Jerusalém, 07 abr 2024 (lusa) –

“Devolvam-nos a cãs, já!” foi a frase mais ouvida durante o protesto, em que muitos manifestantes se embrulharam na bandeira israelita ou usaram t-shirts com a mesma frase, que se tornou o ‘slogan’ do movimento pela libertação dos reféns.

Segundo os organizadores, cerca de 50.000 pessoas participaram no protesto, que começou solenemente com a projeção de um vídeo que mostrava o momento em que alguns dos 105 reféns libertados durante a única trégua no final de novembro se reuniram com as suas famílias.

Em seguida, um grupo de mulheres – familiares dos reféns – juntou-se no palco para gritar um longo grito, ao qual se juntaram progressivamente os restantes manifestantes.

Alguns abraçaram-se e outros choraram durante o minuto de silêncio para recordar os reféns.

A manifestação ocorre poucos dias depois de mais de 100 mil israelitas terem exigido eleições antecipadas em Jerusalém, num protesto de quatro dias que, pela primeira vez, uniu as forças de familiares dos reféns, ativistas e críticos do Governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

A manifestação de hoje, que se centrou exclusivamente na questão dos reféns, fez eco a essas reivindicações.

“Eu costumava pensar que devíamos estar todos unidos, mas Netanyahu não está a fazer o suficiente”, disse Yuval, que veio de uma cidade perto de Jerusalém para protestar, à EFE.

Yuval, tal como a maioria dos presentes e uma boa parte da sociedade israelita, considera que a comunidade internacional não está a prestar atenção suficiente aos reféns e que só tem olhos para o sofrimento dos habitantes de Gaza, depois de mais de 33.100 pessoas terem morrido no enclave, dois terços das quais mulheres e crianças.

“Toda a gente está a prestar atenção ao sofrimento do povo de Gaza, e eles estão a sofrer, eu compreendo, têm fome e têm más condições, mas tudo começou quando eles vieram e nos fizeram coisas horríveis”, diz o manifestante Tikvah, que veio de Gan Yavne, no centro do país.

Dois reféns libertados durante as tréguas, Itay Regev e Agam Goldstein, falaram durante o evento, descrevendo o medo que ainda sentem e a dificuldade de adaptação.

“O Hamas está a tentar convencer os reféns de que o Estado [de Israel] os abandonou e que ninguém quer um acordo de troca de prisioneiros”, afirmou Regev, acrescentando: “Será verdade? Gostaria de obter uma resposta”.

O Knesset iniciou as suas seis semanas de férias de primavera hoje e Netanyahu tem sido fortemente criticado por paralisar o parlamento, apesar da crise e da guerra no país.

Dos 253 raptados em 07 de outubro, 129 permanecem na Faixa de Gaza, cerca de 30 mortos, segundo Israel, e mais de 70 segundo o Hamas, enquanto outros quatro são mantidos reféns há anos, incluindo dois mortos.

Uma delegação israelita deslocou-se hoje ao Cairo para prosseguir as negociações com o Hamas, segundo o Haaretz, que cita fontes diplomáticas e adverte que os Estados Unidos tencionam apresentar uma nova proposta de acordo sobre os reféns “que exigirá um compromisso significativo tanto de Israel como do Hamas”.

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Israel, Herzl Halevi, disse hoje que o exército vai continuar a trabalhar para trazer os reféns de volta o mais rapidamente possível, e afirmou que o país é “suficientemente forte para suportar o preço a pagar para devolver os seus filhos”.

Cerca de 30 cidades em todo o mundo, incluindo Nova Iorque, Paris, Berlim, Hong Kong e Madrid, juntaram-se ao protesto de hoje.

DF // VAM

De acordo com o agenciamento das duas artistas, o álbum, que é editado em 25 de abril, é composto por 17 canções “que juntam as vozes da revolução e do presente”.

“Sérgio Godinho, Paulo de Carvalho, Luísa Sobral, Filipe Melo, Salvador Sobral, Rita Rocha, Tatanka, Tiago Nogueira, Buba Espinho e Diogo Branco são os convidados deste longa-duração que mais do que um disco é uma ode à liberdade, no ano que em se celebram 50 anos da Revolução dos Cravos”, lê-se num comunicado enviado à agência Lusa.

