 reside na sua biblioteca de jogos, e os exclusivos continuam a ser o ponto forte da Nintendo. Títulos como Mario Kart World e Donkey Kong Bonanza demonstram a capacidade gráfica e criativa do hardware, oferecendo mundos abertos e experiências mais ricas. Por outro lado, os upgrades de jogos anteriores, como Zelda: Breath of the Wild, apresentam melhorias gráficas que, embora notórias, podem não justificar o investimento adicional para todos os jogadores.

Paralelamente, a introdução de um modo retrocompatível para jogos da Nintendo GameCube é um atrativo para os fãs nostálgicos, ampliando a biblioteca acessível.

A consola ainda nem foi lançada, mas já tem uma lista de acessórios extensa. O destaque vai para o novo comando Pro e para a câmara

Conclusão: upgrade (ainda) não essencial

O Nintendo Switch 2 apresenta-se como uma máquina robusta, com inovações bem-vindas no hardware e uma seleção de jogos que reforça a identidade da marca. Contudo, a necessidade de justificar o preço elevado, aliado a melhorias que não revolucionam a experiência de jogo, torna esta consola um luxo e não uma necessidade imediata para quem tem a primeira Switch. O encanto da Nintendo mantém-se, mas o verdadeiro teste será o tempo e a forma como futuros lançamentos irão explorar plenamente o potencial do hardware. Nomeadamente as novas capacidades, com destaque para o sensor ótico, que permite usar os comandos como se fossem ratos. Contudo, a necessidade de acessórios adicionais, como a câmara, para funcionalidades mais avançadas significa que é preciso investir mais do que o preço base para se ter acesso a toda a experiência.

Palavras-chave:

Desde o início do ano que já foram registadas 17 reclamações do Portal da Queixa relacionadas com este esquema. Em causa está o aliciamento de utilizadores – através das redes sociais WhatsApp e Telegram -para falsas propostas de emprego para a plataforma de reservas Booking.

Aos utilizadores são prometidas remunerações pela realização de tarefas simples, através de um sistema que implica, ao início, a transferência de pequenos montantes mas que vão aumentando. “Estes primeiros montantes têm exatamente esse intuito de convencer e criar algum conforto na vítima e são transferidos, ou seja, as vítimas recebem estes primeiros montantes. Mas depois criando essa confiança começa a ser solicitados valores de investimentos mais altos, estamos a falar [por exemplo] de quase um milhar de euros”, referiu Pedro Lourenço, do Portal da Queixa, à SIC Notícias.

Há utilizadores que já foram burlados em milhares de euros. “Infelizmente estamos a falar de grupos organizados situados nos países asiáticos, ou seja, de grande dificuldade para a investigação criminal, o que na realidade acaba por demonstrar que dificilmente as vítimas vão conseguir recuperar qualquer montante”, referiu Pedro Lourenço.

Marine Le Pen, favorita às eleições presidenciais de 2027, em França, está desde a última segunda-feira, 31, impedida de se candidatar, assim como de exercer qualquer cargo público nos próximos cinco anos, por decisão do tribunal de Paris. A líder da extrema-direita francesa foi condenada a uma pena de cadeia de quarto anos, dois efetivos, em regime de prisão domiciliária com pulseira eletrónica, e outros dois suspensos, além da “inelegibilidade com execução provisória imediata” até 2029.

Em causa está o desvio de fundos da União Europeia para o partido União Nacional (Rassemblement National), que o pai dela, Jean-Marie Le Pen, fundou em 1972, tendo-lhe passado o testemunho nas eleições internas de 2011. Desde então, ela tem vindo a consolidar a sua influência no espetro eleitoral francês, a ponto de chegar a 2025, aos 56 anos, na linha da frente das sondagens para suceder a Emmanuel Macron na presidência.

Esta condenação não será, por isso, a “morte política” de Marine Le Pen, como ela afirmou antes de ser conhecida a sentença, mas antes oxigénio para novas formas de luta. “Vim aqui dizer-vos que não estou desmoralizada, estou escandalizada e indignada como vocês, mas essa indignação e esses sentimentos de injustiça são um motor suplementar para o combate que faço por vocês”, garantiu aos apoiantes, instantes depois de ter sido declarada culpada. Em 2013, já na pele de líder partidária, tinha exigido “penas de inelegibilidade vitalícia para os condenados por desvio de fundos públicos”.

