O mundo desperdiçou cerca de um quinto dos alimentos produzidos globalmente em 2022, ou seja, 1.050 milhões de toneladas de comida, avançou hoje um relatório das Nações Unidas, referindo que 60% deste desperdício foi feito por famílias.

De acordo com o Relatório do Índice de Desperdício Alimentar do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUMA), cada pessoa desperdiçou 79 quilos de alimentos naquele ano.

O número significa que, do total de alimentos desperdiçados, 60% (631 milhões de toneladas) provieram de famílias, enquanto 28% foram da responsabilidade de serviços alimentares e 12% do retalho, sublinhou o documento hoje divulgado.

“Num ano em que um terço da humanidade enfrentou insegurança alimentar, cada lar deitou fora o equivalente a mil milhões de refeições por dia, ou seja, 1,3 refeições diárias para pessoas afetadas pela fome no mundo”, apontou a análise.

O desperdício alimentar, alerta o PNUMA, gera entre 8% e 10% das emissões globais de gases com efeito de estufa, o que é quase cinco vezes mais do que as emissões totais do setor da aviação.

A situação continua a prejudicar a economia global e a alimentar as alterações climáticas, além de representar um grave prejuízo para a natureza e um aumento da poluição.

“O desperdício alimentar é uma tragédia global. Milhões de pessoas passam fome devido ao desperdício alimentar em todo o mundo”, afirmou a diretora-executiva do PNUMA, Inger Andersen, na apresentação do relatório.

Um problema que, lembram os investigadores, não é apenas dos países ricos.

“É um problema global”, defendeu o coautor do relatório e diretor da organização britânica de resíduos WRAP, Richard Swannel.

Os autores do relatório garantiram que as diferenças no desperdício alimentar ‘per capita’ dos agregados familiares entre países de rendimento elevado e países de rendimento mais baixo eram surpreendentemente pequenas.

“Os dados são realmente claros neste ponto: este é um problema mundial que todos nós poderíamos resolver amanhã, seja para poupar dinheiro ou para reduzir o impacto ambiental”, sublinhou ainda Swannel.

A análise das Nações Unidas, publicada numa altura em que as crises alimentares se aprofundam em várias regiões, como na Faixa de Gaza ou Sudão, visa acompanhar o progresso dos países para atingir o objetivo de reduzir para metade o desperdício alimentar até 2030.

De acordo com os investigadores, atualmente apenas quatro países do G20 (as 20 economias mais ricas e emergentes) – Austrália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos, além da União Europeia (UE) – têm possibilidade de cumprir o objetivo até daqui a seis anos.

No último relatório publicado, referente a 2021, o PNUMA concluía que se tinha desperdiçado 17% dos alimentos produzidos nesse ano em todo o mundo, ou seja, 1.030 milhões de toneladas de comida.

No entanto, os autores do estudo alertaram que as comparações não devem ser feitas diretamente entre valores dos dois anos, já que o número de países que reportaram dados quase duplicou.

PMC // SCA

Palavras-chave:

“Estão a dividir uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma”, disse aos jornalistas o porta-voz do Livre, explicando que, ao contrário do Parlamento Europeu, não existe um mandato fixo para a Assembleia da República.

Ao início da tarde, foi anunciado que o PS propôs ao PSD que a presidência do parlamento seja repartida, proposta aceite pelos sociais-democratas, que vão avançar com o nome de José Pedro Aguiar-Branco para as duas primeiras sessões legislativas da XVI legislatura.

Pelo Livre, Rui Tavares considerou tratar-se de uma “solução de improviso” que não foi muito bem pensada, uma vez que não existem garantias de que a legislatura se prolongue durante quatro anos.

“Se PS e PSD decidem que partilham juntos os quatro anos de um mandato cuja duração não determinam, porque o Presidente da República pode dissolver a Assembleia da República a qualquer momento, fica-se sem saber que tempo de mandato é que partilham”, sustentou.