O álbum “A madrugada que eu esperava” resulta do musical homónimo, criado por Bárbara Tinoco e Carolina Deslandes, que se estreou em 14 de fevereiro no Teatro Maria Matos, em Lisboa, e estará ali em cena até 28 de abril. O musical é depois apresentado no Porto, em 30 e 31 de maio no Coliseu.

Além dos 13 temas interpretados em palco, o álbum inclui quatro canções inéditas compostas para o mesmo propósito, mas que acabaram por ficar fora do espetáculo.

Colegas de profissão, mas acima de tudo grandes amigas, Carolina Deslandes e Bárbara Tinoco tinham vontade de criarem juntas um musical, “a primeira ideia” que tiveram para um projeto conjunto.

Inicialmente não tinham ideia para a história, mas uma certeza: que o escritor Hugo Gonçalves fosse o responsável pelo texto.

O escritor, que quando o convite surgiu tinha acabado de terminar o romance “Revolução” — editado em outubro, cuja história se desenrola na altura do 25 de Abril de 1974 — e estava, por isso, com a Revolução dos Cravos fresca na mente, acabou por criar uma “história clássica ‘boy meets girl’ [rapaz conhece rapariga], a que os escritores e os dramaturgos voltam constantemente”.

Os protagonistas – Olívia e Francisco – vivem uma história de amor proibida e, através dela, “reflete-se o espírito do tempo e mostra-se como é que era viver antes do 25 de Abril [de 1974] e também durante aquele período revolucionário, que foi um período bastante intenso”, contou o escritor à Lusa aquando da estreia do musical.

No espetáculo, com encenação de Ricardo da Rocha, Carolina Deslandes e Bárbara Tinoco vão alternando os papéis de Olívia, a protagonista, e Clara, a sua irmã. Diogo Branco, que é também músico, interpreta Francisco.

Do elenco da peça fazem ainda parte Brienne Keller, Dinarte Branco, JP Costa, João Maria Pinto, Jorge Mourato, José Lobo, Maria Henrique, Mariana Lencastre e os músicos Feodor Bivol, Luís Delgado, Marco Pombinho, Miguel Casais, Rui Pedro Pity e Sandra Martins, que estão em palco a tocar ao vivo durante o espetáculo.

O álbum inclui os instrumentais gravados em estúdio, tal como apresentados em cena pelos músicos, com a contribuição das guitarras de Diogo Clemente e Pedro Mourato.

No espetáculo “A madrugada que eu esperava” – verso extraído de um poema de Sophia de Mello Breyner Andresen -, a história desenrola-se sobretudo entre 1971 e 1975, mas no final o tempo salta para 2024, o ano em que se comemoram 50 anos da revolução.

Fica a saber-se para onde a vida levou Olívia e Francisco e é desta parte do espetáculo que Hugo Gonçalves e Bárbara Tinoco destacam uma frase dita pela protagonista: “o direito da Liberdade implica o dever da memória”.

“Quando esquecemos o passado arriscamos a repetir esses erros no presente. Se pudermos lembrar, de alguma forma, como era viver antes da revolução e como era o país, além do entretenimento que estamos a dar às pessoas, estamos a fazer um bom trabalho”, referiu o autor do texto.

Bárbara Tinoco considera que este musical “é o dever da memória, que explica o direito à liberdade”.

“É um espetáculo familiar, em que os mais velhos se podem emocionar, e os mais novos podem perceber a importância de votar, a importância de terem interesse nos assuntos políticos do país”, disse, lembrando que ela e Carolina, como tantos outros jovens, já cresceram sem questionar a liberdade.

A cantora reforça que os protagonistas da peça “não tinham liberdade e estão o tempo todo a pensar como vão chegar a ela”. “A Olívia estava empenhada em que toda a gente pudesse ter liberdade. Hoje em dia, 50 anos depois, é importante gritar ‘Fascismo nunca mais!’ e isso dá que pensar”, referiu.