O tribunal de Paris condenou Le Pen e outros 23 arguidos no processo por ter ficado provado que funcionários da União Nacional estavam a trabalhar para o partido e não para a União Europeia, ao contrário do que indicavam os recibos de vencimento. Estima-se que mais de €4 milhões foram desviados neste “sistema criado para reduzir os custos do partido”, ditou a Justiça.

O principal rosto da extrema-direita em França vai interpor recurso, mas admite que será difícil conseguir a sua apreciação a tempo das próximas presidenciais. Recusa, ainda assim, atirar já a toalha ao chão, agora que, à quarta tentativa, surgia bem posicionada para vencer nas urnas. O seu advogado, Rodolphe Bosselut, fala em “golpe contra a democracia” e diz vislumbrar uma réstia de esperança no julgamento atempado do recurso, que não tem efeitos suspensivos sobre a sentença proferida esta semana.

Sucessor precoce

Os ventos de apoio a Le Pen sopraram de quase todos os cantos. A Rússia, que ocupa a 150.ª posição em 167 países no índice democrático do Economist, considerou a decisão “um atropelo às normas democráticas”, cada vez mais comum “em capitais europeias”. Donald Trump escreve que lhe faz lembrar o que os EUA quiseram fazer com ele – condená-lo para o impedirem de ir a votos –, enquanto outros conhecidos líderes da direita radical, Jair Bolsonaro, Viktor Orbán, Matteo Salvini, Geert Wilders ou Santiago Abascal, se mostram solidários e até confiantes numa reviravolta do caso.

“Não é apenas Marine Le Pen que foi condenada injustamente. É a democracia francesa que foi executada”, vociferou Jordan Bardella, o sucessor de Le Pen como presidente da União Nacional e o mais do que provável candidato da extrema-direita ao Eliseu se a líder de facto não inverter a situação.

Aos 29 anos, Bardella já vai para o seu quarto à frente do partido (o primeiro exerceu-o em substituição de Le Pen, então candidata presidencial, até que venceu as eleições internas em novembro de 2022), sendo deputado europeu desde os 23.

B.I. Sempre a subir

A família
É a filha mais nova das três que Jean-Marie de Le Pen teve com a sua primeira esposa, Pierrette Lalanne. Yann e Marie Caroline são as mais velhas.

O partido
Presidiu ao Rassemblement National entre 2011 e 2021, reabilitando a extrema-direita após a saída do seu pai Jean-Marie Le Pen.

O país
Concorreu às eleições presidenciais de França em 2012, 2017 e 2022. Nestas últimas, obteve o seu melhor resultado de sempre: 41,45% dos votos, na segunda volta, contra Emmanuel Macron.

O delfim de Marine Le Pen filiou-se na União Nacional ainda antes da maioridade e pouco tempo depois de ela ter assumido a presidência do partido. Nascido em Seine-Saint-Denis, às portas de Paris, este filho único foi mais cativado por Le Pen do que pelo seu movimento político. No entanto, depressa se deixou atrair por convicções nacionalistas e anti-imigração, embora a família paterna tenha raízes em Itália, França e Argélia e a materna imigrado de Itália.

Em 2019, já a mentora o tinha feito porta-voz da União Nacional e, depois, membro do Conselho Nacional, Bardella liderou a lista do partido ao Parlamento Europeu, em lugar da própria Marine Le Pen, e foi entretanto reeleito, em 2024, assumindo o cargo de porta-voz do grupo Patriotas pela Europa, fundado pelo primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, no Parlamento Europeu. Será a presidência de França o futuro passo para este político precoce, criado em escolas privadas católicas e que se diz agnóstico?

A primeira sondagem realizada após a sentença de Le Pen indica que Bardella poderá captar a maior parte dos eleitores que são fiéis a ela. Seria, com toda a certeza, o primeiro líder francês a ter criado um canal de YouTube dedicado ao videojogo Call of Duty, de tiros e arma na mão, como desvendou o Le Monde, no ano passado, num perfil sobre o líder em ascensão da extrema-direita francesa.