Por outro lado, o porta-voz do Livre lamentou também que os restantes grupos parlamentares não tenham sido ouvidos e acusou os dois maiores partidos de desprezarem o pluralismo e o caráter parlamentar da República.

“Evidentemente, isto é os dois maiores partidos a prestarem-se a uma desvalorização do parlamentarismo e isso o Livre, certamente, não acompanha”, afirmou, insistindo ainda que o candidato social-democrata, José Pedro Aguiar-Branco, “não apresentou sequer uma razão a favor da sua candidatura”, adiantando que irá votar em branco.

“Depois do que aconteceu aqui ontem, teria sido uma excelente ocasião para os dois maiores partidos virem valorizar o parlamentarismo, recuperar o dialogo democrático com todos os grupos parlamentares democráticos. O que fazem é exatamente o contrário”, acrescentou.

Os deputados voltam hoje a reunir-se em plenário para tentar eleger, pela quarta vez, a presidência da Assembleia da República, depois das três tentativas falhadas na terça-feira.

O impasse na eleição da segunda figura do Estado levou a que, já depois das 23:00 de terça-feira, o deputado do PCP António Filipe, que preside temporariamente ao parlamento, na primeira sessão plenária da XVI legislatura, anunciasse que os trabalhos seriam retomados hoje.

De acordo com o artigo 14.º do Regimento o presidente da Assembleia da República “é eleito por legislatura”.

O presidente “pode renunciar ao cargo mediante comunicação à Assembleia, tornando-se a renúncia efetiva imediatamente, sem prejuízo da sua ulterior publicação no Diário”, estabelece o Regimento, no qual também se lê que “no caso de renúncia ao cargo ou vagatura, procede-se a nova eleição no prazo de 15 dias”.

“A eleição do novo Presidente da Assembleia da República é válida pelo período restante da legislatura”, lê-se no Regimento.

 

MCA (JF/SMA) // JPS

“Este acordo que foi agora tornado público entre PS e PSD o que revela é de facto uma abertura para a convergência entre estes dois partidos para prosseguir a política da direita”, defendeu Paula Santos, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.

O PS propôs hoje ao PSD que a presidência do parlamento seja repartida, proposta aceite pelos sociais-democratas, que vão avançar com o nome de José Pedro Aguiar-Branco para as duas primeiras sessões legislativas da XVI legislatura, sendo que as restantes duas serão presididas por um socialista.

“Os acontecimentos lamentáveis que decorreram nestas últimas horas na Assembleia da República poderiam e deveriam ter sido evitados”, considerou a comunista.

A dirigente considerou que “este conjunto de acontecimentos lamentáveis são resultado, não só de uma maioria de direita mas também da composição da Assembleia da República”.

“O que revela de facto é um objetivo de prosseguimento de uma política de direita que é contrária aos interesses dos trabalhadores e do nosso povo”, afirmou.

Sobre se considera que este acordo respeita as regras do Regimento da Assembleia da República, Paula Santos respondeu apenas que “é um acordo entre PS e PSD” e que “o Regimento não prevê nada em concreto relativamente a esta solução”.

Os deputados voltam hoje a reunir-se em plenário para tentar eleger, pela quarta vez, a presidência da Assembleia da República, depois das três tentativas falhadas na terça-feira.

O impasse na eleição da segunda figura do Estado levou a que, já depois das 23:00 de terça-feira, o deputado do PCP António Filipe, que preside temporariamente ao parlamento, na primeira sessão plenária da XVI legislatura, anunciasse que os trabalhos seriam retomados hoje.

De acordo com o artigo 14.º do Regimento o presidente da Assembleia da República “é eleito por legislatura”.

O presidente “pode renunciar ao cargo mediante comunicação à Assembleia, tornando-se a renúncia efetiva imediatamente, sem prejuízo da sua ulterior publicação no Diário”, estabelece o Regimento, no qual também se lê que “no caso de renúncia ao cargo ou vagatura, procede-se a nova eleição no prazo de 15 dias”.