Carolina Deslandes lembra que “se não tivesse havido 25 de Abril esta peça não existia”, que provavelmente não podia dizer as coisas que diz (a cantora já assumiu publicamente posições sobre temas como os direitos das mulheres, o racismo ou a habitação), e que Bárbara Tinoco “não podia ter uma canção como ‘Despedida de Solteira’, por exemplo”, ou as duas não poderiam apresentar-se em palco da maneira que entendem.

“Foi preciso gente lutar e sacrificar-se para que pudéssemos estar aqui hoje, e isso não pode nunca ser tido como uma coisa entre os milhares de coisas que acontecem no dia-a-dia. Este foi o grande acontecimento que mudou a história do nosso país, e eu não gostava nada de vê-lo a [ter que] acontecer outra vez”, salientou Carolina Deslandes.

JRS // TDI

“A retirada das tropas de Khan Yunis aconteceu, porque o Hamas deixou de existir como unidade militar na cidade. As nossas forças militares abandonaram a área para se prepararem para futuras missões, incluindo uma missão em Rafah”, disse Yoav Gallant, durante um balanço de operações com o comando israelita no sul da Faixa de Gaza.

O exército israelita retirou esta noite todas as suas tropas terrestres do sul da Faixa de Gaza, mantendo apenas uma brigada no enclave, confirmou uma fonte militar.

Esta retirada acontece após quatro meses de combate em Khan Yunis e quando passam seis meses do início da guerra entre Israel e o Hamas em Gaza.

Passado meio ano após o início do conflito, as atenções estão agora centradas em Rafah, na zona fronteiriça com o Egito e onde estão mais de 1,4 milhões de pessoas.

Organizações humanitárias e os Estados Unidos consideram que uma invasão de Rafah por parte de Israel é ultrapassar “uma linha vermelha”m que poderá provocar uma catástrofe, pela concentração de milhares de deslocados civis.

O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023.

Desde então, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou mais de 33.000 mortos, segundo o Hamas, que governa o pequeno enclave palestiniano desde 2007.

A retaliação israelita está a provocar uma grave crise humanitária em Gaza, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que já está a fazer vítimas – “o número mais elevado alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

O número oficial de mortos na Faixa de Gaza alcançou hoje os 33.175, afirmou em comunicado o Ministério da Saúde do governo de Gaza, controlado pelo grupo islamita radical Hamas.

SS/(PC) // SF

Este comunicado acontece dois dias depois da comunicação social gaulesa ter indicado que a polícia local, da região de Bouches-du-Rhône, quer impedir a deslocação de adeptos e sócios ligados ao clube lisboeta para precaver episódios de violência entre as claques de Benfica e Marselha, no duelo decisivo da segunda mão, agendado para 18 de abril.

“O Benfica e o Marselha apelam às autoridades de ambos os países que garantam que os jogos dos quartos de final da Liga Europa sejam disputados na presença dos adeptos dos dois clubes, tanto na primeira mão, na quinta-feira, 11 de abril, no Estádio da Luz, como na segunda mão, no Vélodrome”, lê-se numa nota publicada no site oficial dos ‘encarnados’.

Na sexta-feira, a imprensa francesa acrescentou que os serviços secretos de França identificaram um grupo entre 200 a 300 adeptos do Benfica com historial violento e pertencentes a grupos radicais e violentos.

Por isso, a polícia prefere mesmo avançar com a proibição, já que, por experiências em outros jogos, os adeptos portugueses normalmente viajam e deslocam-se em pequenos grupos, dificultando a monitorização das forças de segurança.

“Em conjunto com a UEFA e as autoridades, os dois clubes estão a trabalhar em estreita colaboração para cumprir todos os critérios e garantir os mais elevados padrões de organização em termos de segurança”, defende o emblema lisboeta.

O primeiro confronto será já na quinta-feira, no Estádio da Luz, em Lisboa, seguindo-se a segunda mão uma semana depois, em solo francês.

LG // AJO

A jogar em casa, o Moreirense adiantou-se no marcador com um golo de Castro, aos 26 minutos, e ampliou a vantagem aos 43, num autogolo de Bruno Brígido, com João Camacho, na marcação de um penálti, a rematar ao poste, com a bola a tabelar no guarda-redes antes de entrar na baliza.