João Massano

Advogados têm um novo líder

João Massano, atual presidente do Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados, é o novo bastonário, depois de ter sido o mais votado na segunda volta das eleições, que se realizou na segunda-feira, 31, batendo a atual responsável, Fernanda de Almeida Pinheiro. A Lista R, de João Massano, alcançou 54,58% dos votos, enquanto a Lista U, de Fernanda de Almeida Pinheiro, ficou pelos 45,42%. Na primeira volta, que se realizara em 19 de março, Fernanda de Almeida Pinheiro tinha sido a mais votada, com 33,81% dos votos (6 496 votos), seguida de João Massano, que somou 30,95% dos votos (5 946). Pelo caminho tinha ficado a Lista N, de José Costa Pinto, com 25,57% dos votos (4 912) e a Lista T, de Ricardo Serrano Vieira, com 9,67% dos votos (1 857).

As eleições para bastonário da OA foram antecipadas pela atual incumbente, Fernanda de Almeida Pinheiro, depois da entrada em vigor dos novos estatutos, que criaram novos órgãos na estrutura e a necessidade de nomear os seus representantes.

O novo bastonário compromete-se a “unir a classe, modernizar a profissão e restaurar o prestígio da Ordem dos Advogados, trabalhando para que cada advogado se sinta valorizado, representado e preparado para os desafios do futuro”. Durante a campanha, o até agora responsável regional da Ordem acusou a ex-bastonária da criação de divisões entre quem aderiu ou não ao protesto das defesas oficiosas ou entre os que trabalham em grandes escritórios de advocacia e os que são profissionais liberais em nome próprio. Prometeu criar um programa de apoio à classe, quebrando o isolamento que muitos advogados fora dos grandes centros sentem.

João Massano é licenciado em Direito desde 1994 e mestre desde 2006. Foi professor universitário em vários estabelecimentos de ensino e, neste momento, exerce advocacia em nome próprio.

Palavras-chave:

A Amazon e o fundador do OnlyFans fizeram ofertas de última hora para comprar a TikTok. A gigante do comércio eletrónico apresentou, segundo informações não confirmadas oficialmente, uma proposta de compra ao vice-presidente JD Vance e ao Secretário do Comércio Howard Lutnick. A Amazon terá interesse em explorar a TikTok Shop, mas a proposta, segundo o New York Times não recolhe aceitação por parte da Administração Trump.

O prazo final para a TikTok vender ou ser suspensa novamente está marcado para 5 de abril, 75 dias depois de Donald Trump ter estendido o último prazo. Há rumores de que Trump se prepare para alargar novamente o prazo, uma vez que o alargamento anterior lhe pareceu conferir alguns pontos junto do eleitorado jovem, por ter permitido manter a rede social em funcionamento. Agora, no entanto, com os mercados a ‘corrigir-se’ e as tarifas impopulares de Trump a serem implementadas, o presidente precisa de mais pontos positivos e salvar o TikTok pode precisamente dar-lhe isso. A China, por sua vez, não cedeu quase nada na sua posição e parece preferir enfrentar a suspensão a perder o controlo. Trump e a sua equipa estão a equacionar permitir que a ByteDance mantenha o controlo do algoritmo do TikTok, indiscutivelmente a ‘peça’ mais preciosa desta equação. Neste cenário, e com uma venda, a empresa americana operaria a plataforma e ‘alugaria’ o algoritmo à ByteDance.

Nesta altura, nenhuma das propostas de compra pela TikTok parece ser consensualmente aceite. Entre as ofertas está a Oracle, o nome mais citado (já desde 2020), Kevin O’Leary (que terá já juntado 20 mil milhões de dólares para a compra juntamente com o dono dos Los Angeles Dodgers Frank McCourt), o popular MrBeast (que se juntou ao CEO da Roblox e afirma ter muito mais que 20 mil milhões para o negócio), Elon Musk (que já desmentiu ter interesse, mas pode ser uma surpreendente aquisição, possível especialmente se tivermos em conta a proximidade com Trump), Perplexity (a empresa de IA quer fundir-se com o TikTok e ter assim acesso a dados e informação para os seus modelos, oferecendo participações aos atuais investidores da plataforma), a BlackStone (que se juntou a vários investidores dos EUA para a compra), a Microsoft (que já tem os olhos postos no TikTok há algum tempo e fez parte de um grupo que fez uma oferta de compra em 2020), a já referida Amazon e também Tim Stokely, o fundador do OnlyFans, que está em parceria com a Fundação Hbar e tem uma plataforma chamada Zoop que liga criadores a audiências.