“A eleição do novo Presidente da Assembleia da República é válida pelo período restante da legislatura”, lê-se no Regimento.

 

ARL (SMA/JF) // JPS

Andarmos a cirandar pelos 875 metros quadrados da Casa Az-Zagal, com 100 anos de histórias, implica virar os olhos ora para cima, fixando-nos nos frescos do teto, recuperados por uma artista local, ora para baixo, reparando no chão que se preservou e que, mudando consoante a divisão em que estamos, até faz pena pisar. E não há lugar para distrações, porque a imponente escadaria de madeira também nos rouba a atenção, assim como as portas de alguns quartos.

Se passarmos ao capítulo decoração, é nos pormenores que devemos deter-nos. Sónia Picolo, a responsável pelo bom gosto e pelo equilíbrio entre o antigo e o mais moderno, escolheu os tons crus, aqueles que melhor casam com o Alentejo, as madeiras de oliveira, com peças lindíssimas, as palhas e muitas almofadas (só no nosso quarto, contámos sete).

Tudo isto se pensou em interação com os arquitetos da Areacor, que, em dois anos de obra, optaram por preservar a traça da casa senhorial e alguns dos apontamentos que fizeram a sua história, como o grande fumeiro da entrada, a manjedoura das estrebarias da sala de jantar, os tijolos que sobressaem em algumas paredes ou as pias de cozinha em mármore de um dos quartos.

O alpendre, com a lareira de chão pronta a ser acesa nas noites mais frias. Foto: José Carlos Carvalho

Quando se passa para o exterior, onde descobrimos a piscina e o alpendre, com a lareira de chão pronta a ser acesa nas noites mais frias (assim como as menos sedutoras pirâmides de aquecimento), passam-se os olhos – outra vez, os olhos – pela cozinha. É aqui que vemos Célia Delgado, que se encarrega das delícias que chegam à mesa das refeições, desde o pequeno-almoço aos snacks, passando pelo almoço e o jantar, por encomenda (não deixem de reservar, porque esta é uma peça fundamental da estada na Casa Az-Zagal, fica a dica).

Por sorte, estas refeições típicas, confecionadas com produtos das redondezas – como a hortelã ou o poejo do jardim, o borrego de Sousel ou a cabeça de xara da salsicharia do Cano –, estão abertas a quem por aqui passe e queira provar, sem que seja preciso estar hospedado.

Suíte Royal Premium

Os quartos são 13 – lagarto, lagarto, lagarto –, quatro deles em suíte e uma, só para quem pode, chamada Royal Premium. Fomos lá espreitá-la e, escrevemos aqui sem pudor, vale bem os 350 euros que pode custar por noite. Há várias opções, algumas com kitchenette, mas, avisamos já, nenhuma tem televisão.

Para estar colado ao ecrã, só na sala de refeição, embora, na verdade, esta também tenda a estar desligada. Mas quem vem para aqui ver televisão? Se houver aborrecimento, há sempre jogos analógicos à disposição ou livros para folhear. Sem se descurar a internet, que aqui nunca falha.

Outra coisa: criança não entra. Só a partir dos 16 anos, quando já não é suposto perturbarem a paz que reina na propriedade, goste-se ou não deste conceito de excluir os mais novos dos prazeres da vida, como deambular por Casa Branca, aldeia típica em que foi edificada este belo casarão, e até já descrita pelo escritor José Luís Peixoto (era a terra do seu pai), e ver os mais velhos a passar de bicicleta ou de saco de pão na mão, como quem tem todo o tempo do mundo.

Está tudo à mão de semear

As mãos frias e calejadas de Dona Otávia, 76 anos, denunciam, ao primeiro cumprimento, que estamos perante uma mulher esforçada, mas com gosto no que faz. “Estou a encher carnes e elas têm de estar frescas para conseguir trabalhá-las bem.” Deve ser por isso que os seus enchidos de porco preto, fabricados nesta aldeia vizinha, chamada de Cano, são tão afamados e saborosos. O intestino onde os acondiciona é cosido a linha de alinhavar, por ser mais grossa, como as suas avós já faziam.