Na segunda parte, o Estrela da Amadora reduziu por André Luiz, aos 54 minutos, e chegou ao empate aos 83, com um tento de Kikas, antes de a equipa ficar reduzida a 10 devido a expulsão de Mansur, aos 88.

Com este resultado, o Moreirense, que não vence há dois jogos, continua em sexto, com 43 pontos, enquanto o Estrela da Amadora, que vai em três jogos sem triunfos, é 15.º, com 27, mais um do que Portimonense, que é 16.º, posição de disputa do play-off de manutenção.

AJO // AJO

Palavras-chave:

Das cinco pessoas que seguiam a bordo, todas do sexo masculino, duas continuam desaparecidas, duas foram encontradas sem vida e a que sobreviveu é o proprietário e timoneiro da embarcação, de 62 anos.

“Das declarações já apresentadas pelo timoneiro, que é o proprietário da embarcação, terá sido surpreendido por um golpe de mar. A tentar guinar, houve uma ondulação que lhe virou a embarcação”, disse Serrano Augusto, que também é comandante-local da Polícia Marítima.

A bordo seguiam dois irmãos, de 21 e 23 anos, sendo um deles uma das vítimas mortais cujo corpo já foi encontrado, um homem com cerca de 40 anos e o seu filho, entre os 11 e os 13 anos, que também foi resgatado sem vida.

Segundo o capitão do Porto de Setúbal, “são todos da zona de Grândola, moram na mesma rua” e iam à pesca de choco, mas apenas a criança tinha colete.

As buscas vão ser interrompidas hoje pelas 20:00 e serão retomadas às 07:30 de segunda-feira caso até lá não sejam encontrados os dois desaparecidos, disse ainda o capitão Serrano Augusto.

O naufrágio da embarcação terá acontecido por volta das 07:00, a cerca de milha e meia (aproximadamente três quilómetros) de Tróia, Grândola (Setúbal), mas a Polícia Marítima só recebeu o alerta às 10:05.

SS(RRL) // VAM

Palavras-chave:

“Não deixa de ser irónico que no dia em que passam 30 anos sobre o massacre de Ruanda, estamos na rua para chamar a atenção, para dizer que chega de um novo genocídio, desta vez na Palestina (…) e o mundo continua a dormir. Israel ignora o Tribunal Internacional, Israel ignora o Conselho de Segurança da ONU, Israel ignora tudo”, criticou o elemento da Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina (PUSP)

A ativista defendeu a existência de “sanções e sanções económicas porque já se percebeu que, de acordo com o Direito, Israel não vai agir”.

A PUSP nasceu em outubro quando se iniciou a atual guerra na Faixa de Gaza.”Nunca pensámos que seis meses depois ainda aqui estaríamos e que teríamos que continuar, e vamos continuar, porque o cansaço já é muito grande, mas não é nada comparado com o que estão a sentir e a passar as pessoas lá”, garantiu à Lusa Ana Nicolau, que apelou às “pessoas que têm coração” digam na rua “não, basta, é preciso um cessar-fogo permanente, incondicional e imediato”.

Com o calendário já a marcar abril, mês em que se assinala a revolução portuguesa de 1974, a organização quis também recordar a data porque “com Abril veio a liberdade, obviamente, e veio a descolonização”, assinalou, fazendo um paralelo com a situação de Israel e da Palestina.

A marcha partiu da Praça do Município, Lisboa, pouco depois das 15:40 em direção ao Largo do Intendente, com passagem pelo Largo do Carmo.

Ainda frente ao edifício da Câmara Municipal de Lisboa, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, defendeu ser um dever de Portugal reconhecer o Estado da Palestina e desafiou o ministro dos Negócios Estrangeiros [Paulo Rangel] a abandonar “posições irresponsáveis em que negava o genocídio” em Gaza.

Também no local, o jovem iraquiano Akram diz ter participado já em três manifestações porque se deve “mostrar a solidariedade” à Palestina.

À pergunta se continuará a juntar-se a ações como esta, o jovem, há três anos em Portugal, respondeu que todos vão continuar.”As nossas gerações vão continuar até a Palestina ser livre. Até cada palestiniano ter a sua justiça”, garantiu.