A Premier League vai usar a SOAT (de semi-automated offside technology) a partir de 12 de abril. Os jogos da primeira liga inglesa vão ser filmados por 30 câmaras que monitorizarão a localização precisa de jogadores e da bola, o que irá permitir detetar e determinar lances de fora de jogo 30 segundos mais rápido em média. A tecnologia não se destina a mudar a precisão com que a decisão é tomada, mas sim torná-la mais célere.

As câmaras são montadas no topo dos estádios e vão monitorizar a localização exata da bola e até dez mil pontos de dados de superfície para cada jogador. A solução entregue pela Genius Sports “fornece uma localização mais eficiente para a linha virtual do fora de jogo, usando rastreamento ótico, e gera gráficos virtuais para assegurar uma experiência no estádio e de transmissão melhorada para os fãs”, cita o Engadget.

O método atual na Premier League assenta na tecnologia do VAR e a SAOT vai permitir reduzir o tempo necessário ao sugerir o momento do passe antes do for ade jogo e ao criar automaticamente as linhas sugeridas de fora de jogo com base no penúltimo defesa e no atacante. O VAR vai ser chamado a rever a sugestão do algoritmo e a decidir se a aceita ou se a irá modificar. Quando a decisão estiver tomada, o público no estádio e em casa vai ter acesso a uma animação gerada pelo sistema onde se irá ver claramente se é ou não fora de jogo.

“A maior parte das decisões de fora de jogo vão ser mais rápidas, mas o VAR ainda vai ter a opção de desenhar as suas próprias linhas se for necessário. Este procedimento pode ser necessário em casos limite, onde vários jogadores podem estar a bloquear a visão das câmaras sobre a bola ou sobre outros jogadores”, confirmou a Premier League.

A tecnologia já foi testada em jogos em diferido da Premier League e em jogos em direto da FA Cup e já foi usada no Mundial de 2022, na Seria A, na La Liga e na Liga dos Campeões. Para a liga inglesa, a Genius Sports colaborou com a associação de árbitros local para a personalização do algoritmo.

O consumo de artigos da Wikipedia, a visualização de vídeos e os downloads de ficheiros da Wikimedia Commons está a atingir valores recorde. O aumento não se deve a mais leitores humanos, mas sim à atuação de rastreadores de Inteligência Artificial, ou seja, programas automatizados desenhados para ‘vasculhar’ as imagens, vídeos e artigos de várias fontes para obter dados para treinar os modelos generativos.

Os crawlers, como são conhecidos, podem mesmo levar a um deteriorar das condições de acesso para os outros utilizadores, especialmente em alturas de maior interesse público, levando a um acesso mais lento ou com falhas. “O volume de tráfego gerado pelos bots não tem precedente e apresenta riscos e custos elevados”, afirma a Wikimedia.

A fundação explica que está preparada para os padrões de consumo de utilizadores humanos, reservando caches de conteúdos no centro de dados mais próximo dos utilizadores quando deteta um pico de procura. Artigos que deixem de ser procurados passam a estar mais distantes, mas ao serem pesquisados, é necessário o consumo de mais recursos, logo mais custos, para os poderem apresentar. Os rastreadores são ‘agnósticos’ aos padrões humanos e tendem a procurar em massa, solicitando mesmo páginas mais obscuras que custam mais dinheiro e recursos para serem mostradas, explica o Engadget.

A Wikimedia estima que 65% do consumo de tráfego registado vem de bots e explica que tem uma equipa dedicada a bloquear estes rastreadores antes que estes abrandem os acessos para os restantes utilizadores.

A fundação explica que apesar de o seu conteúdo ser gratuito, a infraestrutura tem custos e está agora à procura de novas formas sustentáveis para os programadores e utilizadores poderem continuar a aceder aos conteúdos, lidando ao mesmo tempo com os rastreadores da IA.