Os enchidos de porco preto de Dona Otávia, da Salsicharia Canense, fabricados na aldeia vizinha de Cano, são afamados e saborosos. Foto: José Carlos Carvalho

“Tenho tido dificuldades em encontrar tripa e a que descubro está muito cara. Ele tem sempre de ser lavada, antes de ficar com laranja e limão para fazer os enchidos no dia seguinte”, conta, depois de ir buscar mais frutos ao seu quintal, onde também tem as ervas necessárias para os temperos. Anda desalentada, apesar do enorme êxito da Salsicharia Canense. É que, além da ajuda do filho, João Roberto, 58 anos, não há quem queira seguir-lhe os passos neste paraíso de chouriço, farinheira, painho, toucinho, banha ou a cabeça de xara que haveríamos de provar ao almoço – só para citar alguns exemplos irresistíveis. “Devia ter dado ouvidos à minha sogra, com quem aprendi tudo, que era contra eu abrir este negócio. ‘Uma coisa é fazer para nós…’, avisava-me.”

A poucos quilómetros desta salsicharia, na Herdade do Mouchão, continuam a apostar forte nos 45 hectares destinados à vinha (a propriedade tem muito mais área, com olival, colmeias, gado e montado), especialmente à casta Alicante Bouschet, aqui plantada desde o século XIX, quando a família inglesa Reynolds tomou conta deste pedaço de Alentejo. “É aqui o berço da casta”, garante Iain Richardson, um dos atuais donos.

A Herdade do Mouchão está aberta a visitas e a provas de tintos, brancos e fortificados. Foto: José Carlos Carvalho

Hoje, a quinta está aberta a visitas e a provas de tintos, brancos e fortificados (e mel, azeite e vinagre). E assim dá também para se conhecer a história desta propriedade de 900 hectares, bem como a forma cuidada como se dedicam à agricultura – por exemplo, as vinhas não são regadas, mas plantadas nas várzeas e aluviões para se aproveitar a água das chuvas.

Depois, estes vinhos de guarda, pisados a pé e prensados manualmente, como manda a tradição, demoram anos a estar prontos para venda. Até lá, ficam na adega, um edifício que se mantém intacto desde o início de 1900. É também aqui que provamos estas especialidades, junto a um prato de chouriço. Reconhecemos-lhe o travo – apostamos que é da vizinha Dona Otávia.

Casa Az-Zagal > R. de Évora, 14, Casa Branca, Sousel > T. 268 539 085 > a partir de €90

Mesmo aqui ao lado

Nesta casa gastam-se produtos de qualidade. É possível conhecê-los melhor, porque ficam todos perto, e até, quem sabe, levá-los na mala para mais tarde degustar

Salsicharia Canense

Estes enchidos de porco preto artesanais, saídos das mãos da Dona Otávia, têm fama mundial. R. São José, Cano, Sousel > T. 268 549 203 > seg-sex 8h30-18h30, sáb 9h-17h, dom 9h-12h30

Herdade do Mouchão

Pode visitar-se a vinha, fazer-se provas e comprar na loja os produtos da herdade, como mel, azeite, vinagre e vinho. Casa Branca, Sousel > T. 268 530 210 > seg-sáb 8h-12h30, 13h30-17h > visitas mediante reserva > desde €35

Queijaria Lameirinha

Nesta empresa familiar, produz-se queijo de ovelha, fresco ou curado, mas também há à venda enchidos e azeitonas da mesma proveniência. R. Dr. António Garção, 7, Cano, Sousel > T. 96 264 9524

Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Casa Branca – Flor da Galega

A planície extensa que se percorre até à aldeia está pintalgada por olivais. Não se dispense, por isso, uma visita a este lagar tradicional de azeite e, quem sabe, até se acabe a comprar os seus produtos na loja. R. da República, 10A, Casa Branca, Sousel > T. 268 539 108