Junto ao quartel do Carmo, um dos símbolos maiores da revolução de Abril, a multidão cantou a música “Grândola, Vila Morena”, que também é sinónimo da revolução dos cravos, que há 50 anos derrubou o Estado Novo.

Ali, Mário Tomé, elemento do Movimento das Forças Armadas e antigo deputado do extinto partido UDP, recordou como o povo palestino está a lutar desde 1948, ano da independência de Israel e do início do conflito israelo-palestiniano.

“O genocídio começou nessa altura”, afirmou.

Mário Tomé recordou outros “massacres”, notando que “agora eles estão-se a aproximar daquilo a que o Hitler chamou um dia de solução final”. “Eles querem chacinar ou mandar para o deserto, ou não sei para onde, o povo palestiniano”, segundo o antigo deputado, que acrescentou críticas a quem “colabora ativamente” já que “são tão criminosos como o (primeiro-ministro israelita) Netanyahu e essa gente”.

O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Desde então, Israel lançou uma ofensiva em Gaza que provocou mais de 33.000 mortos, segundo o Hamas, que governa o pequeno enclave palestiniano desde 2007.

A retaliação israelita está a provocar uma grave crise humanitária em Gaza, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que já está a fazer vítimas – “o número mais elevado alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

PL // SF

LusaFim

Palavras-chave:

Paulo Raimundo discursava no encerramento de uma sessão do PCP sobre o 25 de Abril, na Academia Almadense, em Almada, no distrito de Setúbal, em que apelou à mobilização popular para celebrar o 50.º aniversário da Revolução dos Cravos e sustentou que “é no caminho de Abril” que estão as respostas aos problemas do país.

“O novo Governo PSD/CDS, com os seus 17 ministros, os seus 41 secretários de Estado e toda a bateria de apoiantes bem posicionados em vários pontos relevantes da vida nacional, por mais que seja a sua tentativa de enganar o povo com esta ou aquela entrada a pezinhos de lã, com esta ou aquela medida avulsa, não vai ter a vida facilitada”, declarou.

Em seguida, Paulo Raimundo defendeu a iniciativa do PCP de apresentar no parlamento uma moção de rejeição ao Programa do Governo: “Nós não precisamos de mais apresentações, o que conhecemos desde já confirma a justeza da nossa moção”.

Segundo o secretário-geral do PCP, será certamente um programa “de passos atrás, de retrocessos, marcadamente contrarrevolucionário”, com “opções da política de direita reacionária, do seu compromisso com os grandes grupos económicos”.

“Sabemos bem o que dali virá. Não temos a memória curta e o povo e os trabalhadores saberão dar firme resposta a todos os ataques de que sejam alvo e tomarão nas suas mãos o seu destino e a exigência das respostas concretas aos seus problemas”, acrescentou.

Paulo Raimundo manifestou-se espantado por haver “quem tenha aparente expectativa do que deste Governo possa vir”.

“Da nossa parte, estamos aqui determinados, convictos e não temos nenhuma dúvida e não alimentamos nenhuma ilusão. Nós somos a oposição ao Governo e à sua política e projeto reacionário, e assim somos sem hesitação e desde o primeiro minuto”, afirmou.

IEL // SF

“Desde o primeiro momento em que fizemos o 25 de Abril pensámos sempre que ia ser possível criar condições a sério para uma vida justa, não é mais justa, uma vida mais justa é injusta na vida, é uma vida justa”, sublinhou à Lusa, depois de entoar no Largo do Carmo, em Lisboa, junto com mais de mil manifestantes pró-Palestina a música “Grândola, Vila Morena”, que se tornou símbolo da Revolução de Abril.

Mário Tomé, também conhecido como major Tomé, notou, porém, que atualmente se assiste, mediante “formas mais subtis ou mais brutais, que se está a ficar nas mãos dos mesmos de sempre”.

“Portanto, neste momento, eu acho que todos devemos imaginar – aquilo que normalmente se chama utopia – é um futuro como deve ser, em que a política e a economia estejam nas mãos dos trabalhadores. Isso é que foi a essência, não do 25 de Abril – o 25 de Abril existiu para acabar com a guerra colonial – mas da luta popular que saiu à rua pela porta aberta pela revolução militar. E essa foi sempre a utopia: é um mundo novo, um mundo justo, um socialismo”, continuou.