Mercearia do Adriano

Local de encontro na aldeia, aqui há de tudo, mas destaca-se a grande variedade de produtos regionais. R. Guilhermina dos Anjos, 98, Casa Branca, Sousel > seg-sáb 9h-13h, 15h-19h

Pasto alentejano

Sousel é a capital do borrego e estes produtores, no ramo há quatro gerações, são do melhor que se pode encontrar na região. Quinta de São Vicente, Sousel > T. 268 550 080 > seg-sex 10h-18h

De acordo com uma portaria hoje publicada em Diário da República, o Governo autoriza a Direção-Geral das Artes (DGArtes) a repartir, ao abrigo do programa de apoio sustentado bienal (2025-2026), o montante global de 35.640.000 euros pelos contratos de apoio que venham a ser celebrados.

Os concursos serão abertos este ano, em datas a serem divulgadas na declaração anual da DGArtes.

Os concursos de apoio sustentado às artes, na modalidade bienal (2023-2024), cujas candidaturas decorreram em 2022, tiveram uma dotação total de 20,5 milhões de euros.

Estruturas representativas do setor da Cultura defenderam, em várias ocasiões, que a verba era insuficiente, tanto dos concursos da modalidade bienal como da modalidade quadrienal (2023-2026).

Quando abriram as candidaturas em maio de 2022, os seis concursos do Programa de Apoio Sustentado tinham alocado um montante global de 81,3 milhões de euros.

Em setembro desse ano, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, anunciou que esse valor aumentaria para 148 milhões de euros. Assim, destacou na altura, as entidades apoiadas passariam a receber a verba pedida e não apenas uma percentagem.

No entanto, esse reforço abrangeu apenas a modalidade quadrienal dos concursos.

No final de 2022 os resultados dos concursos foram divulgados, e contestados por várias associações representativas do setor, tendo dado origem a vários apelos ao ministro da Cultura, abaixo-assinados e audições do governante e representantes das associações no Parlamento.

Conhecidos os números, ficou patente que cerca de metade das estruturas elegíveis para apoio, na modalidade bienal, o perdeu por falta de recursos financeiros, e a quase totalidade das candidaturas elegíveis, na quadrienal, obteve apoio.

JRS // MAG

O líder da estrutura regional do Chega, Miguel Castro, foi hoje recebido no Palácio de Belém, em Lisboa, pelo Presidente da República, que está a ouvir os partidos com assento parlamentar na Madeira, perante a possibilidade de dissolver a Assembleia Legislativa, na sequência da crise política provocada pela demissão de Miguel Albuquerque do cargo de presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP), em janeiro, após ser constituído arguido numa investigação judicial sobre suspeitas de corrupção no arquipélago.

Miguel Castro destacou que a posição que o Chega levou a Marcelo Rebelo de Sousa foi “exatamente a mesma” que já tinha transmitido ao representante da República na Madeira, Ireneu Barreto.

“Achamos que o povo madeirense se deve manifestar através do voto. Achamos que deverá haver eleições”, disse, salientando que o Chega/Madeira “obviamente” acatará a decisão que o chefe de Estado tomar.

O dirigente negou qualquer disponibilidade para contactos ou acordos com o PSD da Madeira tendo em vista a viabilização de um futuro Governo Regional.

“Não, não estamos disponíveis. O Chega irá às eleições sozinho, o Chega tem o seu eleitorado e é esse eleitorado que o Chega tem de respeitar, porque o nosso eleitorado espera uma mudança, uma alternativa política, e é para isso que vamos concorrer às eleições”, afirmou.

“Não, não estamos disponíveis. Não estamos disponíveis para viabilizar um Governo com Miguel Albuquerque”, reiterou, após insistência dos jornalistas.

O Presidente da República está hoje a realizar, desde as 10:00, reuniões com os nove partidos com assento parlamentar na Madeira, antes de reunir pelas 18:00 o Conselho de Estado, o órgão político de consulta do chefe de Estado, no qual se deverá avaliar o cenário de dissolução da Assembleia Legislativa Regional da Madeira e convocação de eleições antecipadas.

Até à hora de almoço, Marcelo Rebelo de Sousa ouviu o BE, o PAN, que tem um acordo de incidência parlamentar com o PSD, a IL, a CDU e o Chega, devendo ainda hoje receber o CDS-PP, o JPP, o PS e o PSD.

O chefe de Estado recuperou o poder de dissolver o parlamento do arquipélago esta semana, passados seis meses desde a realização de eleições regionais na Madeira, em 24 de setembro de 2023.

Caso Marcelo Rebelo de Sousa opte pela não dissolução do parlamento regional, o representante da República, Ireneu Barreto, irá nomear “o presidente e demais membros de um novo Governo Regional”.

Na segunda-feira, Miguel Albuquerque defendeu que não há justificação para legislativas antecipadas na Madeira e anunciou estar em fase final uma negociação para assegurar ao Presidente da República que se mantém a maioria PSD/CDS-PP com o apoio parlamentar do PAN.

No mesmo dia, a deputada única do PAN, Mónica Freitas, recusou haver algum acordo formal com o PSD, mas admitiu estar disponível para viabilizar o Programa do Governo Regional e o Orçamento da região caso não haja eleições. Anteriormente, o partido tinha dito que apenas manteria o entendimento se Miguel Albuquerque saísse da presidência do executivo.

A oposição madeirense tem defendido a realização de eleições antecipadas.

RCS/FAC (AMB) // VAM

Palavras-chave:

“Acho que hoje ficou claro que Luís Montenegro escolheu a sua companhia de viagem para esta legislatura, escolheu a sua companhia de viagem parlamentar, e escolheu com quem quer fazer verdadeiramente os seus acordos”, considerou André Ventura.

O líder do Chega falava aos jornalistas na Assembleia da República momentos depois de ter sido anunciado que o PS propôs ao PSD a presidência do parlamento seja repartida, proposta aceite pelos sociais-democratas, que vão avançar com o nome de José Pedro Aguiar-Branco para as duas primeiras sessões legislativas da XVI legislatura.

Ventura disse que tentou contactar o líder do PSD, Luís Montenegro, sem sucesso, para obter um consenso sobre a presidência da Assembleia da República e considerou que “ficou claro que o PSD decidiu fazer uma aliança mais ou menos formal com o PS”.

“Hoje muda todo o contexto, hoje o Chega assume-se como líder da oposição”, afirmou André Ventura.

 

ARL // PC

*** Serviço áudio disponível em www.lusa.pt ***

Rui Rocha falou aos jornalistas minutos depois de ter sido conhecido que o PSD proporá Aguiar-Branco para presidir à Assembleia da República apenas nas duas primeiras sessões legislativas, até setembro de 2026, num acordo com o PS, partido que presidirá ao parlamento no resto da legislatura.

“Depois de termos mudado o ciclo político e de vermos Santos Silva deixar de ser Presidente da Assembleia da República, para nós, Iniciativa Liberal a opção era clara. O resultado final desta infantilidade do Chega é que vamos ter, a partir de 2026, um presidente da Assembleia da República do PS”.

Segundo o lider da IL, esta solução é o “resultado da infantilidade e do bloqueio institucional”.

“É isto que André Ventura tem para festejar. Tínhamos afastado o PS do poder, tínhamos afastado o presidente da Assembleia da República socialista e agora, por intervenção do Chega, cá teremos um Presidente da Assembleia da República do PS a partir de 2026”, condenou.

JF (SMA) // SF

António Costa convocou esta manhã uma conferência de imprensa na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, onde salientou que este foi o seu “primeiro passo de devida saída de cena”, antes de se reunir esta tarde com o líder do futuro chefe do executivo e atual líder do PSD, Luís Montenegro.