Falando à Lusa mesmo em frente ao quartel do Carmo, palco da rendição do último dirigente do Estado Novo, Marcello Caetano, aos homens comandados por Salgueiro Maia, o militar que criticou em 1972 a guerra colonial disse que continua a sair à rua para se fazer ouvir em defesa do que acredita.

“Sempre na rua e a fazer aquilo que a rua nos pede, que é criar as condições para aqueles que a percorrem para trabalhar e para viver possam viver decentemente, em liberdade, e impedir a guerra que está a alastrar pelos mesmos que a fizeram sempre”, salientou.

Mário Tomé considerou ainda que atualmente está a ser seguido um discurso de defesa do rearmamento quando se diz que não há “dinheiro para a saúde, para a educação, para o estudo”.

“É uma vergonha absoluta”, concluiu.

PL // VAM

“A paralisação será suspensa em todas as escolas da pré-escolar, básicas e secundárias de São Tomé e Príncipe por um período de 90 dias, a contar do dia 08 de abril para que durante este período o Governo possa assumir as suas responsabilidades”, anunciou a porta-voz da intersindical, Vera Lombá.

No entanto, o Governo são-tomense, através do ministro do Trabalho rejeitou o prazo de 90 dias anunciado pela intersindical.

“Nós lamentamos essa falta de boa-fé, falta de seriedade e de honestidade na mesa das negociações porque em nenhum momento foi-nos posto um prazo”, disse o ministro Celsio Junqueira.

No entanto, a porta-voz da intersindical sublinhou ganhos além das questões financeiras, nomeadamente “o respeito, dignificação e valorização dos professores”.

“Conseguimos chamar a atenção de toda a sociedade são-tomense, incluindo o Governo, que os professores são uma classe que precisa de atenção”, disse Vera Lombá.

Além de não ter sido possível o acordo para o aumento de salário de base, a sindicalista disse que o ponto sobre o aumento das horas extraordinárias também não foi satisfeito completamente, apesar de terem conseguido outros ganhos.

“Não é aquela coisa que nós gostaríamos, mas há algum ganho”, precisou a porta-voz dos sindicatos.

A ministra da Educação alertou para os atrasos causados durante os 38 dias de interrupção letiva por causa da greve, admitindo a possibilidade “prorrogação do calendário” escolar para garantir a melhor aprendizagem aos cerca de 80 mil alunos.

“Amanhã esperemos que as nossas crianças estejam presentes e os nossos professores também estejam disponíveis com toda força para recomeçar esta atividade que não será fácil”, apelou o ministra da Educação, Cultura e Ciência, Isabel D’Abreu.

Na sexta-feira o primeiro-ministro Patrice Trovoada assegurou que o acordo alcançado após mais de 30 dias de paralisação “melhorou na medida do possível” em relação as propostas anteriormente apresentadas pelo Governo.

“Felizmente eu penso que hoje chegamos a um ponto de convergência que representa um grande esforço por parte do Governo, tomando sempre em consideração a condição, sobretudo das crianças, e representa um avanço também para os professores que a sua representação achou de razoável para por fim a greve”, disse o primeiro-ministro.

Entretanto o primeiro-ministro assegurou que o Governo não vai pagar os salários aos professores pelo período em que estiveram em greve, “porque a lei diz que não se paga o salário”, mas insistiu que o executivo pode ajudar os sindicatos a encontrar uma solução.

“O Governo sempre disse, eu próprio disse, estamos disponíveis em ajudar o sindicato a resolver a questão, porque são mais de 3040 famílias. Eu acredito que nenhum governante pode também deixar as famílias um mês sem rendimento”, reiterou o chefe do executivo são-tomense.

A greve dos professores teve início em 01 de março, com a exigência inicial de aumento do salário base de cerca de 2.500 para 10.000 dobras (quase 100 para 400 euros), que o Governo disse ser impossível, passando as negociações a centrar-se em melhorias de subsídios.

 

JYAF // SF