Na sua declaração inicial, António Costa apresentou um ‘PowerPoint’ em que destacou vários resultados do seu Governo, salientando que os últimos oito anos foram de “múltiplas crises” às quais o executivo procurou responder, referindo-se à crise financeira no início do mandato, aos incêndios florestais, à pandemia e à inflação provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.

Entre as várias estatísticas que apresentou, o primeiro-ministro destacou em particular que, apesar destas crises, Portugal conseguiu convergir em termos de crescimento económico com a média europeia em seis dos últimos oito anos, além de ter conseguido aumentar o salário mínimo e médio e as pensões, e criado mais emprego.

Nos últimos oito anos, “nós crescemos em média 2,1%, incluindo os dois anos em que o produto teve uma queda brutal, e que foram os dois anos da pandemia. Eu não discuto se é muito, se é pouco – todos gostávamos seguramente que fosse mais -, comparo só o seguinte: nestes oito anos, o país cresceu dez vezes mais do que aquilo que tinha crescido nos 15 anos anteriores”, disse, acrescentando que sai com o sentido de que “cumpriu bem” a sua missão.

“O país ultrapassou uma situação crónica de défice e, em 50 anos de democracia, nós só tivemos duas situações de saldo positivo: em 2019 (…) e agora em 2023”, afirmou.

No período de perguntas e respostas, António Costa foi questionado se, além do balanço positivo que faz, também reconhece algumas áreas onde não se avançou, tendo o primeiro-ministro respondido que “basta ouvir a oposição para seguramente encontrar muitas críticas”.

“Há matérias sobre as quais gostaria de ter avançado mais depressa, medidas que tomámos que não funcionaram como nós desejámos”, reconheceu, dando o exemplo da habitação.

Costa recordou que, logo no início do seu primeiro Governo, foi criado o Fundo Nacional de Reabilitação e Edificação Urbana, “que manifestamente não teve os resultados” desejados e “atrasou bastante a haver resultados na área da política de habitação”.

“Acho que ninguém antecipou que a subida dos preços tivesse a dimensão que teve na área da habitação”, acrescentou ainda.

Depois, o primeiro-ministro sublinhou que há também outras áreas “onde há habitualmente muitas críticas” que não difíceis de reconhecer quando se olha “objetivamente para os resultados”.

Costa deu o exemplo da saúde, salientando que, quando se diz que faltam médicos de família ou que as listas de espera são muito grandes, é preciso ter em consideração que a população residente aumentou e que o número de inscritos no SNS também.

O primeiro-ministro referiu ainda que, em dezembro de 2023, o SNS teve “mais três milhões e 200 mil consultas” do que em 2015, e o Governo conseguiu também reduzir as horas extraordinárias dos médicos.

“Seguramente ao novo Governo não lhe faltarão problemas para resolver nem medidas para adotar para resolver esses problemas. (…) Há uma coisa que cada Governo que chega pode estar assegurado: o seu posto de trabalho não vai ser extinto por desnecessidades, porque há sempre problemas que o Governo que sai deixa”, disse.

Interrogado sobre qual é a marca que deixa, e do que é que gostaria que os portugueses se recordassem quando pensam na sua governação, Costa respondeu: “Eu nunca andei preocupado com marcas e cada um ficará com o ‘souvenir’ da minha governação”.

TA // ACL

“Foi com grande satisfação que vimos ser aprovada a candidatura de Istambul à organização dos Jogos. É uma grande notícia para os atletas, para a cidade e para a Turquia. Consideramos que é o local perfeito para acolher a competição”, disse o presidente do COE, Spyros Capralos.

A candidatura de Istambul aos Jogos Europeus não prevê a construção de novos equipamentos, devendo as competições decorrer em infraestruturas já existentes.

A primeira edição dos Jogos Europeus realizou-se em 2015, na cidade de Baku, tendo a segunda decorrido em Minsk, no ano de 2017, e a terceira em Cracóvia, em 2023.

AO // AMG